por razões geo-estruturais e sectoriais, através dos concelhos de Famalicão e de Santo Tirso, a criação de um pólo de desenvolvimento orientado, centrado no parque industrial de Braga-Guimarães, visaria os seguintes objectivos.

Corrigir a actual estrutura industrial da região, atenuando a importância da indústria têxtil,

Lançar os alicerces de um mais denso e mais equilibrado tecido industrial, de fornia a potenciar a sua capacidade de crescimento para as zonas vizinhas do interior,

Proporcionar a toda a área as bases de uma maior autonomia;

Melhorar as taxas de crescimento do produto industrial bruto.

Nesta perspectiva - continua o estudo a que me estou a referir -, a questão das indústrias que mereçam ser consideradas prioritárias 'deverá ser resolvida com base nas seguintes coordenadas:

Multissectorialidade - no sentido de que não deverá atribuir-se a um só sub-sector, ou grupo homogénio de subsectores, a tarefa de realizar os fins atrás propostos, antes de mais porque o objectivo central é o de diversificar a estrutura industrial da região,

Integração vertical e horizontal - no sentido de que um crescimento firme e regular pressupõe a existência de grupos de actividades de alguma forma relacionados entre si, mormente quando a industrialização é incipiente, ou repousa, numa medida não desejada, num número muito limitado de sectores, pouco dinâmicos do ponto de vista intersectorial.

Depois de serem ponderados e analisados os indicadores que traduzem a assimetria da estrutura produtiva daquela região, relativamente à do resto do País, e os indicadores que referem o dinamismo que se espera venham a ter no futuro os vários sectores industriais, e ainda a capacidade destes para gerar novas actividades, a jusante e a montante do ponto do processo produtivo em que se inserem, conclua-se que a ordem de prioridades para as indústrias a instalar no parque deverá ser a seguinte:

Produtos metálicos,

Ferro e aço,

Metais não ferrosos;

Material de transporte,

Preparação de madeiras,

Maquinaria e material eléctrico;

Papel e cartão (exp. pasta),

Cerâmica,

Alimentos para gado,

Artigos de papel e cartão,

Bebidas

A instalação e entrada em funcionamento do parque industrial, centro e motor do pólo de desenvolvimento Braga-Guimarães, é factor fundamental para a aceleração do processo de crescimento económico e de promoção social, já que em curso naquele distrito de Braga.

Mas para que esse desenvolvimento e essa promoção se processem, lado a lado, complementarmente, harmonicamente, e revistam portanto as características de um progresso global, às grandes infra-estruturas físicas que a implantação d parque pressupõe, terão de acrescer as convenientes e indispensáveis infra-estruturas sociais, para que ao aumento do produto gerado, ao aumento da riqueza produzida, venha a corresponder uma melhor qualidade de vida de todos aqueles que contribuem para a produzir.

Para que a um eficiente fornecimento de água e energia corresponda um eficiente fornecimento de cuidados médicos e sanitários, para que a maior produtividade seja consequência de melhor formação profissional, para que as grandes vias de comunicação para trânsito de produtos permitam melhores transportes para a população, para que às grandes construções industriais correspondam melhores habitações para os trabalhadores, para que à maior riquza corponda melhor bem-estar na vida; para que ao crescimento económico corresponda uma autêntica ascensão social.

E será então, pelos resultados dessa valorização social, que o crescimento económico ganhará uma autêntica dimensão humana, o sentido do crescimento da produção em favor do homem, e não o sentido de uma subordinação do homem às exigências do aumento, da pura e simples maior produção.

E este princípio é aliás pressuposto e fundamento ético de direito positivo, finalidade expressa da política industrial, é a Lei n.º 3/72 que o proclama garantir os equilíbrios entre os interesses económicos e sociais em causa nos processos de expansão industria], de molde a assegurar o bem-estar e a segurança dos trabalhadores e garantir a sua pro moção profissional e social.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Fausto Montenegro: - Sr. Presidente e Srs. Deputados. Através, dos séculos e até aos nossos dias, muitas têm sido e continuam a ser as atitudes do homem perante a vida.

Há de tudo.

Desde aqueles que anseiam pelo que de mais nobre e alto se oferece ao espírito humano até aos que «em assuntos de ideal, preferem [. .] não ter nenhum».

Preferem estes viver a sua vida fácil, considerando-se seres superiores, e esquecem-se de que a altura dos homens não está na força com que se elevam «mas na humildade com que se abatem», no dizer de um pensador.

Destes contrastes nasceu uma série de dissidências, aversões, polémicas e inimizades profundas.

Uns defendem a vida como sendo apenas utilitária e classificam todos os que não se medem pelo seu ideal como vencidos, frustrados, mentecaptos e imbecis.

Consideram-se pragmáticos da verdade e génios de quem o mundo está dependente.

Com certeza que Pirro, filósofo grego, (...) da incerteza universal, será todo como louco quando exprime a vontade da sua meditação. «Medito na maneira de nos tornarmos pessoas de bem».

O homem cumprirá um ideal superior se for útil ao seu semelhante e à sociedade e este deve ser a única norma da sua inteligência e da sua vontade.