que, associada à indústria e produzindo para grandes mercados, contribuirá para a revitalização do mundo rural» e para reduzir as vultosas importações agrícolas, que, de ano para ano, têm vindo a subir.

E cabe aqui salientar a importância do Castelo de Montemor, situado a meio do eixo industrial Coimbra-Figueira, que, devidamente aproveitado com a construção de um auditório e de uma pousada, muito contribuirá para a valorização turística do Centro do País.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Na Figueira da Foz foi visitado o porto e apreciado o projecto de expansão deste, assim como os projectos da nova ponte.

Numa exposição de quadros, gráficos, planos de expansão e anteprojectos ou projectos em estudo, organizada pela Direcção-Geral de Portos, pôde apreciar o Sr. Presidente da República o crescimento rápido que teve este porto desde que foram inauguradas as obras da 1.ª fase, em Outubro de 1966. À medida que foram sendo melhoradas as condições de acessibilidade ao porto, oferecidas novas infra-estruturas e renovados os meios operacionais, as actividades económicas do hinterland têm dado resposta pronta, como bem demonstrado é pelos seguintes números, referentes ao tráfego marítimo de mercadorias.

1964-1968 - cerca de 18 000 t, no valor de cerca de 43 000 contos

1969-1973 - cerca de 131 800 t, no valor de 496 000 contos

1973- 187 800 t, no valor de 746 900 contos.

A acrescentar a estes números há ainda um tráfego local de abastecimento à navegação que frequenta o porto e que se situa nas 30 000 t anuais.

Igualmente o sector piscatório tem evoluído progressivamente, tendo o valor da pesca atingido, em 1973, 146 000 contos, com cerca de 24 000 t.

Se considerarmos também o valor da construção naval executada nos seus estaleiros, o valor total movimentado no porto aproxima-se do milhão de contos.

O porto da Figueira é factor primacial para o desenvolvimento do Centro do País, pela sua influência catalizadora na instalação de novas indústrias e desenvolvimento das actuais. As mercadorias movimentadas são cada dia mais diversificadas, quer na exportação, quer na importação.

A prospecção de petróleo que se está a fazer na plataforma continental conta nele o seu principal apoio.

Para poder, no entanto, dar uma resposta eficiente e em tempo oportuno a toda esta procura torna-se necessário o prosseguimento da construção de litoral Leiria-Aveiro e virá influenciar o seu desenvolvimento.

Todo este conjunto de obras que envolverão centenas de milhares de contos contribuirá para corrigir ràpidamente atrasos no desenvolvimento desta região e para dar uma expressão regional ao Centro do País mais significativa, com influência decisiva nos campos económico e social.

Nos programas autonomos, cujo regulamento foi publicado em 30 de Março último, e que constitui uma das inovações da Lei de Meios para 1974, estabelecidos com o fim de se «poder recorrer a processos mais dinâmicos, esperando deles uma resposta franca, que se traduzirá em desenvolvimento económico acelerado», destaca-se como prioritário o programa autónomo do desenvolvimento do vale do Mondego.

Sendo também uma das finalidades dos programas autónomos o poder-se dispor «de instrumentos adequados para garantir mais racionai afectação de recursos a fins diversos concorrentes entre si», certamente o programa autónomo do vale do Mondego não deixará de incluir nele o próprio porto da Figueira da Foz, tão grande é a interdependência desta e da regularização de todo o rio.

Todas as medidas ultimamente tomadas sobre os problemas do Mondego são a expressão do interesse do Governo pelo desenvolvimento da Região Centro e a justificada promoção de Coimbra a capital regional.

A visita do Sr. Presidente da República teve um alto significado para a população do distrito de Coimbra, que sente renovado o estímulo para continuar a trabalhar para o progresso do seu distrito e de Portugal, e reforçada a sua fé na concretização breve de uma obra que contribuirá sobremaneira para maior riqueza dos seus lares.

Com o direito próprio que me dá o mandato recebido desses povos, desejo manifestar a S. Exa. o Sr Presidente da República, que não se poupa a sacrifícios para manter a unidade e o bem-estar do povo português, o nosso vivo reconhecimento pela sua visita.

Ao Sr. Ministro das Obras Públicas e das Comunicações, principal responsável e impulsionador desta grandiosa obra do Mondego, o testemunho de vivo agradecimento dos referidos povos.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Tristão Neves: - Sr. Presidente: Ouso levantar hoje aqui a minha voz para um problema de muita acuidade que se está a passar na sub-região Alentejo, e que traz preocupado elevado número de agricultores que tanto se esforçam par cuidar das suas terras.

A área desta região corresponde a 2 351 000 ha, aproximadamente à quarta parte do total do continente, e em que a cerealicultura ocupa um lugar