Teríamos, por outro lado, de ver aumentar o número de 2,2 milhões de turistas, que actualmente nos visitam, para cerca de 6 milhões.

Ademais, prevê-se 30 milhões de dormidas de estrangeiros em 1979, nos meios complementares de alojamento turístico na metrópole, contra os 12 milhões estimados para 1972.

As receitas turísticas situar-se-iam num volume da ordem dos 27 milhões de contos.

Ora a Câmara declara que nem o passado nem as medidas programadas permitem admitir valores tão aliciantes.

Admitamos, porém, que tais valores serão concretizados; teremos de preparar os esquemas de abastecimento de géneros alimentícios, de água e de electricidade para tamanha avalancha.

O aumento da capacidade hoteleira previsto levará a um acréscimo de consumo de água da ordem dos 6 milhões de metros cúbicos, se se atender aos consumos médios de Lisboa, e de 13 milhões, se se considerarem os consumos médios dos países cujas correntes turísticas nos visitam.

O consumo de electricidade aumentará de 65 milhões de kilowatts-hora.

É que, existindo actualmente 38 000 damas em hotéis, o Plano prevê que se construa, apenas em seis anos, uma capacidade maior do que a que ora está em funcionamento.

E não poderemos deixar de construir, alargar, corrigir, rectificar e pavimentar estradas, acessos e parques de estacionamento para esta benéfica invasão, altamente sensível a factores psicológicos e que, uma vez insatisfeita, não só não voltará ao nosso país, como dele fará propaganda negativa.

E as correspondentes redes de saneamento e de telecomunicações terão de estar aptas a responder à procura.

A indústria turística complementar (restaurantes, cafés, bares, etc.) haverá de estar habilitada a reter e distrair quantos nos procuram, pois que urge aumentar a duração da estada média dos turistas.

Confio abertamente na Secretaria de Estado da Informação e Turismo, cujos serviços terão de ser amplamente revistos e urgentemente reestruturados ...

Vozes: - Muito bem!

O Orador: -... e no Ministério das Obras Públicas, cujos competentes técnicos vêm dando sobejas provas de dedicação ao bem comum.

Entretanto, o meu alerta aqui fica, originado que foi pela leitura do parecer da Câmara Corporativa: é que temos de andar muito e depressa, e o ano de 1974, cuja Lei de Meios ora apreciamos, com o ser o primeiro do Plano, começa já daqui a dias.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Bonito Perfeito: - Sr. Presidente: Ao falar pela primeira vez desta tribuna, cumpro gostosamente o dever de cumprimentar V. Ex.ª e, associando-me ao júbilo de toda a Câmara que novamente o elegeu para esse alto cargo, de lhe render a minha homenagem do mais elevado apreço e consideração, com o desejo dos melhores êxitos na condução dos trabalhos desta Assembleia, que tão dignamente tem sabido prestigiar.

Peço vénia para endereçar também aos Srs. Deputados uma saudação respeitosa, dizendo que confio seriamente em todo o trabalho que cada um aqui fizer e que lhes ofereço a minha modesta mas dedicada colaboração ao serviço da Nação de que somos legítimos e directos representantes.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: A proposta da Lei de Meios para 1974 encerra todo o programa de acção do Governo para o ano a que respeita a autorização legislativa solicitada a esta Câmara, nos termos constitucionais. E, se o grau de concretização nela revelado não tem ainda o índice desejável, parece não haver dúvidas de que fornece os elementos mais que indispensáveis para que a Assembleia Nacional possa tomar uma posição reflectida e consciente para a autorização em causa.

Não deixa o Governo de ter em conta a fase de crescimento em que o País se encontra, pelo que se vê o cuidado de analisar os problemas estruturais que respeitam ao processo de desenvolvimento económico e social, na sua linha de actuação política. Prestou-se a devida atenção à importância do sector público na nossa economia e o papel de intervenção do Estado em sectores ditos estratégicos, sem deixar - muito pelo contrário - de pôr em merecido relevo o estímulo e apoio a dar ao sector privado, que reconhece como base para o verdadeiro progresso económico.

De destacar, com o maior aceno possível, nesta época de exagerado tecnicismo, na sua tendência para uma visão materialista da vida, a característica basilar da política a exercer que é «profunda e essencialmente dominada po m sector deste departamento de Estado se tem mantido estático, desde os mais diversos planos de base até aos mais elevados escalões da cúpula. Há nele um ritmo de trabalho inusitado que chega a perturbar os menos habituados ao conservantismo.

A quantidade de diplomas legais que têm sido promulgados são prova irrefutável do que afirmo e não podemos esquecer, entre eles, a Lei da Reforma do Sistema Educativo, que, em Janeiro de 1971, foi posta à discussão do País até 30 de Abril do mesmo ano, como, aliás, as linhas gerais da Reforma do Ensino Superior, tendo chegado ao Ministério 1719 do-