cia principalmente da realização dos investimentos na hidráulica agrícola e viação rural em ritmo inferior ao previsto.

A observação dos resultados da execução do II Plano de Fomento, a que anteriormente se fez referência, torna evidente o esforço que se tornou necessário para ocorrer a sua cobertura financeira, sobretudo se se considerar que, a partir de 1961, houve que suportar simultâneamente vultosos encargos para assegurar a defesa da integridade nacional.

Quanto ao financiamento dos investimentos abrangidos no Plano nos seis anos de execução, deve acrescentar-se que a participação do sector público (1), num total de 24 379 000 contos, foi de cerca de 50 por cento, enquanto as fontes privadas e o crédito externo contribuíram com 39,3 e 10,4 por cento, respectivamente.

No que se refere ao financiamento a cargo do sector público, destaca-se o Orçamento Geral do Estado, através do qual foi possível assegurar 25,7 por cento do total dos financiamentos realizados, Fomento Nacional, em especial pela ampla acção desenvolvida em 1961 e 1962 no sentido de corrigir as tensões a que sujeito o mercado financeiro, e, ainda, pela banca comercial, através dos créditos concedidos para assegurar cobertura provisória de despesas relativas a empreendimentos programados. Em relação a 1965, de acordo com as estimativas presentemente disponíveis, a formação bruta de fixo deve ter apreciável melhoria. Aliás, com base no Plano Intercalar de Fomento, prevê-se acréscimo sensível, especialmente no sector das indústrias transformadoras e da construção.

Esta previsão é confirmada pelo elevado de investimentos previstos no programa de execução para este ano, aprovado pelo Conselho de Ministros para os Assuntos Económicos. Não obstante o carácter global do Plano, neste programa especificam-se numerosos projectos, na sua quase totalidade considerados prioritário que se estima venham a determinar um investimento total da ordem dos 11 400 000 contos. A repartição deste montante global pelos diferentes capítulos do Plano é a seguinte:

Assinale-se, ainda, que no financiamento previsto se revestem de particular importância as contribuições estimadas do Orçamento Geral do Estado (2 100 000 contos), da Previdência Social (1 030 000 contos) e da banca comercial e particulares (880 000 contos). Por outro lado, espera-se que o volume do autofinanciamento das empresas se eleve a cerca de 3 milhões de contos e admite-se que o recurso líquido ao crédito externo ascenda a l 700 000 contos.

Perspectivas a curto prazo. Os elementos estatísticos e de informação alinhados neste relatório permitem estudar as grandes linhas de tendência reveladas pela economia portuguesa e as perspectivas fundamentais da evolução conjuntural.

Com o início da execução do Plano Intercalar e no quadro do respectivo programa, têm vindo a ser tomadas no ano em curso providências de política económica e social que deverão assegurar a concretização das projecções efectuadas. Todavia, enquanto algumas destas medidas se dirigem directa e imediatamente à execução de empreendimentos programados, outras têm âmbito mais vasto e carácter mais duradouro, visando a promover a criação ou aperfeiçoamento de condições essenciais para o êxito do processo de desenvolvimento.

Entre as providências tomadas no quadro da execução do Plano Intercalar, merecem especial destaque as de natureza financeira, que reflectem a preocupação de reforçar a política de desenvolvimento económico, atentos os requisitos fundamentais a que obedece a execução do Plano.

Assim, dados os benefícios de ordem fiscal que têm vindo a ser concedidos, prevê-se que os investimentos privados, em especial nos sectores de reconhecido interesse para o progresso nacional, se elevem a cadência mais rápida.

Por outro lado, o nível de vida da população continuará a beneficiar dos investimentos realizados no fomento do bem-estar rural e no desenvolvimento das actividades do ensino, investigação, saúde e assistência.

Com as medidas de política de crédito que foram adoptadas espera-se também que as condições de funcionamento dos mercados monetário e financeiro alcancem sensível aperfeiçoamento, por forma a permitirem uma melhor adaptação da estrutura financeira às actuais condições do desenvolvimento económico. A previsão do comportamento global e sectorial da economia do continente no próximo ano deverá tomar como base as projecções médias fixadas no Plano Intercalar, ajustadas de harmonia com os elementos de informação sobre a situação conjuntural no ano em curso.

(1) Consideram-se fontes públicas do financiamento do Orçamento Geral do Estado, Fundo de Fomento de Exportação, Fundo de Desemprego, fundos especiais, autarquias locais, instituições de previdência, Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência e autofinanciamento público.