O Sr. Veiga de Macedo: -V. Exa. dá-me licença?

O Orador: - Faça favor

O Sr Veiga de Macedo: - Congratulo-me com as palavras de justo apreço com que V. Exa. está a assinalar a visita de trabalho recentemente feita pelo Sr. Subsecretário de Estado da Segurança Social ao Algarve.

Também me foi dado acompanhar este ilustre membro do Governo durante boa parte das suas visitas a diversas localidades, instituições e obras, das quais resultaram reais benefícios para o distrito de Faro.

Conhecedor dos problemas do Algarve e preso, cada vez mais, das suas admiráveis e inconfundíveis belezas, rejubilei com o pleno êxito dessa deslocação ministerial.

É, pois, com aprazimento que vejo exaltar aqui a simpatia, a afabilidade e o espírito esclarecido do jovem governante, que durante dois dias de intenso e profícuo labor resolveu ou deu sentido de solução a importantes problemas de carácter social.

O Orador:-Muito obrigado, Sr Deputado, pela intervenção de V. Exa., e aproveito, embora antecedendo algumas palavras que pretendo ainda proferir, para agradecer a presença de V. Exa. não só durante a visita de S. Exa. o Subsecretário de Estado da Segurança Social, mas a permanente visita que V. Exa. realiza ao Algarve.

Também não foi só o verificar que a ascendência algarvia de S. Exa. lhe facultou extrema sensibilidade para a percepção dos assuntos propostos, que motivou a minha satisfação, mas sim por ter também verificado que o Governo conta numa das pastas que mais toca o Homem -a da Segurança Social - com um estadista jovem, dinâmico e humano, enfim, um estadista de quem o Algarve, e a Nação, muito espera.

Sr Presidente Não me proponho expor minuciosamente a V. Exa. e a esta Câmara o que foi a visita do Subsecretário de Estado da Segurança Social ao Algarve, e que atenta e pessoalmente segui durante dois dias, mas vou, em contrapartida, realçar somente três passos daquela jornada, que considerei de maior relevância para o bem-estar social e político da província que tanto quero.

Em primeiro lugar, desejo referir-me à particular atenção que S. Exa. prestou ao magno problema dos diminuídos mentais.

Não apresentarei dados estatísticos sobre este tema demonstrativos da sua importância e acuidade Eles são de fácil consulta e infelizmente elucidativos.

Resta-me, para evidenciar a acuidade do assunto, chamar a atenção para as sequelas morais, sociais e económicas que envolvem os que têm a fatalidade de sofrerem de doenças mentais ou de com elas conviverem.

Tudo o que se faça para minorar o sofrimento dos diminuídos mentais é certamente bem feito, é cristianismo, é humanidade.

Pois S. Exa. deu o seu indispensável apoio à obra meritória que no sector a Associação Algarvia dos Pais e Amigos das Crianças Diminuídas Mentais está a desenvolver em toda a província, ofertando ajuda moral, que tanto calor humano representa, catalisador de novos sacrifícios, novas doações sempre necessárias para a prossecução de tão louvável missão.

E deu mais Materializou o seu interesse pelos diminuídos mentais, mandando estudar o financiamento de um projecto, já defendo, para a reconstrução de um imóvel que foi oferecido à Associação, assim como providenciou a participação no empreendimento da Direcção-Geral da Assistência Social.

O Sr Dr. Duarte Ivo Cruz ainda inaugurou, durante a sua visita ao Algarve, a Casa do Povo de Monchique.

Tecer comentários sobre a política social que o Governo está a construir no sector agrário é certamente supérfluo O trabalhador rural, e não só, conhece-a e está agradecido.

Ele sabe que a Previdência abrange-o na sua pluralidade desde 1969.

Sabe também que com a criação de 360 Casas do Povo nos últimos três anos se fez a cobertura de todo o território continental.

Sabe ainda que em 1973 se ultimou a cobertura médica e medicamentosa do seu sector.

Verifica ainda que a sua promoção cultural não foi esquecida, e sob a égide das Casas do Povo existem 23 bandas, 62 grupos folclóricos e 47 grupos de teatro.

Monchique, a vila de Monchique e os seus naturais, conhecidos e reconhecidos pelas suas qualidades morais e de trabalho e que tantas provas têm dado de portuguesismo activo, bem mereceram a sua Casa do Povo e estão, posso afirmá-lo, gratos ao Governo não só pelo imóvel que S. Exa. o Dr Duarte Ivo Cruz inaugurou, mas, principalmente, pelas benéficas irradiações sócio-económicas e culturais que dali se irão desenvolver, geradas pelas suas próprias participações.

Foram, outrossim, de alto interesse, pela sua sensatez e oportunidade, as decisões tomadas por S Ex.º aquando da visita que efectuou em Tavira às futuras instalações da estância termal do Instituto de Obras Sociais.

Trata-se de uma obra de alto alcance social, que muito beneficiará não só os seus futuros utentes, como também a cidade de Tavira e o Algarve em geral.

Espero e estou mesmo convencido de que a visita de S. Exa. terá acelerado tão útil iniciativa do Instituto de Obras Sociais, do Ministério das Corporações, por contorneamento de determinadas «questões pendentes» e de algumas dificuldades que a Natureza, e agora não os homens, esboçou.

Aproveito a ocasião para solicitar ao ilustre cidadão honorário de Tavira e nosso par nesta Casa, Deputado Veiga de Macedo, que não deixe de olhar para obra de tão grande interesse, como inegavelmente é a futura estância termal de Santo António de Tavira, como, aliás, tão desveladamente tem feito até agora.

Antes de finalizar a minha exposição, quero mais uma vez agradecer a S. Exa. o Subsecretário de Estado da Segurança Social os resultados altamente positivos derivados da visita de trabalho que efectuou ao Algarve e daqui enviar-lhe o meu bem-haja.

O Sr Veiga de Macedo: -V. Exa. dá-me licença?

O Orador: - Faça favor.