cientemente a tacanhez de espírito da burocratite crónica ou admimstrativite tecnacrata que tente de algum modo obstruir o caminho.

Haverá que estimular todos os meios de acção e todo o pessoal auxiliar e médico para que sem coacção e em clima de alegria realizadora eles vivam com «chama» a sua nobre missão.

Se a saúde física é a base de qualquer forma de trabalho e acção, não poderemos esquecer a saúde moral tão prejudicada pela onda avassaladora de material pornográfico com que se está descarada e despudoradamente a envenenar, para desagregar, a sociedade portuguesa.

O espectáculo tornou-se, de há muito, degradante e envergonha-nos a todos e escandalosamente faz supor cumplicidades, nesta matéria, dos que não tendo escrúpulos tudo aproveitam para negociar.

Haverá ainda cumplicidade daqueles que tentam ou deixam poluir moralmente o ambiente para procurar diluir responsabilidades para justificar as suas vidas e as suas condutas menos decentes?

O preço desse egoísmo não poderá continuar a tolerar-se e a ser pago pela sociedade, à custa de todos, portanto.

Que a moralidade permissiva tão em voga por esse mundo seja eficazmente combatida e não possa ser apanágio dos Portugueses e que, quando afecte os homens, não possa ser identificada com o regime que defendemos.

Que os serviços estatais ou paraestatais nos forneçam o exemplo de decência

A televisão e o cinema bem merecem uma palavra de reprovação e permito-me chamar a atenção do Governo para a vergonha de certos programas, cuja justificação interessaria analisar detidamente.

Não é diminuindo as resistências morais de um povo que se ganham as batalhas, sejam elas quais forem.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Os indivíduos, como os Governos, que não manifestem um mínimo da coerência nas atitudes jamais serão respeitados por alguém.

Que o Governo tome medidas reais e fortes, cumprindo afinal as lieis vigentes, até por um mínimo de coerência política, que outras razões mais importantes não houvesse, deixando de constituir motivo de escárneo da parte daqueles que nos combatem e que lá nos seus domínios tão rigorosos são nesta matéria sem as preocupações de desalienação tão propaladas entre nós.

Bastará meditar nas razões desse rigor, tanto mais situado num mundo materialista militante, para logicamente nos apercebermos da gravidade do problema Sobre o assunto é bem sintomática a posição de certos teólogos de alguns jornais que tanto se batem pelo bem comum ..., ajudando com a difusão de certas notícias e os silêncios sintomáticos a tonificar o ambiente

E, para terminar, uma palavra sobre a saúde intelectual.

Como disse Marcelo Caetano, educar não é o mesmo que instruir

Poderemos acrescentar que não educa quem quer, antes quem tem preparação, equilíbrio e vocação para tal.

Não falarei sobre educação na família, apesar de me sentir com alguma autoridade dada a dimensão do meu agregado familiar, porque o assunto acaba de brilhantemente ser exposto a esta Câmara pelo Sr. Deputado Fausto Montenegro

Queremos educar todos os portugueses sem discriminações, em autêntica democratização do ensino, mas educar no culto dos valores que nos engrandecem e educar para Portugal.

Desejamos vistas largas e sem preconceitos, mas não ingenuidades comprometedoras.

A dinamização do ensino marca realmente uma época, marca esta década do Governo de Marcelo Caetano.

E, neste momento, eu rendo as minhas homenagens ao Ministro Veiga Simão ao acabar de nos visitar no distrito de Bragança, dando posse à Comissão Instaladora do Instituto Politécnico de Vila Real, com a sua extensão em Mirandela.

Jornada memorável que pelo calor e entusiasmo demonstrados bem patenteou o carinho da gente transmontana pelo Ministro da Educação como executor entusiástico da política do Presidente do Conselho.

À equipa sua colaboradora, da qual destacarei o secretário-geral, filho ilustre do nosso distrito, a nossa gratidão pela intensidade, elevação, espírito de independência com que tem dedicado como pode e sabe o seu labor aos nossos problemas do ensino.

Portugal precisa de todos na construção do seu futuro

Necessitamos de todas as capacidades e não advogamos sectarismos políticos ou ideológicos, por não estar provado constituírem monopólio de um grupo, como também não aceitamos que o possa ser do outro E muito menos apoiamos qualquer forma de ditadura pessoal, ainda que mais ou menos democraticamente encadernada

Há princípios dos quais não poderemos abdicar com pena de nos negarmos, destruindo os valores que dizemos defender e pelos quais vale a pena viver

A confiança, entre os homens jamais se poderá basear em valores que, não sendo comuns, até sejam hostilizados por alguns.

De outro modo, o logro poderá amargamente constituir o sabor da cicuta

Como afirmou o Ministro Moreira Baptista no seu recente discurso- «Sabemos portanto, e também, que temos de nos opor a todos aqueles que procuram destruir a escola e buscam em mitos as soluções que não lhes servem e não servem também os interesses da Nação a quem pertencem e que é a de nós todos»

Procuremos combater todas as formas de opressão para construir a justiça social Assim, que cada um ocupe os lugares para que esteja preparado e tenha capacidade sem excluir o equilíbrio mental e moral indispensável e não sejam sectarismos comprometedores e tacanhos a impor as soluções

As pessoas não valem pelos postos que ocupam, tantas vezes conquistados em situações de favor, de recomendações confirmadas pelos responsáveis em ar de lamentação, de compadrios pecaminosos ou cromossomicamente afins

A promoção da mediocridade é a forma mais exuberante da institucionalização da asneira. É também uma das formas de injustiça.