Não deixei passar em julgado os afirmações do Sr. Ministro do Ultramar na posse do novo Governador-Geral de Angola, que não ponho em dúvida desde logo, limitando-me apenas a considerá-las optimistas e a não se me afigurar que se possam aplicar a Moçambique.

Os Jogos Olímpicos de Munique, que viram com espanto e indignação geral a política e o crime envolvidos no desporto, com graves culpas de governos e igrejas que subsidiam o terrorismo, deixaram-nos a nós, Portugueses, uma triste recordação, a que estamos em 1972 e a nossa representação talvez nem nas marcas de há vinte anos tivesse tido comportamento assinalável.

Parece que os planos de fomento gimnodesportivos, que terão sido elaborados com objectividade dentro dos recursos disponíveis, Mão vêm produzindo os resultados que seria lícito esperar!

Apesar do entusiasmo do Secretário de Estado da Juventude e Desportos, que está atento e quer realizar, e de existir um plano, mas porque são modestos os fundos concedidos, escassas as infra-estruturas e os docentes bem preparados, pouco se vê de positivo. A continuarmos nesta vil tristeza é preferível não estar presente fora de portas até sermos gente grande.

O desporto bem compreendido, além de ser escola de civismo, de camaradagem e de disciplina natural, é uma das formas actuais que mais prestigio externo concede aos países. E quando se vêem ganhar medalhas de ouro a povos de muito menor população e outros nitidamente subdesenvolvidos, faz pena em Portugal não se enxergar uma medalha de bronze, e apenas contemplar a presença de

atletas portugueses quase somente nas primeiras eliminatórias, onde foram, aliás, por vezes, das últimos.

Penso que nesta matéria temos de fazer um esforço de reorganização e orçamental, por forniu que se tire rendimento do dinheiro que se gaste e se prepare um futuro risonho para a juventude desportiva de Portugal.

O Sr. Valadão dos Santos: - Muito bem!

O Orador: - Finalmente iremos ver o início da construção de auto-estradas. Quando na Europa são - alguns os países que as constróem à razão de cerca de um milhar de quilómetros por ano, é triste reconhecer que não consigamos ainda nesta década ligar o Minho ao Algarve e uma transversal para leste, que, de acordo com a Espanha, aproxime Lisboa das principais cidades europeias.

O Sr. Ávila de Azevedo: - Muito bem!

O Orador: - A respeito de viação, outro problema muito importante que não vejo equacionado é o da central ou centrais de camionagem á situar na periferia de Lisboa - é aqui que o caso é mais flagrante -, servidas por transportes urbanos abundantes, em que o metropolitano tem o papel primordial. Na matéria, julgo que o Ministério das Comunicações tem uma posição definitiva e peço daqui ao dinamismo do respectivo Ministro que chame a si este problema que reveste aspectos, na verdade e sem exagero, alarmantes.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A decisão é urgente, e por isso pode admitir-se uma solução transitória, mas que não tique como definitiva.

O que se passa em muitos ruas e avenidas de Lisboa em engarrafamentos de tramito, consequentes das paragens curtas ou prolongadas de autocarros das carreiras interurbanas, é inacreditável. De resto, o trânsito em Lisboa caminha para uma situação sem esperança.

E já num falo na posição pelo ruído, que, aliás, não seria muito difícil de disciplinar se se cumprisse a lei e houvesse fiscalização a sério.

Dizem que muitos motociclistas e motoretistas logo que adquirem essas máquinas, que eu classificaria como engenhos de matar pelos numerosos acidentes que provocam, procuram oficinas ou mecânicos pura abrirem os escapes das suas máquinas, a fim de fazerem mais barulho!

Vozes: - Muito bem!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Não é cena dois ou vinte viadutos que se resolve, nem sequer atenua, o calmou que é o trânsito de superfície, dado o crescimento imparável do parque automóvel e a falta de coragem pura tomar medidas restritivas de várias ordens.

Na primeira reunião do Conselho Nacional de Trânsito, que se realizou na semana passada, na afirmações do Sr. Secretário do Estado das Comunicações pareceram-me como o anúncio de uma próxima primavera neste rigoroso inverno que tem sido o problema do trânsito.

Ficar-me-ei por aqui, apesar de mais coisas poder dizer - palavras, é claro, porque obras não tenho posição para a fazer executar, como já disse.

Todavia reconheço que as decisões tomadas suo muitas, especialmente em diplomas legais, mas na prática não se ma afigura que tenham correspondido, pelo menos tanto como se pretendia.

Eu desejaria poder embandeirar em arco e louvar sucessivamente e apenas a acção governativa.

São dignas de especial referência a continuação das batalhas da educação, da saúde e previdência, certos aspectos das obras públicas, designadamente em melhoramentos rurais, nos distritos que têm sido mais beneficiados pelo entendimento dos dirigentes e importância política dos dirigidos; o desenvolvimento da marinha mercante, e aqui tem cabimento uma alusão à inauguração recente sob a distinta presidência do Chefe do Estado da nova Escola Náutica do Infante D. Henrique, que prestigia este país marinheiro e vem dar possibilidades, mercê, de actualizadas concepções do ensino e de técnica, de lançar