Alterou-se substancialmente, porém, a distribuição da sua população concelhia:
A fazer fé nos últimos números apontados: 180 000 habitantes para o concelho de Oeiras em 1970, mas 110 000 só à sua parte creditados à freguesia da Amadora, e poderão pecar é por defeito, ter-se-á dado um forte surto explosivo sob o ponto de vista demográfico para o interior, no seguimento do eixo de Benfica para Queluz (Sintra), que todos, aliás, poderemos apreciar. E algo mais atenuadamente se passou com Carnaxide, freguesia a rondar - deve tê-lo actualmente ultrapassado - os 40 000 habitantes, nos altos do Jamor, mas por via aí do Dafundo-Cruz Quebrada. Significa, assim, que a freguesia onde tem assento a sede concelhia (Oeiras e S. Julião da Barra) viu apagar-se a sua representação demográfica no concelho de 43% em 1864 não representa hoje em dia já mais do que 21% do total, à Amadora cabendo mais de 60 %, sem que lhe tenha correspondido uma delegação de poderes e uma atenção suficiente para que o interior do concelho encontre a devida administração e solução dos seus problemas.
É certo que foram criados pelo Decreto n.º 49 322, de 27 de Outubro de 1969, bairros administrativos em núcleos populacionais de concelhos urbanos nos arredores de grandes centros, como é o caso da Amadora, mas tem-se dúvidas de que tal haja constituído a necessária e capaz solução (com as actuais atribuições) para a grandeza e acuidade dos problemas que suscita tão espectacular desenvolvimento urbanístico, demográfico, económico e social desta e de outras freguesias limítrofes da cidade de Lisboa.
Pode até entender-se que unidades administrativas de uma outra dimensão e grandeza que o simples "concelho" ou o excessivo "grande distrito" importaria conceber e criar para resolver os problemas decorrentes da existência e desenvolvimento das grandes metrópoles actuais - que começam a ter expressão, igualmente, em Portugal e extravasam para além dos mais que discutíveis limites concelhios. Como se coordena a sua acção?
Mas isso levar-nos-ia longe e por caminhos do direito administrativo, onde mestres consagrados e ex-alunos já distintos, a prolongarem "escola", bem poderão dizer de sua justiça e direito. Cala-se, pois, o atrevido.
Mas como lamentamos que Castelino e Alvim não haja concretizado a ideia de aviso prévio que chegara a referir no decurso da X Legislatura sobre "Revitalização da vida municipal"! Aí se teria, sem dúvida, boa ocasião para debater, além da problemática dos restantes municípios, sobretudo rurais, os que afligem, assoberbam, atormentam as gentes das grandes metrópoles e áreas circunvizinhas em todo o mundo, em Portugal também.
Fiquem estes simples apontamentos, tomados ao correr da pena, como chamamento da atenção do Governo para essoutro domínio do ordenamento do território, da divisão político-administrativa e da organização social dos espaços em meios urbanos, em período de incrementada-industrialização e desenvolvimento dos serviços, sobretudo privados, e acelerada urbanização das populações.
Que sociedade urbana nos propomos erguer nesta passagem de uma civilização eminentemente agrária a uma pós-industrial que se avizinha?
Que quadro e ambiente de vida iremos oferecer a nossos filhos e vindouros, a avaliar por algumas nótulas que apenas deixo esboçadas?
Haverá quem ainda ache de mais o que o novo Plano de Fomento, para 1974-1979, se propõe nos domínios do urbanismo e habitação?
Se pecar, é por defeito...
Vozes: - Muito bem!
O Sr. Constantino Goes: - Sr. Presidente: São para V. Exa. as minhas primeiras palavras. Palavras de respeitosos cumprimentos pela dignidade com que V. Exa. tem orientado os trabalhos desta Assembleia e soube elevar-se de maneira a merecer o respeito e a consideração de todos os elementos que a constituem.
Queira, pois, V. Exa. receber os mais cordiais sentimentos de respeito, consideração e de dedicado espírito colaborador, com a certeza da mais profunda admiração.
Srs Deputados. Para V. Exa. vão a garantia de uma leal e franca colaboração e a certeza de um respeito mútuo que a todos dignificará.
Sr Presidente e Srs Deputados. Na intervenção que o Deputado Jorge Botelho Moniz fez nesta Assembleia quando da discussão da proposta de lei referente ao IV Plano de Fomento disse:
Quanto a infra-estruturas, apontarei especialmente na sequência de estudos e sugestões da Comissão de Planeamento da Região de Lisboa, na qual o distrito de Setúbal se integra, os seguintes problemas.
Urgência da construção do prolongamento da Auto-Estrada do Sul, dada a actual saturação da estrada até Setúbal,
Necessidade de melhoria das ligações fluviais entre as duas margens do Tejo, utilizadas