de drogas), os nossos interesses colectivos impõem e legitimam sanções adequadas e conducentes ao restabelecimento do equilíbrio social

O Sr Morais Barbosa: - Muito bem!

O Orador: - Não compreendo por que razão os escolares discentes hão-de reclamar ou invocar regalas ou direitos mais favoráveis do que os dos operários ou jovens operários, e ficarem impunes (ou serem punidos com benevolência) quanto às destituições e danos que causam

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Haveria alguém que olhasse benevolentemente os operários ou os jovens operários que destruíssem, porventura, as casas económicas ou as instalações de repouso e de tratamento a eles destinadas? Estou certo que não. Ninguém usaria de benevolência na apreciação desses actos destruidores Se assim é, porque se há-de então de minorar a sanção adequada aos escolares que cometam delitos comuns de destruição de bens e que insultem e agridam os seus próprios professores?

Não. A situação anárquica não pode manter-se. É, em si mesma, uma afronta aos que mourejam no trabalho árduo para conseguirem sobreviver ou viver dignamente em sociedade. Só por culpa nossa e dos demais responsáveis se manterá, se quisermos, um foco de movimento anárquico que está a destruir o património da colectividade, criado por todos os que trabalham E não receio afirmar, até, que a sociedade não deverá ter lugar para quem não trabalhe e não participe nela com objectivos úteis

Sou contra qualquer espécie de abstencionismo. O abstencionismo é a negação do homem, do homem dignificado servido de vontade e de inteligência atributos que o projectam, necessariamente, para a acção Por isso, e na sequência lógica deste meu entendimento, condeno, inexoravelmente, todas as ideologias das organizações sociais e políticas que frenem ou dificultem a participação activas constante do homem nos múltiplos problemas da vida da sociedade em que está inserido por vocação natural inalienável.

Sr Presidente e Srs Deputados Senti-me particularmente à vontade para falar como falei. Fui coerente Não enjeito o facto de ter pertencido à M P

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Não tenho de que me envergonhar. Animava-me, então, como agora, um inultrapassável respeito e uma profunda dedicação petos menos favorecidos de bens

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Estudante de liceu, ocupava, ao tempo, as manhãs dos domingos, voluntariamente, na educação cívica dos filiados do Centro Extra-Escolar n º 3 da M P, no Porto, dos filiados que, durante os dias úteis da semana, trabalhavam como jovens operários Desde muito cedo que sinto os seus problemas. E, porque tive e tenho que lutar para vencer a vida, sei como é doloroso ver os que o não conseguem, por razões independentes de suas vontades

Tudo isto justifica, por sua vez, a minha repulsa por todos aqueles jovens escolares que esbanjam saúde, tempo e dinheiro, e que, por isso, se tornam elementos perniciosos da colectividade

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Tudo quanto expus justifica, afinal, que seja defensor acérrimo da ordem e inimigo intransigente da anarquia

Terminei Mas antes quero agradecer a V Ex.ª, Sr Presidente, e a todos VV. Ex as, Srs Deputados, a paciência com que me ouviram E creio que o melhor cumprimento que posso dirigir a VV Ex.ªs é o de reconhecer terem conseguido de mim uma abertura total, só possível pela muita consideração que VV Ex.ªs souberam conquistar de modo indelével Afinal, o mérito da minha saudação está só no próprio mérito de VV Ex.ªs, Sr. Presidente e Srs Deputados

Vozes: - Muito bem!

O Sr Gonçalves de Abreu: - Sr Presidente, Srs Deputados Embora a agricultura não alicie ninguém a trabalhá-la e a continuá-la, como já aqui dissemos no apreço à proposta de lei do plantio da vinha, a verdade é que é dessa actividade que depende a subsistência da humanidade e a produção de matéria-prima para muitas indústrias básicas

Cuidar dela, desenvolver a tecnologia adequada ao , seu granjeio e melhoria de rendimento, estudar as condições ecológicas da terra e promover o seu cultivo de modo eficiente e rentável é o que, a nosso ver, se impõe realizar sem delongas nem descrenças para que ela sobreviva e possa vir a ser uma actividade rentável como qualquer outra Mas para se realizar esse objectivo, não basta o amor que se dedique à terra, o carinho que se ponha no seu granjeio, a perseverança dos que têm fé É preciso mais do que isso É preciso técnica Tal como em qualquer outra actividade, a lavoura precisa da sua tecnologia, de homens preparados para ensinar a trabalhá-la por métodos mais evoluídos Precisa de quem saiba aconselhar quais os produtos orgânicos ou químicos que melhor se ajustem ao tratamento e preparação da terra, ao cultivo das melhores produções, à técnica de preservação dos frutos, ao seu tratamento posterior, em suma precisa de monitores que ajudem os homens do campo a produzir mais e melhor Isto não é novidade para ninguém

A própria Administração tem multiplicado as escolas para a formação de profissionais da terra, de jovens com vocação para regerem cursos alusivos à actividade rural. Todavia, esses profissionais não são em número capaz de satisfazer as necessidades que se vivem neste sector da produtividade, e se não tivermos quem cuide da terra, que abra novos caminhos na técnica de a trabalhar, que permita a obtenção de maiores rendimentos que compensem razoavelmente quem cuide dela, cedo virá o dia em que, cansados e desiludidos, os poucos lavradores que restam ainda acabem por abandoná-la.

Para que isso não suceda ê imperioso que se criem novas escolas para a formação de regentes agrícolas, e que depois se proporcione a essa gente condições de vida análogas àquelas que têm os profissionais da indústria ou dos escritórios, segundo a natureza da