que compõem a região Sul (Portalegre, Évora, Beja e Faro), ocupando 32,4% da área do continente, representa menos de um décimo do total.
É do conhecimento geral que a zona abrangida pelo círculo de 40 km de raio acima definido é altamente industrializada, resultado de um processo evolutivo que começou há muitas décadas. Mas talvez nem todos se apercebam de que o produto gerado pelas indústrias transformadoras nesta área é equiparável ao formado no conjunto dos distritos de Coimbra e Leiria e quase sete vezes superior ao de todos os distritos da região Sul.
Todavia, não é só a indústria transformadora que ocupa a população de Entre Douro e Minho.
Dispenso-me de citar, para não me alongar demasiado, os valores do produto gerado na pesca - e lembram-se aqui os portos de Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Esposende e Viana do Castelo -, nas indústrias extractivas, na produção de electricidade (nomeadamente no sistema Cávado-Rabagão), na indústria de construção e nos serviços.
Mas julgo oportuno referir uma nota relativa ao sector da agricultura, silvicultura e pecuária, cuja importância certamente não será bem conhecida da população do Pais O produto agrícola gerado na área dos vinte e cinco concelhos a que me estou a referir é perfeitamente equilibrável em valor ao dos distritos de Évora e Beja - o celeiro de Portugal -, que ocupam uma área quase quatro vezes maior que a do citado círculo.
A falta de estatísticas convenientes não me permitiu apurar qual a população que naqueles concelhos trabalha na agricultura, silvicultura e pecuária, mas a intensidade da exploração evidenciada pelos níveis do produto deixa prever que este sector ocupa ainda parcela significativa da mão-de-obra da região, cujo rendimento urge valorizar.
Também a falta de estatísticas de receitas fiscais ao nível concelhio não me permitiu apurar a contribuição da zona para o Orçamento Geral do Estado.
A este respeito pode-se, no entanto, afirmar que as cobranças de impostos só no distrito de Braga (treze concelhos) ultrapassam largamente os montantes correspondentes no conjunto dos distritos de Portalegre, Évora e Beja (Está, no entanto, por fazer o estudo da distribuição regional dos subsídios à produção, das obras públicas e das comparticipações do Orçamento Geral do Estado para as obras de infra-estruturas locais.)
Julgo que se percebe agora com mais exactidão a justeza da decisão de considerar o eixo Braga-Guimarães no núcleo do círculo apontado como pólo de desenvolvimento industrial.
Aproveitando-se toda uma tradição de actividade industrial, com tudo o que isso significa de espírito empresarial, mão-de-obra treinada e conhecimentos de técnicas de gestão, estabelece-se assim um centro de atracção populacional, que, com a reconhecida dinâmica de Aveiro, ao sul, irá contribuir para um melhor equilíbrio da região e evitar o desmesurado crescimento da área urbana do Porto - para onde confluiriam, mais cedo ou mais tarde, se nenhuma actuação de diversificação fosse realizada, todas as actividades do Norte. E teríamos então o centro urbano do Porto afogado nos problemas de habitat, infra-estruturas, etc, que hoje afligem as grandes metrópoles.
Por outro lado, as actividades industriais da zona encontram-se ainda, por razões de tradição, demasiado pouco diversificadas sectorialmente, o que torna esta região excessivamente vulnerável aos efeitos de recessões sectoriais - e a experiência tem demonstrado que estes efeitos não são pouco frequentes.
Uma acção que, aproveitando as características da região, conduza a uma maior diversificação das actividades industriais instaladas só pode ser benéfica para a população que nela vive e trabalha.
Não posso, portanto, deixar de me congratular com a decisão de atribuir alta prioridade à instalação de um primeiro parque industrial na região, para assim começar a dar corpo ao citado pólo de desenvolvimento. Faço, no entanto, votos para qu e a localização desse parque venha a ser escolhida, tendo em vista o fortalecimento do eixo Braga-Guimarães, e não de forma a constituir um elemento de dispersão Esta localização teta a apoiar o pólo industrial a nova Universidade do Minho, agora em fase de arranque. O estudo das ciências e da tecnologia está no seu programa e é de fundamental importância para uma indústria renovada.
O Sr Duarte do Amaral: - V. Exa. dá-me licença?
O Orador: - Faça favor.
maioria, orientada no sentido do algodão, pelo que não haverá ideia nenhuma de o mudar dali, de o tirar dali. Seja como for, pois se o Governo está sempre aberto às nossas sugestões, a minha sugestão é de que se mantenha no local, onde os nossos serviços, juntos com os da O. C. D. E., primeiro o fixaram.
Muito obrigado.
O interruptor não reviu.
O Orador: - Muito obrigado, Sr. Deputado Duarte do Amaral, pelas considerações e pela honra que me deu nesta intervenção. Queria aproveitar para ficar ainda mais satisfeito, porquanto o Sr. Deputado Duarte do Amaral é uma pessoa altamente cotada na região que me viu nascer o Baixo Minho.
Sempre que a voz do Sr. Deputado Duarte do Amaral, nesta Câmara ou noutros lados, se levanta é na defesa de Guimarães, ou quase sempre o é