Reconhecendo o profundo interesse dos cursos de Engenharia na Universidade de Coimbra e a oportunidade da sua criação, afirmei então: Temos para nós que este instituto entrará em funcionamento, pelo menos para a licenciatura em Engenharia, em Outubro próximo, pois não faltarão os "homens de antes quebrar que torcer" a oferecer a indispensável ajuda.

Entretanto, em 28 de Julho, eram criados pelo Decreto-Lei n.° 259/72 os cursos de Engenharia Civil, Engenharia Mecânica, Engenharia de Minas, Engenharia Electrotécnica e Engenharia Química, na Faculdade de Ciências de Coimbra, que passou a chamar-se Faculdade de Ciências e Tecnologia.

Restava obter instalações e equipá-las e recrutar professores e pessoal administrativo e técnico, de modo a iniciarem-se os cursos com a abertura do novo amo escolar.

Previam-se dificuldades. A caminhada era difícil e teria que ser vencida em prazo curto.

Tudo se resolveu. Os cursos de Engenharia da Universidade de Coimbra estão em efectivo funcionamento com uma frequência de 1300 alunos nos dois primeiros anos e de 250 no 3.° ano. Ocupam, provisoriamente, instalações escolares recentemente construídas, dispõem de equipamento que se irá completando de modo a facultar-se o ensino segundo os métodos mais actualizados e suo servidos por professores qualificados e pessoal administrativo e técnico recrutado com a melhor atenção.

É uma realidade o ensino da Engenharia em 1972 na Universidade de Coimbra. Homenagens respeitosas suo devidas ao Governo e à Universidade.

O Sr. Cancella de Abreu: - V. Ex.ª dá-me licença?

O Orador: - Faça favor.

O Sr. Cancella de Abreu: - Estou a ouvir V. Ex.ª com o maior interesse. Evidentemente que a criação de novas Universidades é uma necessidade premente, e ao Governo e ao Ministério da Educação Nacional, especialmente ao seu Ministro, Prof. Veiga Simão, são devidos todos os louvores pela criação de novas Universidades.

No entanto, em todos nós existe uma preocupação bem viva: não basta criar novas Universidades, pois é necessário que aquelas que actualmente existem funcionem devidamente, o que, infelizmente, é um facto que não se está verificando.

É isto que desejava acrescentar à magnífica exposição de V. Ex.ª apoiando a criação de novas Universidades, nós temos de pensar muito firmemente em que aquelas que existem funcionem como deve ser.

Muito obrigado.

O Orador: - Agradeço a V. Ex.ª, Sr. Deputado, as palavras que vieram enriquecer a minha intervenção e permita-me acrescentar que a Universidade de Coimbra está neste momento a funcionar devidamente.

O Sr. Cancella de Abreu: - Ouço isso com muito prazer, como já ontem o mesmo ouvimos, com o maior aprazimento, na comunicação do Sr. Deputado Aguiar e Silva.

O Orador: - É para mim, na verdade, um grande prazer poder neste momento afirmar isto.

Dá-se, assim, mais um grande passo na valorização da Universidade de Coimbra e dota-se Coimbra e a sua região com um ramo do ensino superior indispensável a conquista de novas e desejadas metas de desenvolvimento.

A Faculdade de Economia de Coimbra é mais uma grande realização do Governo do Presidente Marcelo Caetano. Ela será para Coimbra e para a sua região, além do mais, um decisivo apoio para novas iniciativas dos sectores público e privado no campo económico.

Essas iniciativas são bem justificadas pelas posições que Coimbra e a sua região ocupam na economia nacional c pelas metas que nela querem rapidamente atingir.

Ao Governo, e em especial ao Sr. Presidente do Conselho e ao Sr. Ministro da Educação Nacional, que tão devotadamente se empenham na dura batalha da educação, são devidas os melhores saudações e os mais vivos agradecimentos por esta notável decisão, que tanto contribuirá para à criação do pólo de desenvolvimento que Coimbra deve ser.

Aqui expresso, com o maior entusiasmo, essas saudações e esses agradecimentos, ao mesmo tempo que afirmo plenamente convencido, tal como em 26 de Janeiro a propósito dos cursos de Engenharia, de que a Faculdade de Economia abrirá as suas portos, devidamente estruturada, em Outubro do próximo ano.

O Sr. Jorge Correia: - V. Ex.ª dá-me licença?

O Orador: - Faça favor.

O Sr. Jorge Correia: - Pedi a palavra a V. Ex.ª para me congratular com esses novos cursos criados na Universidade de Coimbra e, portanto, endereço, com V. Ex.ª, os meus cumprimentos a S. Ex.ª o Sr. Ministro da Educação Nacional e ao Sr. Prof. Marcelo Caetano, nosso ilustre Presidente do Conselho.

Mas se V. Ex.ª me consentisse, eu diria que não posso, apesar de agradecer a instituição de novos cursos em Coimbra, do mesmo passo felicitar-me como algarvio porque ainda não foi abertamente declarado quais os cursos que irão um dia constituir os nossos estudos superiores no Algarve.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Jorge Correia: - E não é porque o Algarve não constitua uma região bem individualizada ou porque não tenhamos gente para isso, e não tenhamos, ao mesmo tempo, matéria-prima para preencher os cursos universitários que porventura lá puderem existir. Mas a verdade é que só pêlos jornais tive conhecimento, há dias, que estariam projectados alguns cursos superiores para o Algarve, e já era tempo que viesse a lume uma notícia oficial, não só para contentamento, como, sobretudo, para tranquilidade dos Algarvios.

Os meus cumprimentos.

O Sr. Leal de Oliveira: - Muito bem!

O Orador: - Agradeço ao Sr. Deputado Jorge Correia as palavras que entendeu proferir neste momento a propósito da minha intervenção, e permito-me afirmar que tive o maior prazer em ver nela inseridas essas palavras, que são, na verdade, bem representativas dos anseios do Algarve.

O Sr. Jorge Correia: - Muito obrigado. E se V. Ex.ª me dá licença, porque V. Ex.ª é Augusto Correia e eu