Com efeito, o facto de a evolução a longo prazo do rendimento nacional depender fundamentalmente do volume de investimentos produtivos acumulados transparece no relevo que na elaboração e execução do I e II Planos de Fomento foi atribuído pelo Governo à formação bruta de capital fixo, e que se traduziu por uma participação crescente do sector público no investimento global e por um conjunto de medidas adoptadas, paralelamente, no campo financeiro, com o objectivo de orientar e incentivar a formação do capital fixo privado.
Só não obstante os valores fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística, presentemente disponíveis, relativamente a 1964, serem provisórios, parece possível analisar nas suas grandes linhas a evolução da formação bruta de capital fixo no período de 1953-1964.
Com o objectivo de contribuir para essa análise, no quadro que a seguir se apresenta, indicam-se as taxas médias de aumento da formação de capital total, privada e pública, a preços constantes de 1958:
(Em percentagem)
(a) Elaborado com base em elementos fornecidos pelo Instituto Nacional da Estatística.
Como pode observar-se pelo quadro precedente, o crescimento da formação bruta de capital fixo total processou-se à taxa média de 7,8 por cento no decurso do período de 1953-1964, que abrange a execução do I e II Planos de Fomento. Este incremento foi particularmente acentuado na segunda metade do período em estudo, como pode comprovar-se pelo mesmo quadro.
Acresce que os números anuais mostram que no decurso de 1962 se observou praticamente estagnação do valor global - aumento de 0,7 por cento -, em consequência principalmente do declínio verificado nas indústrias transformadoras. Deste modo, se exceptuarmos o ano em causa, o crescimento da formação bruta da capital fixo ter-se-ia processado à taxa média de 9,7 por cento de 1959 a 1964.
Nesta aceleração, desempenhou papel preponderante o sector público, em que a formação de capital, depois de ter aumentado a ritmo semelhante à do sector privado na período de 1953-4958 - 7,8 e 7 por cento, respectivamente -, se elevou a taxa acrescida nos seis anos seguintes, em que a taxa média de crescimento foi de 18,4 por cento.
Por sua vez, neste período, a taxa de expansão da formação bruta de> capital fixo privada aumentou também ligeiramente, para que contribuiu o acentuado acréscimo registado em 1960 e 1963 - 16,4 e 15 por cento, respectivamente.
Paralelamente a esta evolução, a importância relativa da formação bruta de capital fixo pública no total, que tinha denotado diminuto acréscimo em 1953-1958, elevou-se nitidamente no período de execução do II Plano de Fomento, tendo passado de 14,1 por cento em 1958 a 18,1 por cento em 1964.
No âmbito do II Plano de Fomento, mais concretamente no programa geral e nos programas anuais de execução, inscreveram-se investimentos a cargo do sector público e alguns investimentos, na sua maior parte de base, a cargo da iniciativa privada, que, longe de corresponderem à totalidade da previsão relativa à formação bruta de capital fixo durante os seis anos (representavam cerca de 30 por cento desta previsão), assumiram, não obstante, importante significado: garantir a realização de um conjunto de projectos essenciais capazes de catalisar e de estimular as decisões de investimento do sector privado.
Por outro lado, para este facto contribuiu fundamentalmente a execução dos empreendimentos englobados nos sectores da «Pesca, indústrias extractivas e transformadoras» e «Electricidade». Com efeito, o montante despendido nos seis «anos no primeiro daqueles sectores atingiu 8125 000 contos, cifrando-se a estimativa inicial em 6 337 000 contos apenas. No que respeita à «Electricidade», o volume total de financiamentos previstos, que ascendia a 4 595 000 contos, foi excedido em 50,9 por cento.
Deve também assinalar-se que a execução do II Plano de Fomento no que respeita a «Transportes e comunicações» superou largamente o montante dos empreendimentos previstos. Os dispêndios efectivados, no valor de
7 525 000 contos, traduzem, com efeito, um excesso de cerca de 912 000 contos sobre a estimativa inicial.
No que respeita à comparação entre o volume total de empreendimentos programados e o total de meios financeiros que foi possível despender na sua realização, cumpre ainda referir que apenas nos sectores da «Agricultura, silvicultura e pecuária» e «Investigação e ensino técnico» se não tornou possível a consecução integral dos objectivos planeados. Saliente-se, no entanto, que a proximidade dos resultados obtidos em relação aos previstos permite considerar como atingida, neste último sector, a execução do II Plano de Fomento, e que os montantes despendidos se distanciaram das estimativas somente em cerca de 5 por cento.
Quanto ao sector primário, o volume de empreendimentos realizados somou 3 170 000 contos, inferior ao valor estimado em 16,8 por cento. Este facto foi consequên-