Na primeira, com maior queda pluviométrica, aproximamo-nos do clima atlântico, a segunda, de chuvas mais escassas, liga-se ao Ribatejo.

O pinhal é o senhor destas montanhas Junto dos núcleos populacionais o homem multiplicou um esforço secular, traduzido em olivais.

Nos concelhos de Pampilhosa da Serra, Oleiros, Proença-a-Nova e Castanheira de Pêra a vinha aparece muito dispersa e da importância insignificante no seu conjunto. Pode mesmo dizer-se que não vence os 6000 m.

Nos concelhos de Pedrógão Grande e Vila de Rei a dispersão e raridade são ainda notas dominantes, embora, a descair mais para o Baixo Zêzere, se possa falar de povoamentos com algum interesse.

De qualquer modo, em toda a área são os «bardos» que predominam, delimitando campos de cultura.

Um terceiro grupo de concelhos (Figueiró dos Vinhos, Ansião, Ferreira do Zêzere, Tomar, Vila Nova de Ourem e Abrantes) revela já mais algum interesse vinícola, se bem que relativamente modesto.

Nas zonas calcárias os vinhos são alcoólicos, palhetes e de boa qualidade.

A pulverização da propriedade é uma nota dominante Uma boa parte dos agricultores não tem produções médios superiores a uma pipa.

A zona da Beira Baixa é limitada a norte pela Beira Transmontana, a nascente pela Espanha, a sul pelo Tejo e n poente pela linha que diferencia na (província a charneca do campo.

A seca da Gardunha serve de indicador para a distinção de duas subzonas. A norte da Gardunha, chuvas mais intensas, clima com maiores tendências atlânticas, a sul da serra, menores alturas pluviométricas, clima ibero-mediterrânico.

Nos concelhos da Covilhã e de Belmonte a vinha tem alguma importância, ao contrário do que acontece na subzona ao sul da Gardunha, em que a sua presença é insignificante.

Os vinhos produzidos silo do tipo palhete e alcoólico. Consomem-se na zona, nomeadamente na Covilhã e em Castelo Branco.

A zona do Oeste ou de Torres Vedras é a zona vinhateira mais importante das áreas de intervenção da Junta Nacional do Vinho.

Aqui se localizam os concelhos de maiores produções, como se pode concluir dos valores constantes do quadro XXIX.

A propriedade tem maior dimensão Assim, os produtores até cinco pipas representam menos de 50 por cento da produção total, os de cinco a dez pipas, à volta de 22 por cento, os de dez a vinte pipas, mais de 14 por cento, e os de vinte a cinquenta pipas, perto de 10 por cento.

Os vinhedos aos concelhos grandes produtores cobrem encostas e vales em grandes manchas.

Na zona litoral predominam os vinhos brancos e no interior, os tintos.

Os vinhos tratos, carregados e alcoólicos, têm sido considerados como vinhos de lote Uma parte da produção dos vinhos brancos tem sido destinada a queima, nos anos de grande produção.

Lisboa constitui o grande centro consumidor dos vinhos do Oeste.

A zona Ribatejana compreende s província do Ribatejo, som os concelhos de Alcanena, Torres Novas, Entroncamento, Vila Nova da Barquinha, Constância, Abrantes, Sardoal, Tomar e Ferreira do Zêzere e com a freguesia de Canha, do concelho do Montijo.

As vinhos sob a forma de cultura baixa nas aluviões modernos das margens do Tejo - campo - atingem desenvolvimento invulgar e produções unitárias altamente compensadoras.

Na margem direita do Tejo os terrenos do miocénico lacustre apresentam já formas orográficas com alguma altitude Formam os solos denominados bairro Os vinhedos que os cobiem têm produções unitários relativamente mais modestas.

Na margem esquerda, para lá do limite das inundações, estende-se a charneca miocénica e pliocénica. A vinha ainda aqui tem presença, numa propriedade mais dividida e que, no decorrer dos anos, tem sido frequentemente explorada sob a forma de arrendamento ou foros.

Na aluvião predominam os vinhos broncos da casta Fenão Pires.

Os vinhos da charneca, ainda predominantemente brancos, são muito graduados. Paia asso contribui a natural secura do solo.

No campo da margem direita, à medida que se caminha para a noite, ou seja para a faixa miocénica dos bairros, passam a predominar os vinhos tratos, bastante graduados, já semelhantes aos de Torres Vedras.

Os vinhos da aluvião têm sido destinados, em certa medida e perante os condicionalismos da economia vinícola, à queima. Os vinhos da charneca têm constituído bom lote paro vinhos menos graduados da aluvião e matéria-prima de boa qualidade para o fabrico de licorosos.

O escalonamento da produção total desta zona em anos passados permite constatar que 55 por cento da produção pertencia a lavouras com menos de cinco pipas, 20 por cento a lavouras entre cinco e dez pipas, 13 por cento a lavouras entre dez e vinte pipas e 7,5 por cento a lavouras entre vinte e cinquenta pipas.

A seguir se discuminam as produções por concelhos verificadas nos últimos quatro anos.