sectores

Se relacionarmos a distribuição do produto interno bruto com o número de indivíduos que se empregam na produção, surge-nos com clareza a baixíssima rentabilidade do sector agrícola, que com 43 por cento da população activa utilizada dá apenas origem a 21 por cento do produto interno bruto, a preços de 1958. Estamos, pois, em presença de uma realidade que encerra graves reflexos, por traduzir uma bem diminuta capitação individual no que respeita à produtividade. Do ponto de vista da análise sócio-económica que temos desenvolvido, não queria deixar de referir alguns dados demográficos que podem contribuir para o esclarecimento de certas questões.

Antes, porém, desejava fazer uma breve referência aos elementos relativos à distribuição da população activa pelos diversos sectores e o sentido da sua evolução no decénio 1950 a 1960.

Percentagem da população activa noa vários sectores

Designarão

Percentagens

Do presente quadro fácil se torna apercebermo-nos da má distribuição da população e das actividades e das implicações de natureza sociológica que daí advêm.

No entanto, não deixarei de referir que o Alentejo, com muitas das suas potencialidades por explorar, continua numa marcha arrastada, confiado que o seu dia chegará através do desenvolvimento harmónico de todas as suas possibilidades, que são muitas.

Da leitura do referido quadro verifica-se que o distrito de Évora pouco evoluiu, mantendo-se, portanto, nu posição nitidamente de tipo agrícola.

Tenho para mina que os desníveis interdistritais encerram matéria que exige cuidada atenção, a fim de não cairmos, a curto prazo, num urbanismo patológico em detrimento do resto do País.

A 17 por cento da população (residente no distrito de Lisboa) correspondem 30 por cento do produto interno bruto, 35 por cento do produto industrial. 46 por cento do produto formado no comércio e nos serviços, 60 por cento dos capitais manifestados e 59 por cento dos rendimentos declarados;

A uma população três vezes superior (51 por cento residentes nas distritos de Beja, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Leiria, Portalegre, Santarém, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu, ou seja, em 13 dos 18 distritos do continente) correspondem apenas 36 por cento do produto global, 18 por cento do produto industrial 28 por cento do produto do comércio e serviços, 16 por cento dos capitais manifestados e 13 por cento dos rendimentos declarados.

Fonte: Análise Social, vol. II, 2.º semestre de 1064.

Se dentro de igual critério agruparmos por distritos as sociedades comerciais existentes em 1962, em valores absolutos e percentagens, seu número, remunerações do seu pessoal, contribuições e licenças, por elas pagas, teremos:

Aos mesmos 37 por cento da população correspondem agora 53 por cento das sociedades. 48 por cento dos empregados destas, 62 por cento das remunerações pagas e 69 por cento do montante das contribuições e licenças;

E aos mesmos 51 por cento da população cabem tão sòmente 19 por cento das sociedades existentes, 15 por cento dos empregados, 10 por cento das remunerações e 8 por cento das contribuições e licenças.

Fonte: Análise social vol. II 2.º semestre de 1964.