Comércio especial por zonas monetárias Quanto aos produtos que mais concorreram para a expansão recente das exportações metropolitanas, são de referir os vinhos do Porto, a cortiça em obra, as pastas para fabrico de papel, os tecidos de fibras têxteis sintéticas e artificiais, os fios e tecidos de algodão, confecções diversas de tecidos de algodão e outras fibras, máquinas e aparelhos industriais não eléctricos e máquinas e aparelhos eléctricos.

Por seu turno, no incremento das importações salientam-se, principalmente, os acréscimos de compras de carnes de bovino, de bacalhau, de trigo e milho, de sementes e frutos oleaginosos, de açúcar, de fios e fibras têxteis sintéticas ou artificiais, de algodão em rama, de máquinas e aparelhos industriais não eléctricos e de material de transporte.

Quer dizer, portanto, que na evolução das importações se mantinha o predomínio das aquisições de produtos alimentares, de matérias-primas ou produtos intermédios e de equipamentos vários, ao mesmo tempo que continu aram a atingir valores muito elevados as importações de numerosos bens de consumo duradouro, tudo a evidenciar, sem dúvida, a insuficiência, quantitativa e qualitativa, da reacção da produção nacional às solicitações da procura.

Por outro lado, nas exportações sobressaíam ainda os produtos das indústrias alimentares, as matérias têxteis e respectivas obras e certos produtos intermédios, bem como determinados tipos de máquinas e utensílios A título de exemplo, note-se que, no montante de quase 29 700 milhões de escudos de exportações efectuadas em 1971, a secção de «Matérias têxteis e respectivas obras» atingia 8240 milhões, a de «Produtos das indústrias alimentares» (incluindo bebidas) 4351 milhões, a de «Madeira e cortiça e suas obras» 2799 milhões, a de «Máquinas e aparelhos; material eléctrico» 2446 milhões e a de «Produtos das indústrias químicas e outras conexas» 2029 milhões, enquanto as receitas de «Turismo» no mesmo ano somaram quase 8620 milhões de escudos.

7 - Os meios de pagamento e os mercados do dinheiro Os meios totais de pagamentos internos- -determinados com base nos quadros em que se agrupam as posições das instituições de crédito que constituem o chamado «sector monetário» da estrutura bancária metropolitana (o Banco de Portugal; os bancos comerciais, casas bancárias e instituições equiparadas; a Caixa Geral de Depósitos e as caixas económicas) - continuaram a aumentar no ano de 1971 e a taxa mais elevada até do que no ano anterior: a taxa de acréscimo quase atingiu 18 por cento, quando, um ano antes, em pouco ultrapassara 12 por cento.

Para este comportamento do stock monetário global concorreu, principalmente, a progressão no saldo do crédito bancário distribuído (sobretudo do crédito por via do desconto de efeitos comerciais), a que se acresceram os efeitos da melhoria - dos resultados finais da balança geral de pagamentos internacionais da zona do escudo nas disponibilidades líquidas de ouro e divisas.

Confrontando a referida evolução dos meios totais de pagamentos internos com a que se teria registado no produto nacional bruto a preços correntes de (mercado, parecia de concluir que não se haverão notado ainda, antes pelo contrário, indícios de melhoria da velocidade-produto do dinheiro em circulação, o que se explicará - embora em parte e dada a correlação entre a evolução do stock monetário e a do saldo do crédito bancário concedido - pela baixa produtividade média desse crédito bancário. Observando a composição dos sobreditos meios totais de pagamentos internos, notava-se a continuidade, no final de 1971, do predomínio dos meios imediatos de pagamento (v. quadro XIII). Todavia, a representação da circulação de notas e moedas voltara a diminuir, o mesmo sucedendo quanto à de outros meios imediatos de pagamentos; consequentemente, a posição dos meios quase imediatos de pagamentos, que no final de 1970 já atingia 35,5 por cento (contra menos de 20,5 por cento em 1966), elevara-se a 37,6 por cento em 1971.