A concretização desta obra, além dos benefícios já apontados, dana azo a um surto de desenvolvimento que se poderia considerar sensacional:

Desenvolvimento da pecuária, para o que está projectado um matadouro industrial;

Ainda maior projecção na cultura do chá e aproveitamento de actividades afins;

Escoamento do chá do Malawi, o que seria ajudado pela asfaltagem da estrada Milanje-Quelimane, já projectada;

Aumento das actividades florestais, pois o distrito é riquíssimo em madeiras e são grandes as dificuldades na exportação;

Fomento de produções agrícolas várias, e, finalmente,

Aproveitamento de cerca de 1 milhão de hectares, agora improdutivos, pela drenagem de vários cursos de água e planícies alagadas para o referido canal.

Há, na Zambézia, o desejo de que as actividades privadas correspondam aos incentivos dados pelos investimentos no sector público. A Zambézia está disposta, eu o sei, a fazê-lo. Mas julgo que seria acertado escolher incentivos no sector público que tenham receptividade nas entidades particulares, que venham ao encontro das necessidades que estas manifestem e sintam, sob pena de a eles não aderirem e de lhes ficarem indiferentes. É boa a gente da Zambézia, compreensiva e acolhedora, mas sente que a solução definitiva do porto de Quelimane é a sua maior aspiração, pois lhe possibilitará as condições base para incrementar as suas actividades.

O Sr. Veiga de Macedo: - Muito bem!

O Orador: - Enquanto este problema fundamental não for resolvido, os portugueses da Zambézia não criam a confiança indispensável no futuro e hesitam muitas vezes em investir Fala-se muito, hoje em dia, em participação, e ela será total, por parte dos portugueses da Zambézia, se Quelimane tiver o seu porto.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Estão, eu sei-o bem, dispostos a continuar infatigavelmente nos trabalhos de progresso, de mãos dadas com a sua Mãe-Pátria, mas querem também sentir que são olhados com o olhar a que se sentem com direito.

O povo da Zambézia, como por português que é, é grande e nobre.

O Sr. Veiga de Macedo: - Muito bem!

O Orador: -... e saberá contornar os escolhos que lhe apareçam, desde que se sinta amparado e encorajado para o prosseguimento da grande tarefa em que todos nós estamos empenhados.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

72, processo n.º 260/2/73, da Repartição de Orçamentos da D. S A. do referido Ministério, confere aos oficiais e sargentos que tenham automóvel averbado em seu nome o direito de se abastecerem de gasolina nos seus departamentos espalhados pelo País, com certas restrições de quantidade, e suponho que a um preço inferior ao praticado no mercado normal.

Enquanto não surgiram as dificuldades de abastecimento, que presentemente atinge tais proporções que não saltamos calcular os prejuízos de toda a ordem que as mesmas originam, 05 militares em serviço de soberania no ultramar, mais objectivamente, os militares que combatem na guerra que nos foi imposta no ultramar, quando vinham à metrópole, no gozo de uma justa e mais do que merecida licença, podiam aproveitar, tranquilamente, os trinta e cinco dias que lhes são concedidos para retemperar as forças físicas e psíquicas, utilizando um carro de um parente, de um amigo ou até alugado.

Não precisavam de ser proprietários de um automóvel, até porque esta situação constitui, normalmente, uma excepção.

Perante a conjuntura actual e segundo as normas estabelecidas pelo Ministério do Exército, quanto a num injustas, esses jovens heróis item de passar uma parte das suas férias nas anacrónicas «bichas», isto quando têm a sorte de deparar com alguma, e só porque o Ministério de que dependem não considera a hipótese, aliás mais normal e mais corrente, de esses jovens não terem automóvel averbado em seu nome. Não têm, por outro lado, qualquer prioridade no abastecimento determinado pelo Ministério da Economia.

Não discuto a razão ou o direito deste tratamento de excepção de que beneficiam determinados multares, de uma maneira geral aqueles que se encontram a prestar serviço efectivo aqui na metrópole, pois são esses que, normalmente, poderão ter carro averbado em seu nome. Mas posso referir que muitas actividades de interesse público e nacional não beneficiam desse ou de qualquer outro estatuto de p rioridade, como sejam os viajantes, os homens da informação e toda a frota automóvel ao serviço da economia do País.

O que discuto, do que discordo, o que considero uma injustiça e uma ingratidão, é o não se resolver o problema do abastecimento de gasolina aos militares que vivem uma parte dos melhores anos da sua vida sofrendo e lutando abnegadamente por uma retaguarda que não lhes dispensa a atenção e o