prospecções petrolíferas, que deverá ser evitada, e, quando ocorrida, ser rapidamente detectada e atacada por todos os meios que a técnica de hoje permite».

É que, Sr. Presidente, como bem afirmou recentemente S Ex" o Secretário de Estado da Indústria:

Não se pode, de facto, esquecer o volume de investimentos já realizados e a realizar neste sector - referia-se S. Exa. ao sector do turismo -, nem o considerável volume de empregos que o turismo garante, nem tão-pouco o apreciável contributo dado para o equilíbrio da balança de pagamentos pelas receitas turísticas, as quais se estima que tenham atingido em 1973 cerca de 12 milhões de contos.

Para terminar esta curta exposição, mas de conteúdo muito relevante para a economia algarvia e nacional, com a máxima sinceridade, que me é permitida por confiar nas pessoas que dirigem a economia nacional, cumpre-me afirmar que acalento a esperança, mesmo, que estou convicto de que as potentes fontes criadoras e dinamizadoras da formação de riqueza que são o turismo e as possíveis reservas petrolíferas algarvias se não irão digladiar, mas sim, pelo contrário, em comunhão de interesses, servir de esteio a um Portugal que se quer, não me canso de o repetir, mais rico, mais são, mais equilibrado, sócio - económica e politicamente.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados: Vamos passar à

Conclusão da discussão e votação da moção apresentada pelo Sr Deputado Neto Miranda em nome da Comissão do Ultramar.

Tem a palavra o Sr Deputado Morais Barbosa.

O Sr. Morais Barbosa: - Sr Presidente. Várias são as razões que, penso, me permitiriam considerar-me legitimamente dispensado de intervir na discussão da moção de apoio à política ultramarina do Governo presente a esta Câmara

De facto, decorre tal moção da apreciação de um discurso pronunciado pelo Sr Presidente do Conselho em 16 de Fevereiro último sobre o qual tive já oportunidade de me manifestar aqui logo na sessão do dia 19 Disse eu então que a doutrina de há muito assente deveria ser insusceptível de discussão ou sequer de dúvida, e até por isso não pensava dever voltar ao assunto, pelo menos em tão curto espaço de tempo.

De resto, não é de hoje nem de ontem a minha adesão a essa política, definida por Salazar em momento crucial da nossa história e prosseguida sem desfalecimentos e sem hesitações por Marcelo Caetano defesa intransigente da integridade e da unidade nacionais, com repúdio de todos e quaisquer caminhos susceptíveis de as comprometerem, consolidação de sociedades multirraciais, com crescente participação na condução dos seus destinos de todos quantos amem Portugal e aceitem a Constituição Política vigente, independentemente da sua origem étnica ou das suas convicções religiosas e apenas em função das suas capacidades, dos seus mentos e dos seus serviços, autonomia político-administrativa dos diversos territórios, de acordo com as normas constitucionais e segundo o que o seu estado de desenvolvimento permitir e aconselhar, processo económico tanto quanto possível acelerado, com vista à promoção moral e material das populações.

Por isso não hesitei um momento na aceitação da candidatura que aqui me trouxe, como não hesitara também em aceitar as responsabilidades políticas que detenho e de, consequentemente, dirigir a campanha eleitoral que a li se desenrolou, em Moçambique, com vigor e convicção, em Outubro último assim procedi, num como no outro caso, não para satisfação de quaisquer vaidades ou ambições, mas por estar certo de me identificar com a política mais conveniente ao ultramar, e portanto ao País, neste momento da vida nacional.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Não menciono estes factos para insistir numa posição pessoal, aliás já antes deles repetidamente afirmada, em especial através da imprensa, mas apenas para recordar que os eleitores que nos trouxeram a esta Assembleia em 1973, como aqueles que elegeram em 1969 os nossos antecessores imediatos, mais do que em nós próprios votaram no nosso programa político

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Onde exactamente avultava, em relação ao ultramar, a linha de actuação que resumi.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Não poderíamos trair a confiança que a Nação assim nos testemunhou, ao ratificar mequivocamente a política ultramarina, cuja prossecução e revigoramento lhe propusemos e nos comprometemos a apoiar.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sucede, porém, que, já aprovada e subscrita pela Comissão do Ultramar a moção de que nos ocupamos, vedo a esta tribuna o Sr Presidente do Conselho solicitar à representação nacional nova reflexão sobre o problema ultramarino.

Ouvi manifestarem-se aqui algumas inquietações sobre o pouco tempo de que teríamos disposto para nos pronunciarmos sobre tão grave problema da vida portuguesa Devo dizer que não sinto tais inquietações, e peço licença para acrescentar que as não entendo. Decerto seria escasso o período que mediou entre o pedido e a discussão da moção se tivéssemos sido chamados a pronunciar-nos sobre os pormenores da execução de uma política ou sobre as melhores soluções técnicas por ela exigidas. Mas não é esse o caso Havendo recapitulado as grandes linhas, as grandes opções da sua política nacional em relação ao ultramar sem ter proposto para esta a mínima alteração relativamente ao rumo até aqui seguido, que o País inteiro conhece por múltipl as declarações e de cuja bondade dão eloquente testemunho os resultados alcançados e de que têm sido - qualificados intérpretes nesta tribuna tantos colegas, o que o Chefe do Go-