Vila Nova de Gaia e Espinho, determinou à Direcção--Geral dos Serviços de Urbanização o prosseguimento dos estudos em nível de plano director. Noutro passo do seu despacho pode ler-se:

Este será por agora o passo mais importante a dar definir com a maior brevidade possível as servidões urbanísticas decorrentes do plano de desenvolvimento, evitando que surjam futuros embaraços para a sua realização gradual, além dos que já se verificam neste momento.

Passados já dezasseis anos sobre um despacho que recomendava expressamente um estudo com a maior brevidade possível, tudo se encontra no mesmo ponto de partida, crescendo as dificuldades a que o então Ministro se referia e receava. Também eu, em 1963 e nesta Câmara, disse da minha esperança em que, por força da abertura do concurso para o abastecimento de água à orla marítima do concelho, se passasse a encarar com realidade o estudo do plano de urbanização e saneamento daquela zona.

Dezasseis anos passados sobre um despacho ministerial é forte motivo para esta minha intervenção, a qual se poderá interpretar como a formulação de uma pergunta o que estará errado em tudo isto e o que será preciso modificar?

Outro caso que se arrasta indefinidamente pelos gabinetes de estudo é o da alteração do perfil da Avenida do Marechal Carmona, que é o eixo principal da circulação rodoviária que liga o Sul ao Norte do País, e que, passando pelo centro da vila, entronca na cidade do Porto. Se não estou em erro, foi constituída uma comissão com o único fim de estudar o caso e apresentar um relatório com vista à solução do problema. Tudo leva a crer, pelas informações que colhi, que essa comissão elaborou o seu relatório e neste momento se encontra paralisada.

No entanto, aumentam as razões de inquietação provocadas por um cada vez maior tráfego e deterioração do pavimento, com graves repercussões em acidentes de viação e perigo para a integridade física dos peões, não falando já nos prejuízos materiais causados no material circulante Mas, para além da rectificação do perfil da Avenida, e se for desejo aliviar a pressão do tráfego sobre esta ponta de penetração na cidade do Porto, há que rever os meios de aproveitamento total que para o efeito oferece a Ponte da Arrábida Para isso impõe-se como evidente a abertura sem demora da via de acesso que ligará a Avenida do Marechal Carmona, em Gaia, e a Ponte da Arrábida, e cujo estudo foi mandado elabora r pela Direcção-Geral dos Serviços de Urbanização em 1968, já concluído e entregue àquele departamento em 28 de Outubro de 1970, aguardando solução.

Eis, Sr. Presidente e Srs. Deputados, os casos que me propus trazer a esta Câmara, no desejo de corresponder ao pedido do Sr Presidente do Conselho expresso no seu último discurso, isto é, levando são conhecimento do Governo e seus representantes as deficiências e os males reais que mereçam correcção» E é ainda neste sentido que eu passo a expressar aqui o desejo que o povo daquele grande e laborioso concelho tem de ver entre as suas gentes o dinâmico e ilustre Ministro das Obras Públicas e Comunicações, engenheiro Rui Sanches, a fim de o ver trabalhar nas suas coisas e visitar as suas terras para viver com ele o seu desejo de participação oferecido com entusiasmo e interesse.

Ele, o povo, está certo de que a visita do Ministro levará para a história das realizações aquilo que desgostosamente hoje se conta como uma lenda de fadas

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem!

A Sr.ª D. Maria Luísa Alves de Oliveira: - Sr. Presidente No dia 8 do mês corrente S Ex.ª o Sr Presidente do Conselho, acompanhado do Prof. Veiga Simão, visitou demoradamente as modernas instalações do Ministério da Educação Nacional, inteirando--se dos muitos problemas educacionais por meio de um diálogo directo com os membros do conselho de directores-gerais.

Algumas frases de S Ex.ª o Chefe do Governo ficaram-me gravadas na memória

Assim, recordo se o que é de esperar não é apenas uma disseminação de escolas a passar diplomas ou mesmo a difundir por esse País alguns conhecimentos científicos e literários. Não é nossa missão apenas instruir, mas sobretudo educar. Os jovens estão efectivamente no primeiro lugar dos nossos pensamentos e preocupações.

Seguidamente, referiu-se aos docentes, seus esforços, preocupações quanto à função específica do professorado, declarando: «Ou temos todo o cuidado na selecção dos educadores ou não poderemos esperar senão o agr avamento da desiducação da juventude.»

Estas foram as palavras claras e precisas do Sr. Presidente do Conselho.

Educadores Eis o que o País necessita urgentemente. Bons e qualificados docentes, que formem os jovens e os preparem para a vida prática Gente que ame o seu trabalho, que se devote inteiramente à árdua e delicada tarefa de preparar os homens de amanhã

Gente sem inquietações de ordem económica, mas profissional, quanto à valorização pessoal e actualização do processo educativo Gente que saiba dialogar construtivamente com os novos, que os saiba ouvir e compreender, corrigir e encorajar, refrear e libertar em função da maturidade de cada um Gente que aceite todos igualmente, qualquer que seja o meio social donde provenham, que encorage os tímidos e desenraizados, em suma, que a par das qualidades profissionais seja humana.

A Sr.ª D. Maria de Lourdes Menezes Oliveira: - V. Ex. dá-me licença?

A Oradora: - Faça favor.

A Sr.ª D. Maria de Lourdes Menezes Oliveira:

Acaba a Sr Deputada D Maria Luísa Alves de Oliveira de se referir aos agentes de ensino, rotulando-os de «gente com inquietações de ordem económica». Ora a expressão que acaba de pronunciar levanta um problema de magna importância, que estou certa terá uma grande ressonância nesta Câmara. Na verdade, numa sociedade como a actual,