bricas e às empresas, passando pelas escolas, pelas Universidades e até por algumas igrejas em que são proferidas, por vezes, homilias que transtornam o espírito religioso do nosso povo.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Vibremos com entusiasmo e energia, unamos as nossas forças e ofereçamos a nossa colaboração ao Governo, para que este, com a confiança e o apoio da Nação, possa levar por diante a. execução do seu vasto programa de realizações económicas e sociais na defesa do bem-estar do povo português.

Não podemos tolerar que se conspire nas escolas e nas Universidades e que estas sirvam de palco a insubordinações, enquanto outros jovens se batem valentemente nas frentes de combate pela integridade das nossas fronteiras

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Demonstremos o nosso querer e o nosso patriotismo, onde quer que seja preciso prová-lo, permanecendo vigilantes e atentos a todas as manobras que nos possam enfraquecer e cada um de nós seja guardião dos sentimentos e da sã doutrina que tornarão Portugal livre e cada vez maior e mais forte perante este mundo em luta.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. José Alberto de Carvalho: - Sr. Presidente, Srs. Deputados. Na realização de uma política de desenvolvimento regional têm sido solicitadas as populações a darem a sua participação de forma activa, interessando-as pelos meios de promoção das suas terras e das actividades de que dependem o seu bem-estar e a elevação do seu nível de vida. Esta acção, levada a efeito pelas comissões distritais para o desenvolvimento social, tem proporcionado a revelação de muitos valores locais e aglutinado boas vontades e esforços, muito embora ainda haja quem considere incómoda essa forma de colaboração. No entanto, parece-me que, ao contrário, ela deve ser de estimular e fomentar se, como se deseja, vier a corresponder a uma aceitação aberta em conformidade com uma livre expressão de opinião, no sentido de uma construtiva colaboração que, para além de uma resposta, se interessa pela administração da coisa pública

Mas para que efectivamente se desenvolva o processo de participação, torna-se necessário que todas as partes nele envolvidas se comprometam na execução dos fins propostos, pois de outro modo se correrá o risco do descrédito, como razão primeira do desinteresse. Em termos normais de desenvolvimento devem intervir as autarquias locais, os particulares e o Estado, não sendo de excluir outras participações, conforme a complexidade do plano de desenvolvimento.

Sendo este facto evidente, dispenso-me de mais considerações que se desejaria para justificar a intervenção que me propus fazer hoje. Ela baseia-se no que se passa no concelho onde vivo e onde se procura fomentar essa forma de participação, interessando as pessoas no processo de desenvolvimento dos seus aglomerados humanos, de forma a conseguir-se o crescimento da riqueza e o nivelamento das assimetrias sociais

Esse concelho, o de Vila Nova de Gaia, com uma força impulsionadora justificada pela acção humana da sua população, expande-se em sentidos diversos, que apontam para um desenvolvimento caracterizadamente urbano na área de influência da sua vila, que, com os seus 70000 habitantes, já é potencialmente uma grande urbe, e caracterizadamente rústico nas zonas do interior.

A dinamização das actividades neste grande aglomerado humano de cerca de duzentas mil almas não lhe vem apenas da vida urbana da sua sede, mas fundamenta-se numa consciente e acertada dispersão de potencialidades económicas e industriais, que cobrem toda a superfície do concelho e que promovem um desenvolvimento harmónico, com reflexos de elevado preço na promoção do desenvolvimento sócio--cultural, cujas estruturas compete ao Estado assegurar.

Essa sensibilização da população para a preservação das riquezas naturais faz com que até hoje tenha ficado livre de poluição toda a vasta zona do litoral marítimo que de Lavadores se estende até Espinho e a que o tempo e o hábito já aceitaram pela designação genérica de orla marítima de Vila Nova de Gaias A falta de aproveitamento das potencialidades dessa zona é um gritante desafio à revisão dos critérios até hoje adoptados pelos responsáveis na definição das prioridades no ordenamento turístico das regiões da beira-mar Ali o mar e o pinhal, a proximidade dos grandes centros, tais como Aveiro, Porto e Braga, onde a vida se consome a todas as horas do dia, são um permanente convite para uns dias ou umas horas de descanso, aliados a uma cada vez mais necessária fuga aos efeitos deletérios das diversas formas de poluição humana

Vozes:-Muito bem!

O Orador: - É por esta razão que a «orla marítima» vem representando de dia para dia um foco de atracção para o comum dos habitantes da cidade do Porto, que vêem nela o lugar ideal para a ocupação dos seus tempos livres, num ambiente natural, apoiado logisticamente em Espinho como zona de recreio e diversão. Naturalmente se impõe, pois, como consequência lógica, que se conclua a via de ligação da Granja a Espinho e a avenida de acesso à praia da Madalena, obras já devidamente estudadas e que aguardam a necessária aprovação e comparticipação desde 1970.

Mas essa riqueza, posta ali de graça, mesmo com todas as ofertas de participação local, queda-se abandonada, esquecida, motivação bastante para que se comece a pôr em dúvida o interesse dos responsáveis pelo seu aproveitamento.

A falta de um plano de urbanização está a causar graves impasses de imprevisíveis consequências no futuro, quando então se quiser aproveitar o que hoje se menospreza No entanto, em 1957, o en tão Ministro Arantes e Oliveira, ao aprovar o relatório elaborado pela comissão nomeada para estudar o plano geral de desenvolvimento da zona do litoral entre