Sr. Presidente, volto ao assunto inicial, que é o de dar uma pálida ideia do que em meu entender deduzi, repito, em meu entender deduzi, das sessões de trabalho que tiveram lugar no Departamento da Defesa Nacional.

A evolução política que se processa em África, a modificação em força de atitudes exteriores, como a própria O U A e alguns Chefes de Estado dos países negros, têm de nos levar a admitir que algum dia poderemos ter de enfrentar ataques em força com características semelhantes às de luta convencional. Assim, ainda que as nossas forças possam estar instruídas e mentalizadas para semelhante evolução da luta, urge obter as armas e os equipamentos apropriados para repelir tais ataques.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Não vou individualizar os armamentos requeridos, aliás bem conhecidos de todos os que seguiram a guerra israelo-árabe, a chamada do Kipur.

Lembro apenas que de tudo necessitamos um pouco, incluindo armas sofisticadas, que o inimigo até já utiliza. As catadupas de dólares dos países mouros donos do petróleo -com o qual exploram escandalosamente o Ocidente - concederão aos terroristas e aos que os ajudam iodos os armamentos necessários para nos destruir, por mais dispendiosos que possam ser.

A importância constante e crescente da Força Aérea e da própria Marinha em acções que se desenvolvam junto ao litoral não precisa de ser sublinhada. E, entretanto, muitas das carências das forças armadas, e agora referir-me-ia mais particularmente ao Exército, que é quem suporta a carga mais pesada, podem ser supridas rapidamente, como viaturas pesadas e certos equipamentos que se fabricam ou montam em Portugal.

Tenho afirmado nesta Casa, ao longo dos últimos quatro anos, que há necessidade de aumentar substancialmente as verbas destinadas à defesa.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Tenho dito que o inimigo está cada vez melhor treinado e armado Tenho repetido que é urgente reestruturar as nossas indústrias militares para produzirem a maioria do material de guerra ligeiro e equipamento de que precisamos e que até no estrangeiro encontraríamos mercado para os excedentes, pois o armamento é presentemente dos melhores negócios de exportação. Tenho insistido em que a coordenação de todos os meios humanos e materiais nas províncias martirizadas só pode ser eficaz através de uma única chefia, isto é, um só homem com os poderes civis e militares nas suas mãos.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Tenho dito a este respeito tudo o que penso e sobre esse entendimento nada tenho a alterar, antes vincá-lo intensamente, e mais que nunca.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - É compreensível que não deseje entrar em mais pormenores a este respeito.

O Sr. Tito Jeque: - V. Exa. dá-me licença?

O Orador: - Faça favor.

de separação aumentará.

Reconheço toldo aquilo que o Governo tem feito até aqui em benefício e tendente à paz nos nossos territórios, quer na metrópole, quer no ultramar e em toda a parte.

Só lamento que a guerra Ido ultramar já tenha muitos anos; desde 1961 que essa guerra continua a ter lugar no território nacional.

O Sr Cazal-Ribeiro: - Graças ao estrangeiro, é que ela dura.

O Sr Tito Jeque: - Infelizmente.

O Sr. Cazal-Ribeiro: - Estamos de acordos

O Sr. Tito Jeque: - Sim, graças ao estrangeiro, mas com as suas consequências, e respondo-lhe: ...

O Orador: - Não, Sr. Deputado, não poderá responder agora, pedirá a palavra ...

O Sr. Tito Jeque: -. . talvez estejamos a pagar o erro do passado.

Eu não sou contra a presença do branco no ultramar, assim como também não sou contra a presença do negro no continente europeu.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Tito Jeque: - Dos erros do passado, que estamos a pagar, derivam as piores consequências para o nosso povo, tanto brancos como negros ou outros, tanto na metrópole como no ultramar Erros da má administração, que não dependem dos actuais governantes, isso sim é que nos tem preocupado, isso é que tem sido o sacrifício de todos, isso é que é pena que ainda persista, porque o lugar chega para todos, tanto no continente como no ultramar.

Vozes: - Muito bem!