O Orador: - A todos os colegas desta Câmara também saúdo e ofereço a minha leal camaradagem e colaboração.

Sr. Presidente e Srs. Deputados: Nesta intervenção vou ocupar-me de alguns problemas turísticos do distrito de Vila Real, círculo que tenho a honra de representar nesta Assembleia.

Mas, antes de entrar na análise desses problemas regionais, desejo salientar a impressionante evolução da nossa indústria turística, que é já a maior fonte de divisas de que o País dispõe.

As receitas provenientes dos turistas estrangeiros registaram em 1964 os 3,480 milhões de contos, ultrapassando uma vez mais as das exportações proporcionadas pelos têxteis (2,208 milhões de contos), cortiça (1,626 milhões de contos) e conservas de peixe (1,159 milhões de contos), mercadorias estas que tradicionalmente constituem as nossas principais exportações metropolitanas.

Como valor económico conta-se com uma receita do turismo da ordem dos 4,5 milhões de contos para 1965, segundo declarações públicas cheias de interesse, feitas em fins de Novembro próximo passado pelo Sr. Dr. Paulo Rodrigues, ilustre membro do Governo a quem o turismo já muito deve, e, a manter-se este ritmo de crescimento, há esperanças de já no ano corrente se atingir a meta dos 6 milhões de contos neste capítulo dos invisíveis, tão necessários ao equilíbrio exigido pelo nosso comércio externo.

E notável o ritmo de crescimento registado no turismo, mas urge levar os benefícios dos seus frutos até às pequenas cidades e vilas de província.

E a expansão desta indústria continuará, porque o aumento de nível de vida, a velocidade crescente das deslocações e o alargamento dos períodos de férias abrem roteiros turísticos mais amplos, que tendem a abranger-nos.

Vozes: -Muito bem, muito bem!

O Orador: - O turismo das massas acorre ao nosso país em elevado número, e também é de interesse, pelo muito menor investimento de que necessita e porque as despesas que faz chegam mais directamente ao lavrador e comércio local.

Vozes: -Muito bem, muito bem!

O Orador: - Em vários países o turismo por campismo corresponde a cerca de 60 por cento do turismo internacional, valor este tão importante que justifica se façam já também entre nós mais investimentos em parques de campismo.

Vozes: -Muito bem!

O Orador: - Muitos dos visitantes fixam-se, por desporto ou economia, em zonas aprazíveis onde encontram um mínimo de comodidades para a vida quotidiana, utilizando roulottes ou simplesmente tendas que transportam com o automóvel utilitário. Eles desejam encontrar sol, sossego e repouso.

Temos muitas cidades e vilas que reúnem boas condições para este tipo de turismo. E, como o turismo dá vida e animação por toda a parte onde se instala e circula, interessa fomentar a atracção e permanência regional dos turistas estrangeiros para essas cidades e vilas das províncias.

Vozes: -Muito bem, muito bem!

O Orador: - No distrito de Vila Real, de que passo a ocupar-me, as infra-estruturas existentes não conseguem

corresponder em largas épocas do ano, apesar do que se tem feito, à afluência de. turistas, e isso será mais acentuado perante as torrentes cada vez maiores de visitantes. Por isso o Governo Civil, a Comissão Regional de Turismo, o Município e todos os vila - realenses estão vivamente interessados na instalação do parque de campismo de Vila Real.

Estudadas as localizações possíveis, fixaram-se num local aprazível junto ao rio Corgo, que, tanto os órgãos interessados, como a imprensa local e a própria opinião pública consideram excelente para a instalação do referido parque.

O projecto foi apresentado às entidades superiores e a repartição técnica deu sobre ele o parecer favorável há cerca de um ano. Torna-se necessário o auxílio do Fundo de Turismo para se proceder ao arranque das obras deste parque.

Vozes:- - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Do subsídio necessário para a construção do parque já foi concedida a verba de 435 contos por despacho do Sr. Ministro de Estado de 23 de Abril de 1962, que não foi logo utilizada por se terem levantado problemas técnicos de vizinhança que levaram o seu tempo a resolver.

Como todos estes problemas estão resolvidos e foi dado 1 ia cerca de um ano o parecer oficial favorável sobre o projecto, solicita-se que através do Fundo de Turismo se conceda quanto antes ou o subsídio global pedido (cerca de 800 contos), ou pelo menos se entregue numa primeira fase a verba de 435 contos concedida pelo referido despacho do Sr. Ministro de Estado, para que a Comissão Regional de Turismo possa dar início a esta realização, que tanta alegria dará aos Vila-Realenses.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: -E, como o protelamento do início das obras causaria o mais profundo desgosto à população de Vila Real, que tem acompanhado com vivo interesse todos os problemas ligados ao seu parque de campismo, confio que o Governo dará satisfação ao que aqui se lhe solicita.

Sr. Presidente e Srs. Deputados: Constituem grandes pólos de atracção turística as estâncias termais. Por exemplo, a Vichy, em França, ainda vão 120 000 pessoas por ano, a Montecatini, na Itália, vão ainda anualmente 150 000 aquistas, etc. A riqueza termal do distrito de Vila Real também deverá vir a ser uma das molas dinamizadoras do desenvolvimento turístico daquela linda região. Algumas das suas termas, depois de dotadas com as instalações necessárias e feita útil propaganda, a elas acorrerá um grande número de nacionais e estrangeiros que pretendem aliar o descanso com o tratamento dos seus males.

As Caldas de Chaves, por exemplo, com águas do tipo das de Vichy, logo que esteja executado o projecto de instalações estudado, reunam todas as condições para funcionarem durante todo o ano. Estas águas são já muito procuradas por doentes do fígado, aparelho digestivo e reumatismo e são também muito benéficas para a recuperação de fracturas.

Dado que Chaves está no centro de uma região termal constituída por Pedras Salgadas, Vidago e Carvalhelhos, seria do maior interesse a instalação nessa cidade de um centro de repouso ou messe para as forças armadas quando regressadas do ultramar ou em serviço nos quadros metropolitanos, para facilitar um tratamento termal económico aos que dele carecessem. Para isso poderão ser aproveitadas instalações existentes nessa cidade e perten-