Relativamente à média de 1946-1955, a exportação de 1970 foi superior em 116 252 l (+49,6 por cento), e relativamente à média de 1956-1965 alcançou mais 95 971 hl (+87,7 por cento). A despeito da importunem do vinho do Porto na vinicultura nacional, nos últimos séculos, não se deve minimizai tanto no âmbito da economia interna como nas exportações, a posição das outras regiões vinhateiras do continente e da Madeira.

Segundo Geraldo Pery, a produção do vinho no continente em 1852 terá atingido, em número de pipas, os seguintes montantes 50

Cincinato da Costa 51 considerava, para os fins do século passado, a metrópole dividida em treze regiões vinícolas distintas . Para elas chegou às seguintes estimativas médias da produção anual.

Regiões Hectolitros

Entre Douro e Minho 1 700 000

Trás-os-Montes 175 000

Beira Litoral 200 000

Bairrada 70 000

Beira Alta 820 000

Dão 80 000

Beira Baixa 130 000

Estremadura 400 000

Bacia e litoral do Tejo 2 000 000

Alentejo 210 000

Algarve 90 000

Açores e Madeira 100 000

A produção média anual andaria, pois, à volte de 5 500 000 hl

No entanto, as estatísticas recolhidas por Cincinato da Costa para o ano de 1898 ficavam bastante aquém desta estimativa (4 269 692 hl).

Tratar-se-ia de um ano de baixa produção, particularmente afectada pelo míldio.

A produção média por hectare estimada pela comissão estatística vitícola e vinícola, nomeada em fins de 1893, cifrou-se em 18,7 hl para o continente e ilhas adjacentes As produções médias por distrito eram as seguintes

Continente Hectolitros por hectare

Aveiro 14.4

Beja 11.5

Coimbra 15.5

Évora 16.5

Leiria 36.4

Santarém 25

Vila Real 20.2

Ilhas adjacentes

A segurança e o consequente interesse destes elementos serão muito relativos.

No período de 1865 a 1877 a exportação de vinhos oscilou entoe 300 000 hl e 500 000 hl. Manteve-se em 400 000 hl em 1878 e 1879, para depois subir rápida e continuamente até 1886, ano em que atingiu o máximo de 1 963 114 hl. Em 1887 a curva das exportações voltou a decrescer, para subir um pouco no ano seguinte e logo acusar baixas sucessivas até 1894 (611 425 hl), ano em que, por escassez de produção, os vinhos atingiram elevados preços e se verificaram grandes carências no abastecimento do consumo local Posteriormente a exportação aumentou, para se situar, quase no final do século (1898), em 864 098 hl.

A repartição das exportações pelo vinho do Porto, vinho da Madeiro e vinhos de outras qualidades, no período de 1884 a 1398, consta do quadro XIV.

Fonte: Cincinato da Costa, Les vignobles a les vins. Os problemas da vinicultura portuguesa nos princípios do nosso século vêm sintetizados no relatório preambular do Decreto de 2 de Dezembro de 1907 (João Franco), que mandou suspender durante três anos a faculdade de plantar vinhas nos terrenos situados abaixo da cota de

51 In «Les vignoblee et les vins», cap. I da obra de parceria. Le Portugal ou point de vue agricole, pp 343 e segs.