decisivo na economia mundial, para não referir aspectos políticos (nomeadamente de equilíbrio) ou de competição ideológica entre blocos» (L. M. Teixeira Pinto e Rui Martins dos Santos - Angola Pólos e Perspectivas de Desenvolvimento-Lisboa-Gabinete de Investigações Económicas do Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras -1961) De acordo com recentíssimos dados apurados.

ano), é superior à média mundial (2%) e à dos demais continentes, apenas superada pelo das sub-regiões da Ásia Meridional e América Latina, sobrepovoada uma, subocupada a demais.

Tende a reforçar-se, assim, a presença demográfica do continente africano no contexto do Mundo, mas é de esperar que se projecte igualmente nos domínios económico-social, cultural e político.

Continente «varrido pelos ventos da independência, nele têm vindo a ser sucessivamente criados múltiplos Estados, viáveis ou não [. ] Muitos dos seus governos, passada a euforia inicial, virão a compreender com o tempo que a soberania absoluta não é deste mundo e que um mínimo de soberania (com tudo quanto respeita a certas independências políticas de altitudes e comportamentos) implica uma justificada base técnico-económica».

De outro modo, bem ou mal, poderá suceder que certas independências prematuras mais não sejam do que caminhos irreversíveis para a criação de «novos laços», onde os países, que nesta teia se vão deixando envolver, podem vir a encontrar-se sujeitos a outras e bem piores dependências. «O risco de novos colonialismos - como escreveram esse autores- é evidente e a tentação para leilões de neutralismos [. ] constitui a saída de emergência de tais Estados, polarizando atenções no exterior e beneficiando de uma popularidade ou importância mundial que são transitórias e desmedidas, atentas a realidade material e a irradiação cultural dos países».

«A política portuguesa visa a construção de sociedades multirracionais. Esta política e a sua concretização podem suscitar alguns problemas, na medida em que o enquadramento mundial e local nos for adverso; mas [.. ], no caso português, e para além de ser a única política que se encontra consagrada nos textos fundamentais da Nação, muitos autores (independentemente do seu quadrante ideológico ou político) têm defendido a conservação do ultramar português como condição básica da sobrevivência nacional. São raros, ou nenhuns aqueles que confundem tal 'conservação' com manutenção de um statu quo ou estratificação de uma situação de facto que seria incompatível com os fins que se pretende atingir».

«Podemos com dinamismo curador vir a construir uma Nação cuja personalidade se imponha. Já um consagrado autor francês, Péguy, afirmava que 'a Nação é uma missão', mas isso significa que os caminhos que se nos deparam, mesmo difíceis, terão de ser percorridos por todos» (ob cit).

Nesse sentido aceitei participar na discussão do aviso prévio ora proposto pelo Sr. Deputado avisante Almeida Santos, para o que haverei de continuar a recorrer, por vezes, a essa obra, Angola Pólos e Perspectivas de Desenvolvimento, subscrita por L M Teixeira Pinto e Rui Martins dos Santos, nos finais de 1961.

Mais de dez anos vão passados desde a data da sua publicação num período - como os autores recordam- em que «andar rapidamente e em força é o objectivo que vai pôr à prova a nossa capacidade de decisão». Não terá perdido o estudo, no entanto,