pendido nos diversos sectores da vida pública e privada daqueles territórios.

Sinto, como todos que ao ultramar dedicam o seu trabalho e os seus sentimentos, que a contribuição que lhe temos dado tem ajudado a construir uma Nação cada vez mais próspera e digna.

Próspera, como é evidente o seu desenvolvimento sócio-económico; digna, como só os verdadeiros possuidores da razão sabem julgá-la no tabuleiro internacional, sempre com o mesmo fervor nacionalista, sem receio das demagógicas posições do sectarismo internacional, que, por razões de quem necessita, e de quem dispensa, ainda que sejam em moeda satânica, martela sistematicamente o princípio do deve e haver para haver a quem deve o sorriso de uma aquiescência, o voto de uma permuta, o compromisso de uma abdicação, a perda da autoridade que procura mais tarde restaurar à custa das próprias carências, para ficar mais pobre em haveres e dignidade.

O Sr. Presidente do Conselho não deixou dúvidas a ninguém.

Como habitualmente, a responsabilidade do cargo e a personalidade de quem o exerce não se compadece com tibiezas ou admite juízos irreais.

O Chefe do Governo ao chamar a si toda a planificação do universo dos interesses nacionais, transfere necessariamente para cada um de nós parte do mandato que a Nação lhe outorgou. E é precisamente nesta posição política de quem se submete ao interesse nacional que devemos procurar compreender a inestimável conduta do Chefe do Governo, pois sabe, por contacto, ciência adquirida no humaníssimo mister de formar homens em sucessivas gerações, análise do mundo que o rodeia, que o poder de ser .é superior a todos os jogos, a todas as divergências, a todas as manobras.

Portugal sabe o que é, sabe-o há mais de oito séculos. Não o esquece e permanece firme na via do seu enriquecimento pátrio.

Nenhum de nós andaria esquecido destas verdades. Mas o Sr. Prof. Doutor Marcelo Caetano, indiferente aos desígnios de pressões externas, para se situar na contestação aos falsos profetas que desde há muito vêm aliciando terceiros para o seu mundo de ambições cómodas, não representando qualquer mandato, antes o desejam conquistar à custa do sangue inocente dos povos que apregoam libertar, vem firmemente manter inalterável a posição desde sempre assumida, a única que nos cabe defender: combater o inimigo. Aqui ou nas frentes da Guiné, Angola e Moçambique, para defesa dos povos daqueles territórios, que nunca por si mesmo quiseram outra garantia de vivência cívica, política, económica e humana que não fosse a que lhe é garantida pela bandeira portuguesa.

Sr. Presidente: Grave é a responsabilidade de quem governa. Mas não é menos grave aquela que por forma reforçada acabamos de receber: continuar a defesa, face aos ataques que nos são dirigidos. Corresponder à fé inabalável do Chefe do Governo é tarefa fácil para quem no dia-a-dia vive o seu trabalho de subsistência e de renovada esperança de uma vida mais digna.

Esse o caso português.

Por ele, num todo, respondem os que até agora sacrificaram as suas vidas. Aos que continuam a Nação, cabe-lhes significar firmemente que estão certos de que não será em vão que ganharão a batalha, unindo-se em volta dos seus governantes, apoiando-se nos sentimentos mais dignos de um povo: a honra de efectivamente o ser.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Lopes Frazão: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: "Decisão transcendente e histórica", assim intitulou, e em segura verdade, o Sr. Ministro da Educação Nacional a programação do ensino superior, que deu a conhecer ao País pelos últimos dias do ano passado.

De feito, a grandiosidade do programa apresentado e sobretudo a coragem com que o pôs, além de honrarem o Ministro que em boa hora o concebeu, dá-nos a certeza da sua plena execução, e não distante.

Tem-se por absolutamente certo que o saber se precisa que seja o mais largamente espalhado, por estar na base do melhor encaminhamento do viver nacional.

Por assim o sentirmos, estamos com o Sr. Ministro, e louvamo-lo com a maior sinceridade pelo seu propósito bem afirmado de um país que não pode ser progredido sem uma cultura expandida.

Para S. Exa., pois, o nosso bem-haja, pelo que de muito útil pretende para todos nós, que tanto precisamos de sermos melhores para sermos maiores.

Mas, assim o diz com boa segurança a sentença popular, "não há bela sem senão".

E porque somos nesta Casa modesto arauto do pensar das gentes de Beja, e porque elas estão francamente magoadas pelo ensino politécnico, que entendiam merecer, justamente, e não lhe foi atribuído, não devemos silenciar aqui esse sentimento de desgosto, pois só se sente a boa gente, e na verdade é boa a gente deste largo torrão sul-alentejano, que para mais vive em terra credora, pelo poder forte das suas alargadas virtualidades, de que seja maximamente acarinhada.

E a franqueza de um desabafo é sempre de estimar e também muito de considerar.

Já com intensidade e por muita parte se faz ouvir a voz triste da terra bejense pela falha grave da cultura agrícola de que ela tanto necessita, e que agora lhe foi negada ao seu próprio meio, onde tinha natural assento.

Com esta nossa fala tão-só vimos em reforço desse queixume pleno de causa, assim o temos em entendimento, porque não podia calar-se nesta Assembleia quem, desde a primeira intervenção que aqui fez em Dezembro de 1965, no debruçamento sobre a lei de meios, e depois em intervenções sequentes de 1966, 1968, 1969 e 1971, pretendeu sempre para Beja, por muitas e justificadíssimas razões, o ensino politécnico agrícola e industrial, e que afinal acaba por não o ver programado para a província com tanto merecimento dele, e que tanta falta lhe faz para sua perfeita e necessária promoção.

O progresso agrícola dos povos evoluídos deve-se sobretudo a uma formação profissional dilatada: assim é que a Holanda tem 46 por cento dos seus lavradores formados profissionalmente, para isso dispondo de