677 000 contos do que em 1963), num total de 3 477 000 contos, tudo em números redondos.
O recurso ao empréstimo, nos últimos anos. está a atingir uma verba muito alta. Já no ano passado se fez notar este facto.
Nos cinco anos, de 1960 a 1964, o recurso ao crédito fixou-se em 12 859 200 contos. Nos dez anos que decorreram entre 1950 e 1959 a soma de empréstimos andou à roda de 2 700 000 contos.
Transcreve-se o que já foi escrito o ano passado:
Não é possível continuar indefinidamente o empréstimo nesta progressão, a não ser que inversões altamente reprodutivas o exijam.
Se for considerado que o capital da dívida pública efectiva a cargo da Junta do Crédito Público em 31 de Dezembro de 1950 andava à roda de 11 069 000 contos e subiu para 22 659 000 em 31 de Dezembro de 1964, ter-se-á ideia da vida financeira nos últimos anos, ainda que se abata ao total 2 875 000 provenientes da responsabilidade de outras entidades.
Saldos de contas
As limitações que este saldo implica serão estudadas mais adiante. A percentagem no total das receitas extraordinárias aproxima-se de 25.
Seja como for, o aumento, sem idêntica contrapartida nas despesas ordinárias, permitiu um grande excesso de receitas ordinárias que ajudou a liquidar o esforço da luta em África. Reduziu o recurso ao empréstimo, embora, como já se indicou, exigências de outra natureza dessem ao ano de 1964 também a característica de ser aquele em que o recurso ao crédito atingiu o seu máximo.
A pressão das despesas está a tornar-se tão vigorosa, que se não antolha fácil neutralizá-la com receitas ordinárias. Parece ter-se criado a ideia de inesgotabilidade de recursos financeiros, com exigências de melhoramentos ou obras adiáveis, como se fosse possível em poucos anos satisfazer todas as necessidades de ordem material, impostas na comparação com as já satisfeitas em outros países de mais atiladas ideias no desenvolvimento dos seus recursos, e com possibilidades financeiras muito maiores. Se há dez ou vinte anos se impunha a prioridade no investimento tendo em conta a reprodutividade, como aqui se aconselhou, circunstâncias anormais na actualidade mais ainda impõem uma restruturação de toda a vida nacional no aspecto financeiro e económico - reestruturação devida há muitos anos.
Receitas orçamentadas e cobradas
As cobranças excedem por cifras muito altas as receitas orçamentadas. Pode dizer-se que desde 1956 os excessos ou são vizinhos ou ultrapassam 1 milhão de contos, às vezes por grandes somas.
Anteriormente àquele ano, os excessos eram muito inferiores, como se poderá ver no quadro seguinte:
Apenas sobressai da tendência geral, por excesso, o ano de 1961, a que já se aludiu.
Mas foi nos impostos indirectos, com um excesso de 1 108 621 contos, onde a diferença ultrapassa o normal - talvez optimismo sobre o comportamento da balança do comércio, que, como se viu. voltou a ter deficits excessivos. Note-se que já o ano passado os impostos indirectos