sua formação profissional E essas escolas deveriam ser criadas nos meios rurais de modo a facilitar o ensino das pessoas com mais vocação para cuidar da terra
Na explanação deste pensamento, e como cidadão intimamente ligado à terra, a viver os problemas da silvicultura e da lavoura de uma região que não tem mais nada de seu para além da terra para trabalhar, sinto natural afeição por tudo que lhe diga respeito e que possa valorizá-la. Daí que nos permitamos, com o consentimento de V. Ex.ª, Sr Presidente, sugerir à Secretaria de Estado da Agricultura o interesse de que se reveste a implantação de uma escola de regentes agrícolas no vale do Tâmega, de que Amarante é o seu centro geográfico e local favorecido Embora a criação de tal escola seja da competência do Ministério da Educação Nacional, a escolha do local terá de ser -assim o cremos- indicada pelo sector da agricultura Dos benefícios que a criação dessa escola poderá trazer para toda aquela região serão aval os c oncelhos circundantes, nomeadamente Felgueiras, Lousada, Marco de Canaveses, Baião, Penafiel e, por fim, a terra amarantina, onde mais de cinquenta mil almas, ao longo daquele vale e da floresta, têm no amanho da terra a fonte maior da sua ocupação e do seu trabalho
Confiadamente, aqui deixamos o pedido daquelas terras, que nada mais querem do que os meios para trabalhar e servir a grei.
Vozes: - Muito bem!
O Sr Barreto de Lara: - Sr Presidente e Srs Deputados Chegam-me notícias de Angola dando conta de que, vencidos múltiplos e indimensionáveis obstracionismos, foi finalmente assinada a escritura de constituição da nova empresa a que já foi ou vai ser outorgada a exploração da televisão naquele Estado
Não posso deixar de me congratular com o evento e de realçar neste breve apontamento, e sem que sinta necessidade de submeter a afirmação a referendo prévio, a enorme alegria dos Angolanos por mais esta porta para o progresso, que assim se lhes abre, E não posso também deixar passar a oportunidade de, deste lugar, dirigir os mais calorosos agradecimentos a quantos tiveram a paciência de acompanhar e apadrinhar o empenho que pus no problema, em representação do Estado de Angola e em estreita comunhão com os que lhe dedicaram todo o seu esforço e tenacidade.
o acto esteve presente, como accionista, a Radio-televisão Portuguesa, na representação do seu presidente do conselho de administração, que, segundo relatos da informação, terá prognosticado que, «ultrapassado o tempo dos milagres», só para o fim do ano de 1974 a televisão angolana poderá iniciar a sua actividade, e mesmo assim teriam os seus responsáveis que trabalhar bastante e ser modestos no pedir
Que longe estão tais afirmações da vivência angolana
Milagres, todos os dias acontecem em Angola Trabalho é o pão nosso de cada dia dos que ali vivem. E as exigências dos Angolanos não conhecem limites, sobretudo quando postos perante a insuficiência e a mediocridade
À frente da televisão angolana está gente de alto quilate e que tem bem presente «que os olhos são a janela da alma» e que não regateará esforços e talento à delicada tarefa que lhes está cometida
Portanto, estou seguro que ultrapassaremos a oblíqua previsão e que a televisão em Angola será uma realidade mais têmpora
E com mais este arranque, ultrapassados como estão integracionismos desajustados e de resultados bem funestos e sob o sol radioso da portugalidade, Angola angolaniza-se Em respeito ao estatuto fundamental do País Felizmente, pois, já lá vai o tempo que ficará na- história conhecido pela era «dos inspectores do cacimbo».
Vozes: - Muito bem!
O Sr. Presidente: - Srs Deputados- Vamos passar à
Continuação da discussão na generalidade da proposta de lei sobre o regime de condicionamento do plantio da vinha
Tem a palavra o Sr. Deputado Nunes Mexia.
O Sr. Nunes Mexia: - Sr. Presidente e Srs Deputados Ao pronunciar-me sobre a proposta de lei n º 6/XI, em apreciação, quero desde já deixar bem expressa a minha concordância quanto à oportunidade e necessidade da proposta em causa
A situação que se arrasta há muito, neste campo do plantio da vinha, não se coaduna com os superiores interesses da Nação, faz perigar os da vinicultura e alicia à fraude, criando um clima de subversão de valores, pois, do que se vem passando, somos levados a concluir que tudo se proporcionou para premiar os prevaricadores
Não é de hoje esta situação, nem só agora se procura uma legislação adequada para acabar com tal estado de coisas, mas a verdade é que o problema persiste e talvez com acuidade crescente, dado os interesses nacionais em jogo, perante os condicionalismos e oportunidades da hora presente
Causas múltiplas, como as resultantes da própria legislação e outras que se lhe adicionaram, conduziram-nos a níveis de produção que já nos obrigaram, em 1973, à importação de aguardente correspondente a 250000 pipas de vinho, e podemos estar certos que não nos encontramos preparados para satisfazer a procura crescente dos novos mercados consumidores, arriscando-nos a perder posições que o interesse nacional exige não só que se mantenham, mas que se aumentem. Há regiões em que a quebra de produção nos últimos dez anos ronda os 75 %, e se a quebra global não atinge valores mais altos do que os que hoje se verificam, isso se deve a muitas plantações ilícitas, que, por aqui e ali, foram sendo feitas, muitas delas sem ordenamento nem cuidados a ter para acautelar o futuro, sem receio de prejudicar os direitos legítimos de outros que, por cumpridores da lei, poderão vir a ser lesados nos seus interesses
Por todas estas razões impunha-se uma revisão urgente e uma tomada de posição neste campo que definisse, em termos precisos, a política do plantio