aqueles, ou seja por lhe abrirem espaço no consumo interno, ou seja por lhe garantirem uma rendosa transformação em aguardente»

Não obstante o exposto, a área vinhateira terá aumentado de 313 000 ha em 1902-1907 para 335 000 ha em 1920 e para 345 000 ha em 1929.

O ritmo de expansão nos primeiros trinta anos do nosso século foi, porém, anterior ao dos últimos tanta do século XIX. Na verdade, calculou-se, para 1878, uma área de 220 000 ha de vinha.

Terá interesse fazer um confronto entre a evolução da área de vinha nas três primeiras décadas do século XX, no continente, e as áreas destinadas a outras culturas ou, até, improdutivas.

É esse o objectivo do quadro XV, obtido a partir do estudo de Mário de Azevedo Gomes, Henrique de Barros e Eugênio de Castro Caldas, «Traços Principais da Evolução da Agricultura Portuguesa entro as Duas Guerras Mundiais» 54 Os números em causa devem, pois, ser considerados com reservas, alias, postas em evidência no trabalho donde foram tirados.

A evolução da produção no período de 1916 a 1980 conheceu, entretanto, a seguinte evolução.

Em termos de repartição regional as maiores percentagens de produção pertenciam à Estremadura, seguida do Alto Douro, Ribatejo e Minho.

Eis para o período de 1920-1924 a distribuição das quantidades de produção por províncias e respectivas percentagens em relação à produção total (quadro XVI).

Fonte: Tragos Principais da Evolução da Agricultura Portuguesa, cit.

A produção por regiões demarcadas na média do período em analise (1920-1924) dava 46 543 000 l para o Douro, 25 227 000 l para o Dão e 11 475 000 l para o vinho verde.

A exportação média anual no mesmo quinquénio traduziu-se nestes termos.

Os vinhos ocuparam o primeiro lugar entre as exportações de carácter agrícola e florestal (14 188 contos-ouro), bem distanciados dos cortiças (2153 contos-ouro), das frutas (975 contos-ouro) e da madeira (592 contos-ouro).

As saídas para o ultramar representaram uma pequena parcela deste volume de vinho exportado (155 130 hl, correspondendo a 689 contos-ouro) De qualquer modo, o vinho, neste período de 1920-1924, representou a principal exportação agrícola da metrópole para o ultramar, seguida, de longe, pelo azeite (544 t e 111 contos-ouro) e pelas madeiras em obra (69 contos-ouro) 55. O período do pós-1.º Grande Guerra foi caracterizado, no plano internacional, por unia intensa actividade, que culminou na criação do Office Internacional du Vin (O. I. V. ) 56

Em Julho de 1928 reuniram-se em Paris representantes das cinco maiores potências produtoras de vinho. Espanha, França, Grécia, Itália e Portugal.

55 Traços Principais da Evolução da Agricultura Portuguesa, cit., pp 178 e segs.

56 Cf A Guerra Tenreiro, «Douro - A crise mundial dos vinhos», in Anais do Instituto do Vinho do Porto, 1945, vol. 2.º, pp 79 e segs , nomeadamente a pp 202 e segs.