os seus desideratos mercê de uma pressão que unicamente se apoia naquilo que de facto possuem em quantidades que outros, na realidade, não têm? E o curioso - diria mesmo que este termo «curioso» não passará, aqui, de um eufemismo- é que alguns desses tais países esquecem - ou têm apoio para se darem ao luxo de o esquecer- o que seriam as suas carências, a estagnação do seu progresso, se muitas das nações por eles tão violentamente atingidas lhes respondessem com a firmeza necessária para igualmente os deixarem sem aqueles recursos que, por sua vez, também não têm!

Vozes: - Muito bem!

cedora de medidas fortemente positivas, rigorosas, se não quisermos ver ainda mais comprometido o estado de relativa carência que o País atravessa.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Há, portanto, que enfrentar, por via de medidas capazes de garantir uma «disciplina», a falta de civismo de muitos, que desnecessariamente agravou uma situação já de si delicada. Só desse modo se enfraquecerão as consequências de um receio que alastra pelo País: o de que as dificuldades se tornarão cada vez mais duras, mais pesadas, pondo, portanto, o egoísmo e as efectivas necessidades de tantos a conjugarem-se pana o agravamento da situação existente.

Separei, propositadamente, a referência a «egoísmo» e a «necessidades» ao pensar nessa corrida às «bombas», nessa- busca quase desvairada de um abastecimento que, afinal, parece poderia garantir-se com um ligeiro e suportável sacrifício para todos.

É que são, na realidade, egoístas quantos procuram encher sistematicamente os seus depósitos com vista à criação, depois, de reservas próprias, que lhes dêem uma relativa segurança para as suas comodidades e os seus passeios, ou até para amanhã poderem afasta r no tempo sacrifícios que, a terem de ser impostos, a todos, sem excepção, caberá igualmente suportar.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Alberto de Alarcão: - Muito bem!

O Orador: - Há que saber, assim, separar o trigo do joio, não só para se avaliar da efectiva falta de civismo na resposta dada ao cauteloso e tranquilizante apelo do Governo, como quanto às medidas que, a tal respeito, se imporão tomar.

Todos eles contribuem, é certo, para uma situação que se poderia evitar; mas os primeiros junto-os, como puros açambarcadores que são e egoístas sem desculpa na defesa a que se arrogam quanto a direitos que julgam ser só seus, aos que se vão aproveitando das circunstâncias .presentes para fazerem o abjecto negócio de ganhos suplementares, ou marginais, à custa daqueles que efectivamente precisam. Se não há gasolina a um preço, mas alguém a consegue fornecer por alguns escudos mais, estamos face a uma situação que deve ser encarada sem transigências de qualquer espécie.

Vozes: - Muito bem!

Vozes: - Muito bem, muito bem!