nessa maquiavélica táctica de deixar arrumar a lavoura para que depois seja barato e fácil reconvertê-la Modificar a situação é urgente e é necessário Talvez não seja necessária tanta gente e talvez seja Questão de a diferenciar nas suas funções É necessário que o produto bruto por activo agrícola seja igual ao de um activo não agrícola - e que se o não for o seja, o rendimento disponível pelo agente agrícola que trabalha É necessário que a preparação profissional, desde o investigador ao mais humilde operário da terra, seja verdadeiramente adequada às circunstâncias É necessário muita legislação, novas estruturas jurídicas, um propósito deliberado de, sem eliminar a liberdade da exploração familiar ou do cultivador individualista ou dos cultivadores que se sacrificam nas áreas difíceis, conseguir em breve prazo o objectivo de uma predominância de explorações com dimensão, gestão e rentabilidade convenientes

Como se sugere no IV Plano de Fomento, através de em presas públicas, das fórmulas de associativismo quer da agricultura de grupo, quer de formas de gestão de património fundiário, quer de formas empresariais jogando com esquemas de arrendamento adaptados às circunstâncias, parece possível e conveniente que estes modelos possam ser desencadeados e conduzidos a obter êxito com máxima brevidade.

Uma estruturação geral, por todos desejada, creio-o bem, é urgente, é necessária e é possível Tanto como a reestruturação do regime de condicionamento do plantio da vinha. Mas a criação de condições para o aumento qualitativo e quantitativo do sector terciário das gentes da agricultura, em meu parecer, sobreleva todas as restantes necessidades As mais belas ideias perdem-se se não houver homens que as realizem.

Se as nossas teorizações puderem ser aplicadas ao terreno por homens sensatos e competentes, apoiados por estruturas funcionais, eu posso crer que poderemos decidir com o sentido posto numa viticultura séria, competitiva no concerto dos mais produtores, com potencialidades que ultrapassarão as nossas previsões.

No caso contrário já o grande capital vai tomando posições para realizar com bons lucros o que a agricultura imaginou mas não soube ou não pôde conseguir.

Vozes: - Muito bem!

de lei, única e simplesmente com o objectivo de trazer alguma contribuição, embora modesta, para que o diploma em apreço, se vier a ser aprovado - como se impõe -, possa contemplar também na sua finalidade e objectivos uma das regiões expressivas na produção de vinhos de marca deste país - a região do vale do Tâmega.

Com efeito, tradicionalmente produtora dos apreciados vinhos verdes, cuja região demarcada se estende do Minho ao Douro Litoral, tem esta região, ao longo do tempo, investido todo o seu trabalho e devoção à cultura do vinho numa luta árdua e penosa para sobreviver. Terrenos cuja vocação é a cultura da vinha e a floresta, sem outras possibilidades de granjeio, ou perspectivas de rendimento, para além disso, já pela natureza do terreno, alcantilado e dividido em pequenas glebas, já pelas suas condições climáticas pouco aliciantes a outras culturas, é na produção vinhateira, especialmente, que põe todas as suas esperanças e será por ela também que, estóica e c orajosamente, se propõe continuar uma vida de trabalho na difícil e verde profissão que lhe legaram gerações que fizeram aquelas terras É evidente, por isso, o interesse de que se reveste o diploma referido para aquela extensa região e a expectativa que se criou à sua volta como provável fonte dinamizadora da cultura do vinho, do qual dependem as suas gentes e uma boa parte da sua economia.

E, da análise que sumariamente fizemos a essa actividade e ao espírito e à letra do diploma em discussão, ficou-nos a ideia de que o documento em causa se ajusta perfeitamente ao interesse de quantos, pugnando pela defesa de qualidade das vinhas da região, vêem nas medidas que o legislador propõe na referida proposta de lei, os meios de legitimar as suas aspirações- defesa da qualidade

Na verdade, tudo quanto sirva para disciplinar a cultura da vinha, quer na exigência de qualidade das cepas, da exclusão total e completa do produtor directo», da fiscalização da própria preparação do vinho, em suma, da melhoria do produto, merece o nosso aplauso e o aplauso daquelas gentes que generosamente se devotam ao amanho da terra e fazem do seu trabalho uma profissão de fé.

Dentro deste pensamento e como acto de justiça a exaltar o merecimento do trabalho apresentado, damos-lhe o nosso inteiro aplauso na generalidade, sem prejuízo, todavia, de alguns reparos que nos sugeriu a sua apreciação, e desejaríamos trazer ao alto apreço de V. Ex.ª, Sr Presidente, e desta Assembleia.

Na verdade, uma grande parte das gentes daquele vale ficaram, ao longo destes sete anos, indecisos se haviam ou não de fazer plantações As vinhas foram-se definhando, a produção manteve-se no seu nível normal e quiçá, em certos casos, abaixo desse nível. Uns quantos, mais ousados e confiados na clemência da Administração, foram plantando ou renovando os seus vinhedos e, só por isso, a produção não baixou desastrosamente Já hoje, com falta de vinho para a exportação e até para o mercado interno, poderemos facilmente aferir do que se estaria a pás-