cionais relativamente amortecidos e que poderão ganhar com novas tecnologias o, quadro devida aquela surto do progresso e ritmo de construção de que tão carecidos se afirmavam.

Não seria, inclusive, exemplo a seguir pejo próprio. Fundo de Fomento da Habitação, ora já presente no Porto, mas aguardar a possibilidade material, e, sobretudo, organizativa, e humana, de criar novas delegações em ostros centros populacionais carecidos de sua presença? Por que não nas demais regiões e sub-regiões de, planeamento?

O que parece poder estar em causa não é tanto o afluxo de capitais a aplicações imobiliárias quanto o ritmo de desenvolvimento equilibrado, sectorial e regionalmente, do processo de crescimento económico do País. Aliás, o relativamente reduzido índice de construção de fogos por mil habitantes e por ano o confirma.

E prova de que assim se trata, é o ritmo inflacionário rendias de habitações construídas ou vagadas nos grandes centros urbanos, incapaz de satisfazer solvávelmente uma procura instante. Seria, inclusive, caso de inquirir se não nos teremos preocupado de mais, por vezes, com a especulação de alguns tostões num quilo de batatas ou noutros géneros alimentares, esquecendo ou menosprezando essoutra de centenas de escudos ou contos por mês nas rendas de habitação. Mas avanto.

E que outras hipóteses alternativas restavam aos nossos emigrantes para aplicação dos seus dinheiros poupados e sua valorização sobremodo regional?

Depósitos à ordem ou, sobretudo, a prazo? Mas qual a capacidade de conservação do poder de compra da moeda em período de inflação acelerada? E também esse depósito e recolha de fundos não sofreria os consequências da «desnatagem» do sistema bancário, fortemente centralizado em Lisboa e Porto? E não sairia daí também, por via de empréstimos, para a construção e aquisição urbanas?

O estádio sócio-cultural dos emigrantes deve tornar difícil fazer aceitar generalizadamente - e para mais residindo n populacionais em expansão ainda são, feliz ou infelizmente, sob o ponto de vista individual, que também importa considerar, dos investimentos mais rentáveis para emigrantes temporariamente residentes no estrangeiro. Pena é que lhes não restem muitas outras hipóteses alternativas válidas, como, porventura, aplicação de fundos em sociedades de desenvolvimento regional.

O Sr. Camilo de Mendonça: - Muito bem!

O Orador: - O mal estará, pois, em que o desenvolvimento industrial e urbano pouco mais conta que restritas arcas confinadas ao litoral do território e sobremodo concentradas em Lisboa e Porto e arredores, sem correspondência nas demais regiões e sub-regiões de planeamento. Surpreenderá o seu apagamento relativo, a forte migração das suas gentes?

«O problema da habitação», como o desenvolvimento económico e social em que se integra, «não interessa só a Lisboa e Ponto: interessa ao País todo», como amimou, o Sr. Presidente, do Conselho, e por todo terá de ser considerado e vivido.

«É preciso não cairmos no vício de certos países reduzidos a uma ou duas cidades gigantescos, a que corresponde depois a anemia de um vasto território abandonado.»

E porque não desejaria, que reeditássemos factos e acontecimentos do tempo das Descobertas, não da Europa, mas de outros espaços em outros continentes, daqui ergo um veemente apelo à iniciativa privada e às actividades públicas nesta hora alta de preparação de um novo Plano de Fomento, para que corresponda empolgadamente às instantes necessidades de desenvolvimento económico-social do País.

O Sr. Moura Ramos: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Já por mais de uma vez tenho usado da palavra nesta Assembleia para me referir à violência e agitação estudantis de que a Universidade portuguesa vêm sendo teatro de há tempos a esta parte. E sempre o tenho procurado fazer sem o propósito de agradar ou lisonjear as massas diante de quem «tantos se curvam em subserviências que são uma hipocrisia ou uma abjecção», mas antes preocupado em não servir, com demagogismos ou servilismos, outros interesses que não sejam os interesses nacionais. As afirmações por nós aqui feitas nem sempre soaram bem aos ouvidos dos ingénuos e de alguns cantores turiferários das virtudes da violência, mas o certo é que a escalada desta tem atingido tais proporções que uma negrura de borrasca vem avolumando as preocupações políticas dos governantes.

Mas tal pouco importa, uma vez do amor da Pátria não poderem julgar quer os que dela se servem para professar princípios contrários à sua independência e integridade, quer os que dela se servem para obter tão-sòmente benesses e honrarias. É que estamos em guerra. E em tempo de guerra não se podem nem se devem consentir abusos, sociais ou políticos, que revoltem a inteligência, que amoleçam o carácter e que ofendam a consciência nacional.

O preço da guerra tem de ser pago por todos e não só por alguns, pelo que à falta de respeito pela autoridade, ao relaxamento dos laços familiares, à libertinagem da juventude o ao desprezo geral pelas virtudes tradicionais, que bem comprovam a evidência da rebelião contra os valores morais e sociais, tem de ser oposto um dique. E o que temos nós vindo a observar? Apenas isto: que a «paz universitária» reinante tem vindo a assentar na anarquia e no mal-estar da juventude, pois que as concepções revolucionárias conquistaram, se não a grande massa- que evolui sempre- em função das modas e de meras reacções emocionais de circunstância -, pelo menos alguns dos mais sugestionáveis e ingénuos espíritos juvenis, que se vêem contaminados por ideologias contrairias aos interessas da Nação.

Contrariamente àquilo que o comum das gentes julga, no fenómeno da contestação universitária «avulta como elemento da maior relevância, tanto no plano teórico como no plano prático, o facto de os problemas relativos às carências às disfunções e inadaptações da instituição