Por sua vez, o tráfego na ponte sobre o Tejo tem seguido o seguinte ritmo, no que respeita às pontas diárias.

O crescimento nos últimos anos tem sido tão espectacular que somos levados a concluir estar a ponte bastante próxima da sua saturação.

As pontas mínimas atingem tais valores que, mesmo com o trânsito que se dirige para Almada e o que se subdivide em Coina, estamos perto de atingir valores em Setúbal que justificam absolutamente o prolongamento da Auto-Estrada até essa cidade.

Por sua vez, o parque automóvel nacional tem evoluído nos seguintes termos

Ora, é preciso não esquecer que grande parte destas viaturas se encontram na região de Lisboa, de que a parte norte do distrito de Setúbal é parte integrante.

De Setúbal saem diariamente das fábricas de montagem de automóveis mais de 120 veículos, que na sua quase totalidade se dirigem a Lisboa, atingindo o valor anual de 35 105 (números de 1973).

De Lisboa, onde são desembarcadas, vêm as peças para os Datsuns, que representam neste conjunto 8964 veículos.

Todo este movimento se processa num período anterior ao grande desenvolvimento industrial que Setúbal vai sofrer.

E depois? O que sucederá quando o trânsito motivado pela implantação das novas unidades industriais se começar a processar?

Para se ter uma noção do que vai passar-se, lembremo-nos de que as novas indústrias vão dar origem a um movimento de mercadorias extraordinário e que muito dele se dirigirá a Lisboa. O número de empregos a criar diz bem da grandeza do problema.

Só no sector secundário teremos a criação, nos próximos três anos, de cerca de 10 000 novos postos de trabalho, o que, se lhe acrescentarmos os do terciário, originará um valor muito próximo do dobro da população ora existente.

Convém referir que das unidades já instaladas a Secil está procedendo à instalação de um novo forno, o que fará ultrapassar em muito a produção do milhão de toneladas, e que a Socel, fábrica de pasta de papel, está a fazer a modificação das suas instalações para passar a produzir 240 000t por ano.

Além disso, o movimento portuário, que até agora tem vindo a aumentar gradualmente, vai sofrer uma subida em flecha, com muitas mercadorias que se destinam à Lisnave e à Siderurgia, portanto com incidência imediata no tráfego da estrada que liga a Almada e ao Seixal.

Como apontamento, basta indicar que em 1974 se prevê uma importação de coils para a Siderurgia, feita através do porto de Setúbal, de 150 000t.

Ora, estas 150 000t são tran sportadas para o Seixal em camionetas que dificilmente ultrapassam os 40 km horários e que levam de cada vez entre 20t e 30t.

Dentro em breve começará a construção do novo Aeroporto de Lisboa, o que significará um aumento de trânsito na mesma estrada de que não podemos ainda prever o volume.

Mas a grandiosidade da obra leva-nos a crer que será enorme o movimento que irá gerar e, por conseguinte, dê origem a um tráfego de camionagem na ordem de muitas centenas de milhares de toneladas.

Julgamos desnecessário apresentar mais exemplos, até porque o desenvolvimento não é apenas de Setúbal, mas de toda a vasta zona que constitui a parte norte do distrito, o que tornará o problema muito mais agudo.

É o desenvolvimento permanente do Seixal, no que respeita a indústrias e habitações, é o crescimento extraordinário do Barreiro e Moita, como grandes centros residenciais e industriais da margem sul, é todo um movimento que se processa no Montijo,