esquemas de treino que em seis meses preparam torneiros, ajustadores, electricistas, bobinadores, carpinteiros, pintores e outros especialistas com um bom nível profissional, são rajadas de ar puro, é certeza de que marchamos no bom caminho e de que em Portugal, se nem tudo está bem, nem tudo está mal. graças a Deus.
Vozes: - Muito bem!
O Orador: - Obra destinada aos adultos - aqueles que não poderiam pela sua idade já frequentar as escolas industriais, mesmo que muitas destas se criassem -, ela vai ser completada pelos centros de formação profissional de aprendizes a abrir em breve em vários pontos do País, para enquadrar os jovens.
Formação clássica, formação acelerada: braços de um pórtico que se unem harmonicamente para apoiar o progresso da Nação.
E contudo não são suficientes e outros recursos há que descobrir.
A guerra que defrontamos no ultramar não se pode ganhar apenas pelas armas. É prudente que nos organizemos para a suportar a longo prazo. O País tem que viver agora com a guerra, e para lhe fazer face há que gerar recursos novos, isto é, para além do almejado progresso social, temos de contar com uma espécie de prémio de seguro da integridade do nosso território. Porém, nem tudo é mau na guerra. Deus louvado. As palavras de. apreço à obra dos militares em África, no campo social, que tenho ouvido nesta sala. muito em particular no que se refere ao ensino e à saúde, são provas inequívocas disso.
Eu quereria agora chamar a atenção para um aspecto ainda mal explorado: o da promoção educacional dos nossos militares durante a sua permanência nas fileiras.
Vozes: - Muito bem!
Ora o tecnicismo de muitos equipamentos utilizados pelo Exército, Marinha e Força Aérea obriga ao treino de especialistas de alto nível. Qualquer dos três ramos das forças armadas dispõe hoje de magníficas escolas, com programas naturalmente adaptados às suas necessidades. Que alguns desses cursos já têm fama na indústria particular demonstram-no anúncios que vi há dias nos jornais, em que se dava preferência aos diplomados pela Escola Militar de Electromecânica, por exemplo. Os livros técnicos publicados por esta Escola estão a ser adoptados por muitas empresas para o treino dos seus empregados.
A Junta Nacional da Educação, em magnífica atitude de interesse social, tem dado equivalência a muitos dos cursos militares. O obstáculo mais frequente é a falta de habilitações humanísticas, que os cursos militares naturalmente não englobam.
Pois bem, porque se não concertam as forças armadas com o Ministério da Educação Nacional para se determinarem os programas de complemento aos cursos militares de modo a conduzir à sua homologação civil?
Vozes: - Muito bem!
Não duvido, pois, dos homens, nem da sua boa vontade. A missão é grandiosa: aproveitar a permanência excepcionalmente longa nas fileiras para valorizar os nossos jovens, para que do prejuízo que a guerra inevitavelmente traz à Nação e a cada um se retirem compensações, sempre que possível.
Vozes: - Muito bem!
O Orador: - Como exemplo, e dos que me parecem mais facilmente exequíveis, a certificação de mecânicos de aeronáutica. Sabe-se da admirável fase de desenvolvimento que a aviação desportiva, a aviação de turismo, a aviação agrícola e a aviação de negócios atravessam actualmente entre nós. O transporte aéreo comercial está em expansão vertiginosa tanto na metrópole como no ultramar. E faltam mecânicos devidamente encartados para assistir à manutenção de todos esses aviões!
Vozes: - Muito bem!
O Orador: - Repare-se na conjuntura: homens valorizados durante o serviço militar obrigatório, satisfação de uma necessidade tão premente, se quisermos ter uma aeronáutica à dimensão que o País requer.
Vozes: - Muito bem!
O Orador: - É este um exemplo concreto; muitos outros se poderiam citar, tais como a formação de pilotos comerciais e o aproveitamento dos especialistas prepara-