dimento social na viticultura, etc., encontram-se hoje desactualizados 63
O mesmo acontece, repete-se, quanto aos importantíssimos sectores dos custos de produção Refira-se a oportunidade de um conhecimento da diferenciação regional dos custos até para aferir de orientações nos domínios do condicionamento do plantio da vinha À descida dos custos de produção constituirá elemento essencial para o êxito de uma política de concorrência nos mercados externos.
Assim, um voto a formular, é o de que estes problemas sejam objecto de estudo atento e continuado.
A urgência na realização de um cadastro vitícola, e sua consequente actualização, insere-se entre as exigências de base para a formulação e execução de uma política da vinha e do vinho.
Saliente-se, complementarmente, a indispensabilidade de estatísticas pormenorizadas e actualizadas.
O ano de 1982 foi o ano r e corá da nossa produção manifestada 1 526 807 108 l Nos últimos anos a produção manteve-se a baixos níveis, o que, tal como já acontecera no tempo de João Franco, contribuiu para a normalização ocasional e automática do problema dos excedentes.
O confronto da produção com as capitações do consumo (quadro IV) revela que estas acompanharam, noa últimos anos, a baixa produção, situando-se em 1970 com menos 80 l por habitante do que em 1957!
A serem exactos tais elementos, poderá também perguntar-se em que medida o êxodo rural e a própria alteração nos hábitos de consumo das populações portuguesas não se estão a reflectir no consumo do vinho.
Deste modo, aspectos e considerações constantes do n.º 8 deste parecer poderão ser meditados, tendo em. conta a realidade portuguesa.
Estará generalizada entre os nossos vinicult ores a ideia de que o vinho é um produto comercial e, em tal sentido, ter-se-ão adoptado estratégias adequadas ao fomento da procura?
A verdade é que presumíveis incrementos de consumo resultarão, nos tempos próximos, mais de um aumento de capitação do que de um crescimento demográfico,
Virgílio Dantas, «O custo de produção do vinho (noções gerais O caso do concelho de Alenquer)», Anais, 1949, pp 141 e segs,
Américo C. Miguel, «Generalidades sobre o custo de produção do vinho (método da conta de cultura total O caso de Almeirim)», Anais, 1950, pp 159 e segs ;
Rogério V de Oliveira. «O custo de produção do vinho no concelho de Torres Vedras (sua determinação pelo método da conta de cultura total)». Anais, 1951. pp 185 e segs,
Também no trabalho algumas vezes citado. «Alguns aspectos da economia do vinho em Portugal», Anais, 1956, a pp 135 e segs , se encontram elementos de interesse para este problema dadas até as actuais perspectivas tão pouco animadoras quanto a este último aspecto.
A concorrência de outros produtos no mercado interno pode ser estimulada por actores, como certos hábitos de consumo adquiridos no ultramar ou pela emigração Será o caso da cerveja e, até, do whisky e do champanhe.
Tal como a Câmara de Lisboa, em 1689, se insurgira contra o consumo de cerveja, também boje o problema se poderá par, merca de uma alteração de hábitos a que a própria permanência das camadas jovens no ultramar não será estranha.
Quanto ao whisky e ao champanhe, o quadro XXXI revela a evolução das importações no período de 1964 a 1970.
Fonte: Junta Nacional do Vinho, relatórios e contas de exercícios.
Na medida em que os condicionamentos ao consumo de certas bebidas desapareçam ou abrandem, é, pois, natural uma intensificação nas respectivas importações.
A posição do País perante as associações económicas internacionais não permite minimizar as consequências que poderão resultar de novas situações para estes problemas.
Refira-se, finalmente, o caso das falsificações, «o mais danoso e terrível inimigo da viticultura», no dizer do legislador de 1907.
Já em 1928, pelo Decreto n.º 16 193, de 30 de Novembro, se proibia o emprego da baga do sabugueiro no fabrico, preparo e tratamento de vinhos.
Não dispõe esta Câmara de elementos para avaliar da amplitude das falsificações em matéria de tratamento e comércio de vinhos O melhor conhecimento de tais práticas nocivas e uma constante actuação rio sentido de as reprimir não deixarão, contudo, de interessar grandemente à defesa da produção vinícola nacional.
As variações no número de manifestantes, de ano para ano, são sensíveis O quadro XXXII revela a sua repartição por distritos, na área da Junta Nacional do Vinho no período de 1964 a 1969.