Numa zona continua de 80m, além do nível normal dos águas, os concessões de terrenos confinantes com lagos navegáveis ou com rios abertos a navegação internacional; Numa faixa de 100m ou superior, para cada lado, se lei especial o determinar, contados do eixo da linha ou do perímetro das estações respectivas, os concessões de terrenos contíguos às linhas férias de interesse público construídas, projectadas ou que para esse fim os governos entendam dever reservar.

2 - Quando convenha aos interesses do Estado e de harmonia com a lei, podem ser permitidos: O uso ou ocupação, a título precário, de parcelas dos terrenos abrangidos mesta base; A inclusão dos referidas parcelas na área das povoações, com expressa aprovação do Ministro do Ultramar, ouvidas as instâncias competentes. Podem as parcelas assim incluídas na área das povoações ser concedidos, em harmonia com a lei e o disposto no n.°3 desta base, desde que a concessão mereça a aprovação expressa do Ministro do Ultramar, ouvidas os mesmas instâncias.

3 - Nas áreas das povoações marítimas ou nas destinadas à sua natural expansão, exceptuando Macau, os concessões ou subconcessões de terrenos ficam sujeitas as regras seguintes: Não poderão sor feitas a estrangeiros sem aprovação do Conselho de Ministros; Serão condicionados no efectivo aproveitamento dos terrenos pêlos concessionários ou subconcessionários com as suas instalações industriais ou comerciais ou com prédios de habitação.

4 - Não dependem de sanção de qualquer autoridade os actos de transmissão particular da propriedade de terrenos e dos direitos imobiliários sobre eles constituídos; mas, se a transmissão contrariar o disposto no n.° 3 desta base, será anulável por simples despacho dos Govenadores-Gerais ou de província, publicado no Boletim Oficial nos seis meses seguintes aquele em que do facto houver conhecimento, sem prejuízo da mutação em qualquer tempo, pêlos meios ordinários, nos termos do n.° 5 desta base.

5 - São imprescritíveis os direitos que esta base assegura, ao Estado.

6 - As áreas das povoações marítimas e destinadas à sua natural expansão são as que constarem do respectivo foral, se nele estiverem incluídas, ou de outro regulamento administrativo publicado no Boletim Oficial da província interessada.

Da educação, cultura, ensino o Investigação científica

1 - O Estado procurará assegurar todos os cidadãos o acesso aos vários graus de ensino e aos bens da cultura, sem outra distinção que não seja a resultante da capacidade e dos méritos, e manterá oficialmente estabelecimentos de ensino, de investigação e de cultura.

2 - O ensino básico é obrigatório, sendo autorizado o emprego de idiomas locais apenas como instrumento de ensino da língua portuguesa.

3 - É livre no ultramar o estabelecimento de escolas particulares paralelas às oficiais, ficando sujeitas à fiscalização do Estado e podendo ser por ele subsidiadas, ou oficializadas para efeito de concederem diplomas quando os seus programas e categoria do pessoal docente não forem inferiores aos dos estabelecimentos oficiais similares.

Nenhuma escola particular frequentada por portugueses, mesmo quando ensine segundo programas próprios oficialmente aprovados, poderá deixar de incluir nestes as disciplinas de Português e de História de Portugal.

4 - O ensino ministrado pelo Estado, pelas missões e pelas escolas particulares visa, além do revigoramento físico e do aperfeiçoamento das faculdades intelectuais, formação do carácter, do valor profissional e de todas as virtudes morais e cívicas, orientadas aquelas pêlos princípios da doutrina e moral cristãs, tradicionais no País, sempre sem prejuízo do princípio da liberdade religiosa e dos limites decorrentes da liberdade das instituições de ensino particular.

1 - Nas províncias ultramarinas o serviço militar é geral e obrigatório para todos os portugueses, determinando a lei a forma de ser prestado.

2 - Os serviços militares no ultramar serão organizados por diplomas especiais.

Disposições finais

O Estado criará regimes especiais de propriedades imobiliários com o fim de garantir, às pessoas que nas suas relações de direito privado se rejam pêlos usos e costumeis, os terrenos necessários para os suas povoações e culturas.

1 - As leis da Assembleia Nacional a que se refere a base XI, n.° 1, serão obrigatoriamente publicadas no Boletim Oficial das províncias onde devam vigorar, independentemente de qualquer menção especial nelas aposta.

2 - Todos os demais diplomas emanados dos órgãos da soberania da República para vigorarem nas províncias ultramarinas conterão a menção, aposta pelo Ministro do Ultramar, de que devem ser publicados no Boletim Oficial da província ou províncias onde devem vigorar. Esta menção será escrita no original do diploma e assinada pelo Ministro do Ultramar.

3 - A aplicação às províncias ultramarinas de um diploma já em vigor na metrópole depende de portaria do Ministro do Ultramar, na qual poderão ser feitas as alterações e aditados as normas especialmente exigidas pela ordem jurídica ou pelas condições particulares dos províncias em que o diploma deva ser aplicado.

4 - A publicação, no Boletim Oficial de qualquer província, de disposições transcritas do Diário do Governo, sem observância dos termos desta base, não produzirá efeitos jurídicos.

l - Em cada província ultramarina será publicado um Boletim Oficial, pelo menos semanalmente, em que serão insertos todos os diplomas que na província devam vigorar. Terá formato idêntico ao do Diário do Governo e no seu frontispício será impresso o escudo nacional.