que a tarefa do Governo não seja simples. Mas, enfim, isso é outro aspecto do problema.

Portanto, por mim, e seguindo o que a Comissão entendeu, dou o meu apoio à existência do n.º 2 como disposição individualizada no texto que estamos agora a apreciar.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O orador não reviu.

O Sr. Roboredo e Silva: - Sr. Presidente: Prometo dizer meia dúzia de palavras apenas.

Sou representante de um dos distritos mais pobres do interior do País onde há zonas de verdadeira «insularidade» por falta de comunicações e deficiências de todas as espécies. Por isso estou à vontade para dizer que apoio inteiramente a inclusão deste n.º 2, e por uma razão muito simples e muito importante. As ilhas adjacentes têm uma grande projecção internacional do ponto de vista estratégico, que é ímpar no Atlântico, nomeadamente os Açores; por consequência, todos os problemas que digam respeito às ilhas adjacentes são problemas sui generis, que têm de ser considerados de uma maneira completamente diferente da forma como são tratados os dos territórios do continente.

O orador não reviu.

O Sr. Duarte do Amaral: - Sr. Presidente: Desejo fazer a seguinte declaração de voto: eu voto as propostas da Comissão Eventual, mas queria declarar que este voto é apenas pela promoção das áreas menos desenvolvidas dentro do agregado nacional, porque se fala do litoral como se ele estivesse muito desenvolvido. Ora, se dentro do País alguma coisa estará melhor, relativamente aos índices europeus, apenas Lisboa e Porto se apresentam já capazes de algum confrontamento.

O orador não reviu.

O Sr. Moreira Pires: - Sr. Presidente: Dentro deste conceito de insularidade, eu, como representante de uma das zonas mais atrasadas do País, tenho a acentuar que as condições verificadas na época em que foi dada autonomia às ilhas adjacentes se modificaram substancialmente, e assim, enquanto se vai daqui aos Açores em duas horas, nós até Bragança levamos muito mais.

Com respeito ao ordenamento do território, dou o meu apoio ao Sr. Deputado Pinto Castelo Branco, na medida em que as características do interior não foram suficientemente focadas nesse ordenamento, pois se o litoral tem umas características que embora não estejam ao nível da Europa, todavia está muito melhor que as zonas em que não são satisfeitas as necessidades básicas para as pessoas viverem com uma certa alegria.

Eu penso que o n.º 2 talvez ficasse mais esclarecido sem fazer referência às ilhas, acrescentado apenas: nomeadamente às áreas menos desenvolvidas, de acordo com as suas diversidades específicas.

O Sr. Álvaro Monjardino: - Queria apenas dar uma achega suplementar, na qualidade de ilhéu que sou, ao que se tem aqui dito sobre a insularidade.

Tem-se focado o problema de afastamento das regiões insulares relativamente à metrópole continental. O problema da insularidade não é só este. Ele traduz-se na dispersão por ilhas pequeníssimas e era preciso conhecer e ver as coisas fenomenais que se passam quando 5000 pessoas vivem na ilha das Flores a 250 km da ilha do Faial, quando 300 habitantes vivem na ilha do Corvo isolados por um mar normalmente insuportável e desabrido.

Isto tem criado dificuldades, até de ordem psicológica.

Este número destina-se a vencer o mar e a vencer barreiras que o mar criou. Daí a sua importância, que eu reputo fundamental, para a própria coesão do território nacional. Eu nasci e vivo numa ilha que há trinta anos- está em contacto com estrangeiros e que continua a não enjeitar a sua qualidade de portuguesa apesar de, por vezes, parecer esquecida como tal.

Não por ela, mas pelas nove que formam o meu arquipélago, pelas outras duas que formam o arquipélago da Madeira, em que as pessoas têm de se superar a si mesmas para vencer coisas que são muito piores que as serranias - que, aliás, também compreendo que separem e afastem -, eu desejava focar este ponto: trata-se aqui de um aspecto de coesão de uma região inteira e, imediatamente a seguir, da ligação dessa região à nação que a descobriu e a fez.

Trata-se aqui de continuar a fazer dessa região uma região portuguesa. Era só isto.

Vozes: - Muito bem!

O orador não reviu.

O Sr. Mendonça de Moura: - Sr. Presidente: Não tencionava, de modo algum, intervir neste momento no debate.

Simplesmente, embora representante de uma área considerada desenvolvida, porque é do litoral, estou ligado por laços de família a uma área muitíssimo menos evoluída, a uma área desse interior do território que, na verdade, sofre também de insularidade. É o caso do distrito de Bragança. Simplesmente eu estou inteiramente de acordo e dou o meu voto de conformidade, com este n.º 2 acrescentado à proposta de lei que estamos discutindo na medida em que compreendo bem que a insularidade dos Açores ou da Madeira é bem diferente daquela outra que nos afasta do nosso interior subdesenvolvido.

Isto não é razão para que não afirmemos claramente quanto a ordenação do território e a execução do Plano de Fomento deva atender, como em meu entender deve, a um mais intenso progresso dessa zona interior, até porque isso impõe a própria unidade e o progresso da totalidade nacional.

Mas a posição e a situação das ilhas atlânticas é realmente singular. Aliás já isto aqui foi dito e eu quero apenas reafirmá-lo no sentido de me parecer que ao votarmos este n.º 2, se a Câmara o aprovar, mais não faremos do que definir uma posição política que interessa sumamente, talvez hoje mais do que nunca, em relação a posições de alto valor estratégico, como também aqui foi dito anteriormente. Posição que é fundamental acentuar perante o Mundo, não apenas para que essas ilhas possam amanhã ser melhor atendidas com carácter de prioridade no de-