na rentabilidade e provocam graves prejuízos à economia das empresas.

No aspecto social, urge que na Marinha Grande, onde a percentagem de população feminina activa é bastante elevada, se cuide da instalação de creches e infantários, que permitam à mulher operária (e são alguns mimares) o desempenho cabal da sua missão de mães, esposas e operárias, certas de que os seus filhos se encontram em condições de segurança, de conforto e de educação, a que têm direito.

Também a promoção da mulher se insere no bem-estar e no progresso social, como necessidade social básica que o Plano de Fomento visa.

E, a propósito, não deixo de lembrar que em 1963 a Marinha Grande recebeu, com natural e grande júbilo, a promessa do Sr. Ministro das Corporações, ao tempo, da rápida instalação de um infantário piloto.

Mas, volvidos dez anos, aguarda a concretização de tão justa quanto desejada aspiração.

E já que nos estamos a ocupar da juventude, não podemos deixar de refer ir os seus problemas de ensino, educação e formação.

No edifício da Escola Industrial e Comercial, construído há quinze anos, com uma capacidade de 500 alunos, funciona todo o ensino secundário, com uma frequência quase tripla da sua capacidade Como solução provisória, levantaram-se vários pavilhões pré-fabricados, que não satisfazem a um mínimo de condições.

Impõe-se que a solução provisória não se transforme em definitiva, procedendo-se urgentemente à instalação dos alunos com um mínimo de dignidade inerente à função.

Como se impõe ainda, e principalmente, a criação imediata dos cursos complementares dos liceus e do ensino técnico, bem como os correspondentes cursos de especialização profissional, de modo a satisfazer as necessidades da evolução tecnológica das indústrias do meio.

Mas o País e a Marinha Grande, agora em causa, não podem esperar pelo amanhã para dispor de mão-de-obra especializada que satisfaça à evolução técnica da sua indústria.

Não se aumentará a produção se não dispusermos de produtores educados para tirar o máximo parlado do seu trabalho. É necessário e indispensável que a reconversão industrial em marcha seja acompanhada paralelamente de uma reconversão da mão-de-obra, que permita a rentabilidade dos equipamentos, em que se investem tão grandes capitais.

Num meio onde exercem a sua profissão mais de treze mil trabalhadores, profissões em grande percentagem altamente especializadas, impõe-se com urgência a criação de centros de formação profissional acelerada, sob pena de vermos perder-se o desafio ora aceite.

Finalmente, tão preocupados estamos na formação de uma sociedade de espírito são que quase esquecíamos o quanto é indispensável integrar aquele num corpo igualmente são.

É preciso que a população obreira, toda a população possa, nos seus tempos livres, ser solicitada pelo ar livre, pelo revigoramento físico.

Os campos de desporto, os ginásios, as piscinas indispensável para sobreviverem, quantas vezes sem qualquer afecto e apoio moral, muitos, na sua maioria antigos operários, homens e mulheres, que se arrastam numa ociosidade obrigatória, sem o mínimo de dignidade material e moral.

Mas a sociedade deve-lhes esse mínimo e tem de lho dar para que a terceira idade deixe de constituir a pobreza envergonhada, pobreza que a nós envergonha!

Sr. Presidente, Srs Deputados: Entendo que temos o direito e o dever de lutar por uma sociedade mais justa, mais rica, mais dinâmica, objectivo só possível de atingir com o desenvolvimento rápido dos domínios cultural, social e económico.

Deixo, nesta Assembleia, estes despretensiosos apontamentos, com a certeza de que uma política de bem-estar, de satisfação das necessidades dos povos é aquela que mais contribui para a adesão das pessoas às virtudes do Regime.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem!