ais * superiores interesses do País.

O Sr. Cancela de Abreu: -Muito bem!

istórica» - não fosse amanhã, no eventual desfazer do sonho da unidade europeia, ficar, apenas, comprometida a dicotomia/peninsular.

Tão europeus como os outros, somos mais do que Europa, pelo que na defesa intransigente dos interesses do agregado nacional que formamos e a que pertencemos a posição portuguesa reveste características especiais e cuidados peculiares. No que à Europa respeita, nem deveremos afastar-nos demasiado, nem deveremos comprometer-nos irremediavelmente. Porque temos o direito de participar na prosperidade europeia e, simultaneamente, o dever do não pôr em causa a estrutura e as características seculares da nacionalidade.

O Sr. Cancela de Abreu: - Muito bem!

nacional. Mas não deve ser mantido, sob pena de se converter em perigosa espada de Dâmocles suspensa sobre a capacidade defensiva da grei. Uma autêntica política externa há-de, por isso, procurai- evitá-lo a todo o custo, porque, fazendo o País, naturalmente, parte da comunidade dos nações e não sendo possível nem desejável bastar-se a si próprio, afastar-se da convivência com os outros, furtar-se a apoios económicos e militares indispensáveis para poder assegurar a soberania política, o desenvolvimento económico e a integridade territorial, o isolamento internacional continuado, além de inviável, seria pura e simplesmente catastrófico.

O Sr. Cancela de Abreu: - É isso mesmo.

O Orador: - Na medida era que os Acordos de Bruxelas representam participação activa na vivência europeia e podem contribuir para acelerar e actualizar o desenvolvimento económico do País, temos o dever de os aprovar com júbilo e aplauso.

No decorrer dos próximas décadas, aqueles que continuarem vivos hão-de assistir a grandes transformações, no desfazer de alguns mitos, ao derrubar de muitas barreiras e ao alvorecer de novas ilusões.

Não cuido, todavia, que certos princípios fundamentais que estruturam e têm condicionado os sociedades humanas nos últimos séculos venham a ser facilmente substituídos. O princípio dos nacionalidades afigura-se-me ser um deles.

Mesmo que se limem algumas arestas mais vivas e desactualizadas, mesmo que os Estados se aglutinem e as fronteiras deixem de ser o que têm sido e os homens de diversas proveniências geográficas e étnicas possam sentir-se integrados numa mesma comunidade, as nações forjadas no longo das vicissitudes históricas, cimentadas pelos feitos de quantos foram morrendo para as criar, defender e fazer progredir, essas nações, indelevelmente incrustadas no granito do tempo, não podem dissolver-se nem podem morrer.

Ao aproximar-se da Europa, na medida do possível e do desejável, Portugal - integrado na marcha do tempo - nega a sua dissolução e obstina-se em continuar a viver. Soberano e independente.

Vozes: - Muito bem!