Por conseguinte, eu julgo que a minha intervenção está nessa linha de coerência.

O Sr. Duarte do Amaral: - V. Exa. dá-me licença? Diria, na defesa de Portugal unido pelos quatro cantos do Mundo; em defesa das boas ideias; nos dois projectos de lei que apresentei para revisão da Constituição, e na defesa da nossa região, inclusivamente Braga.

Mas como Guimarães tem sido muito desprotegida e eu nasci lá, realmente é verdade que a defendo muito.

O Orador - Guimarães é o berço da Pátria!

Aliás, deveria também ser nesse sentido que se deveriam orientar, os planos urbanísticos das cidades de Braga e de Guimarães, que, para o efeito, deveriam ser estudados e estabelecidos em conjunto.

Braga e Guimarães, unidas por uma auto-estrada, que, possibilitando rápidas e fáceis comunicações, provocará uma acelerada urbanização do espaço intermédio, servidas por um pólo industrial que ainda incrementará mais rapidamente essa urbanização, apoiadas pela já lançada Universidade do Minho para a valorização necessária do capital humano indispensável a todas as realizações, poderão ser, e serão, se nós o quisermos, uma grande e próspera cidade.

A prioridade atribuída ao parque industrial parece não ter sido acompanhada por igual decisão no que se refere a outras infra-estruturas.

Concretamente, e no que se refere a auto-estradas, parece não ter sido compreendido que os troços Braga-Porto, Braga-Guimarães e Guimarães-Porto são também uma condição absolutamente necessária para a criação de um pólo industrial na região, pois deles dependem o rápido acesso aos portos e aeroportos para o escoamento dos produtos e recepção dos equipamentos e das matérias-primas, o acesso a mercados consumidores e fornecedores.

O problema é de tal forma evidente que parece dispensar mais desenvolvida análise Espera-se que o Governo o tome na devida conta.

A distribuição espacial das actividades económicas predominantes das diversas zonas do círculo considerado evidencia com facilidade que, se a indústria transformadora tende a ocupar a metade sul, as produções agrícolas constituem ainda a base de actividade na maioria dos concelhos abrangidos no hemicírculo norte, que apresenta aptidões particularmente favoráveis para estas produções.

Foi, aliás, a consideração destas aptidões que levou a que no IV Plano de Fomento se defina a zona vale do Lima como área de aproveitamento agrícola integr ado. Espera-se, portanto, que nessa área se concentrem acções de modernização da exploração agrícola e de equipamento em infra-estruturas, de forma que nela se venham a implantar as convenientes indústrias transformadoras de produtos agro-pecuários, permitindo uma melhor remuneração para as populações nela fixadas.

O Sr António Brochado: - V Exa. dá-me licença?

O Orador: -Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. António Brochado: - Fez muito bem o Sr Deputado em levantar este momentoso problema Embora ele tenha sido contemplado no IV Plano de Fomento, mesmo assim nunca é de mais alertar os responsáveis para a sua concretização imediata, para a valorização dessa zona, como, aliás, aqui já foi referido, uma zona cheia de potencialidades.

Tem-se falado imenso nas assimetrias, no subdesenvolvimento de determinadas regiões. Ora, sabendo nós onde se localizam essas mesmas assimetrias, suponho eu que fácil será remediar o problema. O que é necessário é que todos nos demos as mãos, colaborando com o Governo, e procuremos remediar esta situação, que todos nós quereríamos que não existisse.

A valorização do vale do Lima virá trazer, a meu ver, a solução de grandes problemas com que se bate o meu distrito - um deles é o problema do êxodo de tantos e tão valorosos trabalhadores, que prefeririam continuar a dar à zona onde nasceram o seu contributo para assim valorizarem o Norte de Portugal.

Se lhes forem permitidas condições de fixação, estou plenamente convencido de que eles regressarão a esta terra, a este Alto Minho, que é, efectivamente, uma das regiões mais lindas do País, mas que é, infelizmente, uma das regiões mais pobres.

Com efeito, no Alto Minho - já não falo do Baixo Minho - temos beleza e temos potencialidades, mas, afinal, quedamo-nos por aqui.

Portanto, eu junto a minha voz à de V Exa., Sr. Deputado, para chamar a atenção de quem de direito para a necessidade urgente de resolver estes problemas, que eu considero de uma actualidade flagrante.

O interruptor não reviu.

O Orador: - Muito obrigado, Sr. Deputado. Vejo que V Exa. está na minha linha de pensamento.

Parecendo de admitir que o Governo venha em breve a desencadear o lançamento das principais áreas integradas do continente, daqui chamo a atenção das entidades competentes para que a definição da área do vale do Lima se não atenha à estrita designação geográfica.

Concelhos como os de Vila Verde, Barcelos, Amares, Arcos de Valdevez, merecem, pelas enormes potencialidades agro-pecuárias que apresentam, ser considerados na referida área integrada.

Por outro lado, o lançamento desta área reveste-se, em meu entender, da maior urgência, pois só assim se poderá garantir a manutenção da população ainda aí residente. De outro modo, o fluxo emigratório, já particularmente elevado nestes concelhos, tenderá a acentuar-se, reduzindo a população a níveis em que será impossível promover qualquer acção de recuperação da actividade económica, pois não haverá o mínimo de mão-de-obr a indispensável.

Só com empregos convenientemente remunerados e condições de vida condignas é possível obstar às saídas maciças da população trabalhadora, a quem se não pode tirar o direito constitucional de «liberdade de escolha de profissão ou género de trabalho, indústria ou comércio».

Espera-se por isso que o Governo igualmente tome na atenção devida a prioridade que este sector reclama