conhecida a região de proveniência e pode abrir-lhe perspectivas turísticas que a venham valorizar no plano regional. É o caso a que já ouvi chamar «das estradas do vinho».

Sr Presidente Os vinhos anónimos dificilmente terão acesso ao mercado internacional, pelo que é fundamental o apoio à melhoria da qualidade e à transição de uma exportação de massas vínicas a granel para lotar para uma exportação de vinhos de marca.

É que, nos hábitos de consumo alimentar dos países desenvolvidos e industrializados, começa a figurar o vinho de mesa, como bebida aprazível, cuja generalização se vai processando a crescentes camadas de pessoas. Ora, nós temos de aproveitar esta conjuntura e batermo-nos por que se enraízem esses hábitos, por forma a marcarmos uma posição de maior prestígio da nossa exportação, numa perspectiva de longo prazo, e não meramente ocasional.

Sabemos quanto pesa na nossa economia a vitivinicultura e as cambiais que representa para o equilíbrio da nossa balança de pagamentos. Em suma, valorizar ao máximo o produto criando a «imagem apetecível da boa marca», para cobrarmos caro, não pode deixar de ser a política a seguir e sem perigos de vir a ser destronada por aquela outra da quantidade. Mas para se obter um mais completo sucesso há que difundir as vantagens da associação das tecnologias actualizadas de produção e das modernas técnicas de intervenção, de comercialização e de marketing.

Sem uma boa rede comercial, sem empresas de nível internacional, sem intervenções atempadas por parte das entidades oficiais na constituição de stocks ou na queima de vinhos anónimos não consumidos, sem o incremento da criação e dinamização das cooperativas e a sua articulação com os organismos representativos da lavoura, sem um melhor dimensionamento da exploração - para se cuidar da qualidade, custos mais baixos, constituição de stocks -, podemos não beneficiar convenientemente e em toda a sua extensão da única política possível para um país com as aptidões naturais do nosso e com custos relativamente elevados, quando confrontados com os da produção mecanizável da planície.

Vozes - Muito bem!

rendibilidade e custos de produção mais baixos. Todavia, pode surgir a necessidade de condicionamento de quantidade para as zonas de planície, na medida em que as altas produções que aí se podem obter conduzam a uma anarquia nos mercados e a uma concorrência prejudicial dos vinhos de qualidade e a excessos de produção que podem fazer entrar em grave crise económica as zonas tradicionais.

O Sr Castelino e Alvim: - E os vinhos de boa qualidade da planície?

O Orador: - Pois se são vinhos de boa qualidade e de zonas tradicionais.

O Sr Castelino e Alvim: - Ou demarcadas?

O Orador: - A proposta de lei, como V. Exa. sabe, é um pouco confusa entre zonas tradicionais e demarcadas.

O Sr Castelino e Alvim: - Talvez na opinião de V. Exa. , pois que o critério exposto na proposta do Governo é tão claro e simples como evidente!

O Orador: - O que interessa é a qualidade, Sr Deputado

O Sr Castelino e Alvim: - É o que eu mantenho também e o Governo na proposta de lei

O Orador: - Esperemos que assim seja.

O Sr. Castelino e Alvim: - O Governo, Sr. Deputado, não tenha dúvidas disso, regulamentará esta lei de acordo com os nossos votos e seria grave ofensa à lisura da sua actuação pensar, sequer, que o Governo poderia seguir processo que, ao de leve, sequer se apartasse desse.

O Orador: - Também eu acredito, Sr Deputado, e não duvido das intenções do Governo. Mas seria conveniente que na lei ficassem perfeitamente definidos determinados critérios e princípios sobre os quais não hajam dúvidas.

O Sr Castelino e Alvim: - V. Exa. dá-me novamente licença?

O Orador: - Faça favor

O Sr. Castelino e Alvim: - Agora é que eu fiquei confuso.

Pareceu-me que V. Exa. princípio elogiava a lei por adoptar como critério base o da qualidade, mas, pelos vistos, parece agora querer distinguir entre os vinhos de montanha e os vinhos de planície.

Quer dizer V. Exa. atribui ao vinho de planície má qualidade e ao vinho de montanha boa qualidade. Será assim?

O Orador: - Não é isso, Sr. Deputado. O que eu quero dizer é o seguinte é que na demarcação de zonas deve presidir o critério da qualidade