de uma fixação de objectivos em que o corpo e o espírito têm de ser encarados como um todo, como uma realidade. E a educação que se destina, sobre* tudo e essencialmente, aos nossos jovens, aos que amanhã hão-de continuar-nos, começa na escola primária, prolonga-se pelo ensino médio e vai até ao ensino superior. E eu pergunto- que género de educação física e que desportos se praticam no ensino primário e no ensino superior? Deveria logo na escola primária ser incutido na criança o gosto pela educação física e pelo desporto, como deveria ainda nos cursos superiores ser obrigatória a ginástica e a prática de qualquer desporto, como qualquer outra disciplina do curso.

Os professores do ensino primário deveriam ter na escola do magistério uma preparação especial no sector de educação física, devendo as escolas ser apetrechadas com as necessárias infra-estruturas.

A disciplina de Educação Física deveria constar dos programas como qualquer outra disciplina das considerad as indispensáveis para a formação do professor, e não como uma actividade acessória de um ou dois dias por semana.

Há, pois, que rever este problema, e eu daqui lembro ao Ministério da Educação Nacional a necessidade de ser estudado convenientemente, ]á que não poderemos ter diplomados pelo INEF em número suficiente para fazer a cobertura total do País, nem o número de monitores de Educação Física saídos das escolas existentes e em número mais que reduzido preencherão, nestes anos mais próximos, as vagas existentes nos estabelecimentos de ensino.

Assim seria de algum modo preenchida uma lacuna que, a meu ver, tem implicações na formação das crianças, na formação da nossa juventude.

O Sr. Gonçalves de Proença:- V. Exa. dá-me licença?

O Orador: - Faça favor.

O Sr Gonçalves de Proença:-Fui Deputado em representação do Alto Minho na legislatura transacta.

Não posso, por isso, deixar de me congratular vivamente pelas afirmações que acabam de ser produzidas pelo meu ilustre colega Deputado António Brochado, que tão dignamente tem sabido representar os interesses desta região a que tão fortes laços me ligam, tanto no aspecto humano e sentimental, como no aspecto da minha formação cultural e intelectual.

Calou-me fundo principalmente a preocupação que pôs nas suas palavras de valorização da juventude do Minho, em especial Eu conheço-a de perto; sei dos seus anseios, da sua generosidade e alta dignidade Seu que merece todo o esforço que se faça no sentido da sua valorização.

Calou fundo também no meu espírito o tónus profundamente elevado que deu às suas considerações no que respeita à valorização dos jovens. Eu aproveitaria, se mo permite, para lembrar aqui um ditado muito antigo, que se aplica neste momento e em relação às considerações que acaba de fazer.

Diz-se que, se se quiser projectar para um ano, semeia-se trigo. Se se quiser projectar para dez anos, plantam-se árvores. Mas se se quiser projectar para sempre, formam-se homens.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Gonçalves de Proença: - A nossa preocupação é esta- projectar para sempre, projectar na perspectiva da própria dignidade nacional, e essa não tem limites, nem no tempo nem no espaço. E temos que procurá-la em todos os sectores, sobretudo aqueles que, pelas suas situações económicas ou de outra ordem, merecem um amparo ou um desvelo maior Aqui quero relembrar a minha qualidade de antigo Deputado pelo Alto Minho, para dizer que me associo inteiramente às suas palavras e dizer que todo o esforço que possamos fazer pela valorização da juventude desta região, onde Portugal começou, pois, será pouco, porque ele será certamente projectado em muito no futuro que nos espera e que esperamos seja cada vez mais digno e mais próspero para todos.

Muito obrigado.

O interruptor não reviu.

O Sr. Roboredo e Silva: - V. Exa. dá-me licença?

O Orador: - Faça favor.

O Sr. Roboredo e Silva: -Não queria deixar de me associar às palavras de V. Exa. e àquelas que o Sr. Deputado Gonçalves de Proença acaba de pronunciar.

Mas importa fixar um ponto que a meu ver ainda não foi focado, embora seja possível vir a sê-lo no decorrer da sua intervenção. Trata-se da importância extraordinária que tem a prática do desporto da juventude sobre as forças armadas.

Considero prioritário intensificar, direi antes, promover, porque ainda não se promoveu verdadeiramente, o desporto na juventude, de maneira a proporcionar aos jovens de Portugal espíritos sãos em corpos sãos, como V. Exa. acabou de referir.

Vozes:-Muito bem!

O Sr. Roboredo e Silva: - Aproveito para lembrar um ponto que considero muito importante.

As receitas que são atribuídas ao Fundo de Fomento do Desporto, que é onde se vão buscar as verbas fundamentais ao desenvolvimento das actividades desportivas, essas verbas são extraordinariamente reduzidas. Há necessidade de encontrar uma solução, de modo que o Funde de Fomento do Desporto nacional seja alimentado por verbas suficientes para dar ao desporto o desenvolvimento que ele precisa para que satisfaça àquilo que é uma necessidade imperiosa da Nação.

Muito obrigado.

O Orador: - Agradeço ao Sr Deputado Gonçalves de Proença pela sua intervenção, que veio de certo modo completar aquilo que eu desejaria dizer, se fosse como V. Exa. um mestre e um homem conhecedor dos problemas da juventude.