fazendo (para além das possíveis concentrações) no sentido de lhes proporcionar melhor apoio técnico e financeiro, em ordem a uma melhor produtividade. Nesta orientação se inserem os previstos centros técnicos de cooperação industrial.

Ainda na linha da uma eficaz concorrência no mercado internacional, haverá que especializar - e, por vezes, restringir - os nossos fabricos, intensificando a produção de mercadorias susceptíveis de poderem ser colocadas no exterior, e melhorar a sua qualidade.

E todo um esforço de reconversão e de progresso técnico que se exige.

Uma palavra ainda quanto aos chamados «produtos sensíveis», em relação aos quais foram levantadas restrições pela Comunidade.

Em relação a estes, particularmente, haverá que procurar, como é óbvio, outros mercados para as produções que excedam os plafonds fixados, e, como sugere a Câmara Corporativa no seu parecer, talvez seja possível melhorar a sua posição em relação à Comunidade através de «negociações e medidas parciais», aproveitando-se, para o efeito, o Comité Misto.

Numa época em que as palavras tem as suas modas, «desafio» é a que melhor sintetiza a lição a tirar do acordo com o Mercado Comum.

Desafio, antes de mais, aos empresários portugueses, a que alarguem as suas vistas e raciocinem em termos de empresários europeus, criando novas indústrias e reconvertendo outras.

Desafio às nossas estruturas administrativas, para que ganhem eficácia em todos os domínios e possam apoiar a empresa privada e completá-la, tomando a tempo as iniciativas necessárias.

Desafio as nossas estruturas políticas, para que evoluam no sentido de uma maior participação de todos, em Uberdade de opiniões, neste enorme esforço colectivo.

Desafio a todos nós, para que consigamos melhor produtividade e nível de vida por forma - a podermos aproximar-nos dos padrões europeus, assim se tornando possível uma maior ligação à C. E. E., não só no domínio económico, como n outros domínios.

Da nossa capacidade de resposta a - este múltiplo desafio dependerá o nosso êxito ou o nosso fracasso.

Por mim, julgo que vale a pena correr o risco e acredito que será possível construir uma sociedade portuguesa mais - próspera e mais livre, numa palavra, mais europeia.

Neste espírito, dou o meu voto a aprovação dos Acordos.

O Sr. Alberto de Alando: - Sr. Presidente: Encontra-se felizmente ultrapassada aquela querela que em tempos dividiu portugueses da metrópole e poderia ter ajudado mais interesses alheios que os próprios nacionais: a opção entre o ultramar e a Europa.

Opção que jamais teve razão de existir e que só o total alheamento ou o completo desconhecimento dos mais elementares realidades da vida económica nacional e internacional pode acaso ter justificado.

Ninguém vende quase nada a ninguém se o outro não tom poder de compra suficiente para quanto já se produz, e o seu estádio sociocultural ainda não lhe permite admitir u possibilidade material e espiritual de adquirir, possuir e desfrutar o que as suas aspirações ainda generalizadamente elementares e as suas necessidades mais imediatos dificilmente aceitam ou comportam.

Receei sempre os filósofos quando, em matérias terrenas, se dispõem a pairar sobre as nuvens. E terão tomado por Juno o que de nuvem afinal se tratava.

geo-económico: a Europa, onde geograficamente nos situamos e com a qual mais de perto convivemos, similares opções às que, mo consulado do Presidente Salazar, houve em determinado momento que tomar.

Recordar quero nesta hora a carta do então Ministro de Estado Dr. José Gonçalves Correia de Oliveira, para o Presidente do Conselho de Ministros da C. E. E., em 18 de (Maio de 1962. Iniciativa não pessoal, mas governamental.

Fora Portugal pouco antes convidado a ingressar na E. F. T. A., e já então não faltara quem advogasse a nossa inserção na Comunidade Económica Europeia, mais vulgarmente conhecida por Mercado Comum Europeu, Euromercado, Pequena Europa ou Europa dos Seis, pois tantos haviam sido os que então tinham subscrito o Tratado de Roma.

Simplesmente, o Tratado de Roma, mesmo que nos tivessem convidado a firmá-lo o que não aconteceu e mesmo que motivos da ordem política não nos impedissem de o assinar, ter-nos-ia colocado em situação de inferioridade no trocos e desenvolver uma cooperação económica mais estreita entre os membros da Organização Europeia de Cooperação Económica, incluindo os membros da Comunidade Económica Europeia».

Jamais esteve ausente, portanto, do espírito tios nossos negociadores a possibilidade de um acordo conjunto entoe n E. F. T. A. e o Mercado Comum, admitindo-se, aliás, a ideia de que seria tanto mais fácil e vantajoso quanto maiores fossem a solidariedade e a força dos Estados fundadores da Associação Europeia de Comércio Livre