Confrontemos o que investigação recente, e ainda não publicada; me permitiu apurar.

À data do censo de 1900. a repartição da população activa, com profissão conhecida; entre as diversas regiões e sub-regiões do continente era a seguinte:

Pouco mais de 60 % da população activa residia e trabalhava no litoral, cerca Ide 40% nas sub-regiões do interior. Um terço nas regiões Norte, outro tanto no Centro, o restante sendo partilhado entre as regiões de Lisboa e o Sul, com vantagem para a primeira.

Setenta anos decorridos, a estrutura é já acentuadamente diversa:

Quase três quartos da população activa trabalhava nas sub-regiões litorâneas, apenas um quarto dilatado labutava no interior.

Mas a aliteração mais notável ainda expressa-se na participação de calda uma das regiões plano para o total da força de trabalho do continente: a região de Lisboa ascende já quase a um terço, passando de 18,5% nos começos do século para 32,7% actuais.

As restantes apagam-se neste confronto percentual, mas é sobretudo a região centro (distritos de Aveiro, Coimbra e Leiria no litoral e, sobretudo, Viseu; Guarda e Castelo Branco no interior) que fica posta em causa em termos de sobrevivência digna no futuro ordenamento e divisão sócio-profissional da população. O Sul de há muito se apagava.

Que explica tal evolução?

Confrontemos estoutros dados da sua repartição sectorial por actividades económicas entre o começo do século e a actualidade.

As regiões Centro e Sul seriam em 1900 ainda as mais expressivamente agrícolas, mas também o Norte registava mais de 65 % da sua força de trabalho no sector primário das- actividades produtivas. Lisboa afirmava já então um certo predomínio da indústria e dos «serviços» face à população ocupada nas actividades agrárias.

À data do último recenseamento, o de 1970, a situação é nitidamente diversa:

Apenas o Sul continuava a afirmar dominância dos activos agrícolas na estrutura do trabalho (54% do total), e se mais não conta, foi porque grande número migrou para esta região de Lisboa, da «grande Lisboa», de uma e outra banda do rio Tejo, ou tentou a sua sorte no estrangeiro.

Nestes setenta anos a industrialização afirmou-se ainda nas regiões do Centro, sobretudo no litoral:

e Norte, no litoral quase exclusivamente:

Os «serviços» fortaleceram-se sobretudo na região que contém a capital da Nação: mais de um em cada dois habitantes nesse sector trabalha, ou se emprega. A agricultura não representa aí actualmente mais do que 16% da sua força de trabalho e está