Porque a nossa resistência constitui uma forte barreira à expansão do comunismo internacional e à de outras forças imperialistas.
Esta a razão única porque querem demolir a nossa resistência e tornar vulneráveis e submissas essas terras portuguesas para as partilharem e transformarem depois em campos de lutas, de concorrência e de ambição daqueles imperialismos que provocariam a escravidão de brancos e de pretos que hoje vivem livres à sombra da bandeira portuguesa.
O certo é que a juventude se apresenta orgulhosamente a cumprir o seu dever militar, patenteando toda a sua generosidade na defesa dos legítimos interesses da Nação, não regateando sacrifícios e o próprio sangue para escrever belas páginas de heroísmo que se acrescentam àquelas que constituíram a nossa epopeia ultramarina.
Vozes: - Muito bem!
O Orador: - Lembremos aqui e prestemos homenagem aos nossos mortos, que exigem a coesão de todos os portugueses.
Decorreram treze anos e os nossos inimigos estão como no primeiro dia, vivendo fora das nossas fronteiras, protegidos em territórios estrangeiros, onde têm campos de treino, apoios diversos, armas e dinheiro e onde os não podemos eliminar, pelo respeito que devemos às outras nações. Continuam, é certo, a tentar provocar perturbações internas, criando-nos dificuldades de toda a ordem, mas, felizmente, sem atingirem os seus principais objectivos.
As nossas províncias de além-mar, com especial relevo para os Estados de Angola e Moçambique, permanecem devotadas a um ritmo de desenvolvimento que surpreende todos aqueles que as visitam, mesmo os mais suspeitos, que ali se têm deslocado com a intenção, talvez, de encontrarem matéria para engrossar a campanha de maledicência contra a nossa política ultramarina
Durante estes anos, não conseguiram nem vencer-nos militarmente nem infligir-nos reveses que pudessem diminuir a nossa capacidade de realizações
O Sr Veiga de Macedo: Nem conseguiram nem conseguirão.
O Orador:-Muito bem! Não conseguiram também instalar-se em qualquer parte de Angola, da Guiné ou de Moçambique, e o simulacro de soberania de um governo fantasma criado pela mente de dirigentes terroristas que se dizem libertadores da nossa Guiné foi já desmascarado publicamente, pois não só a Guiné permanece portuguesa, como as suas populações, compostas de diversas raças, continuam unidas e irmanadas pela vontade comum de viver livremente dentro da Nação Portuguesa.
Vozes: - Muito bem!
O Orador: - Ao recordarmos estes anos de luta, o nosso reconhecimento vai para todos aqueles, civis e militares, soldados da metrópole e do ultramar, que, em terra, no mar e no ar, têm pugnado pela independência da Pátria e pela sobrevivência de uma comunidade livre
Vozes: - Muito bem!
O Orador: -Que podem afectar-nos as votações nos organismos internacionais, onde o número comanda e o voto está implicitamente desacreditado pelo arbítrio das decisões, pela conivência das demagogias, cuja jurisdição não é mais do que o reflexo da baixa política que nos habituámos a presenciar?
Enquanto em tantos lugares do Mundo assistimos à violência geradora de fome e de miséria, a graves crises constitucionais, a greves revolucionárias de todos os dias, que paralisam o esforço de trabalho dos povos, causando a sua ruína económica e financeira, nós, na nossa modéstia, embora com dificuldades, vamos caminhando sem desvios de rumo, conscientes das finalidades que pretendemos atingir. É que a Nação quer viver em paz e trabalhar para elevar o seu nível de vida e a sua cultura, pondo ao serviço de todos os portugueses os benefícios da ciência e das técnicas modernas.
No recente encontro com os dirigentes da Acção Nacional Popular, o Sr Prof. Marcelo Caetano proferiu memorável discurso, que, pela sua habitual clareza e objectividade, a todos terá deixado a mais profunda impressão, pela forma como apreciou a conjuntura actual, que afecta não só a vida dos Portugueses, como o Mundo em geral
Palavras de ouro, revestidas de elevado patriotismo, foram aquelas com que o ilustre estadista se referiu ao ultramar, constituindo mais uma oportuna mensagem e um reconfortante incentivo para as populações da Guiné, de Angola e de Moçambique
Vozes: - Muito bem!
O Orador: - Mensagem de coragem, de esperança, de revigoramento e de confiança, dirigida a todos os portugueses, em especial, pelo veemente apelo feito a esta retaguarda, que nunca poderemos permitir se torne em mais uma frente que venha a atraiçoar aqueles que lutam e trabalham afincadamente nas terras bem portuguesas de África.
Vozes: - Muito bem!
O Orador:-Estou certo de que todos os bons portugueses terão relido e meditado sobre o texto desse brilhante discurso, que deve ter desfeito dúvidas nos espíritos mais sensíveis à propaganda e às insinuações que procuram todos os dias minar esta nossa trincheira, enchendo talvez de remorsos os indiferentes e os indecisos e trazendo-os ao bom caminho.
Chegou a hora da meditação e de se apelar de novo para uma verdadeira unidade nacional sintetizada em factos e actos reais que traduzam a constituição de um quadrado .firme, formado por todos os bons portugueses solidários com a doutrina política do Chefe do Governo
É nossa obrigação reagir prontamente contra aqueles que propagam boatos dentro das nossas fileiras ou que pratiquem actos subversivos atentatórios à nossa união.
Cada português, velho ou jovem, terá de ser um soldado ao serviço da Pátria, defendendo-a pela palavra e pelas suas atitudes, com entusiasmo e veneração
Que todos tenham presente as palavras do Presidente do Conselho e que elas cheguem aos mais diversos sectores da vida nacional, desde a nossa casa às fá(...)