meu muito apreço, respeito e consideração, certo de que o nosso objectivo é de podermos ser úteis à gente portuguesa espalhada por todo o Mundo, num magnífico exemplo multirracial e pluricontinental, merecedora de tudo em que a possamos servir.

Igualmente nesta minha primeira intervenção não quero deixar de saudar o venerando Chefe do Estado, símbolo da unidade nacional e exemplo dos portugueses das várias parcelas do território nacional Para a imprensa, que tão eficientemente tem colaborado neste período legislativo, apresento os meus cumprimentos amigos, certo de que continuará a cumprir a transcendente missão de bem informar a Nação Portuguesa e o Mundo em geral.

Sr Presidente: É lícito lutar por um ideal que corresponda aos seus legítimos anseios Lutar, contudo, como homens civilizados, usando as armas da razão, pela palavra e respeito pelas convicções alheias, evidenciando assim a maturidade da sua consciência cívica.

É preocupante a série de actos de subversão e de terrorismo indiscriminado e selectivo que se vem verificando no chamado «mundo civilizado» São actos repugnantes e macabros praticados por entes desprezíveis, verdadeiras «feras humanas» destruidoras do seu meio ambiente, os quais se mantêm seguros nas disposições legais, que os tratam como seres humanos, mas de que, no fundo deles, apenas têm figura.

As divergências de opinião política, sediadas no ódio, na intolerância e no terror, ferem a consciência dos povos.

As dolorosas experiências da História não têm dado ao homem a verdadeira dimensão do horror e da tragédia que o conduzam a arrepiar o caminho da subversão dos valores da lei, única fonte possível de estabilidade e justiça capaz de reinar entre os homens.

Os hediondos, desumanos atentados pessoais, nunca conduziram, nem conduzirão jamais, ao estabelecimento da ordem justa, que é a aspiração máxima da consciência social Antes pelo contrário, a violência desencadeia sempre a violência, ali mentando o processo desastroso das perversidade acumuladas, do sectarismo, dos campos humanos intolerantes e vesgos.

Nós só teremos a beneficiar com o firme e justo repúdio do crime e das soluções de força dementadas, para um mundo melhor de compreensão entre os homens, no seu entendimento, na conquista da justiça social, e de mais entre nós, na prossecução dos princípios que informam o Estado Social.

Na nossa civilização ocidental o retrocesso sócio-cultural de alguns inadaptados, que se evidenciam pela prática de acções tão abjectas como condenáveis, não deve continuar. Temos de estar cada vez mais atentos e firmes contra a nova forma de terrorismo. Torna-se necessário o uso da autoridade com rigor para manter a paz. A ordem tem que ser mantida com o máximo rigor, o que não exclui legalidade e justiça.

Não podemos nem devemos ignorar os ataques metódicos e persistentes, de poder ofensivo crescente, das forças de subversão, que em perfeita conjugação de esforços operam interna e externamente no nosso país.

Vou fazer, seguidamente, um resumido relato das acções violentas, com utilização de engenhos explosivos, registadas no nosso país desde 1970.

No dia 18 de Maio de 1970, em Lisboa uma encomenda armadilhada, deixada no Café Monte Cario, provocou ferimentos num empregado do Café Responsável pela acção indeterminado.

No dia 26 de Outubro de 1970, em Lisboa sabotagem do navio Cunene, colocação de duas cargas explosivas no costado Provocou um rombo considerável Responsável pela acção ARA (Acção Revolucionária Armada).

No dia 19 de Outubro de 1970, em Lisboa deflagração de engenhos explosivos em três locais diferentes.

Junto da Escola Técnica da Direcção-Geral de Segurança, provocou a morte de um jovem operário, que se julga encarregado da sua colocação, produziu ferimentos em pessoas e danos no edifício.

No Cais da Fundição, em Santa Apolónia, entre a bagagem para embarque no navio Niassa, provocou elevados prejuízos materiais Responsável pelas três acções ARA. No dia 8 de Março de 1971, em Tancos sabotagem a meios militares, colocação de engenhos explosivos no hangar da B A de Tancos. Provocou a destruição de material aéreo, de voo e danos no edifício Responsável pela acção ARA.

No dia 31 de Junho de 1971, em diversos locais de Lisboa, sabotagem a meios de comunicações e de condutores de alta tensão, visando perturbar a conferência da N A T O , colocação de cargas explosivas nos cabos de telecomunicações da estação dos CTT na Praça de D. Luís e em postos de alta tensão em Sacavém e Belas Provocou prejuízos nas comunicações com o estrangeiro e transtornos para o normal consumo de energia eléctrica Responsável pela acção ARA.

No dia 5 de Junho de 1971, na Moita do Ribatejo encomenda armadilhada, dirigida pelos CTT ao Sr Presidente da Câmara, provocou ferimentos no destinatário e no administrador de bairro da Baixa da Banheira Responsável indeterminado.

No dia 26 de Julho de 1971, na Figueira da Foz tentativa de sabotagem numa lancha dos estaleiros navais, colocação de um engenho explosivo que foi detectado e levantado. Responsável pela acção indeterminado.