Em 1964; as províncias ultramarinas representam cerca de 15 por cento nas importações e 25 por cento nas exportações, o que corresponde a exportações para o ultramar de mais de 381 milhares de contos do que o valor das importações da mesma origem, quando em 1963 a diferença era de 157 milhares de contos. Os países da O. C. D. E. intervêm mais acentuadamente na importação do que. na exportação, sendo a diferença de 6300 milhares de contos, em 1964, comparável a 5698 milhares de contos em 1963.
Quer isto dizer que, enquanto nas relações com as províncias ultramarinas portuguesas o volume das exportações subiu, nas relações com os países da O. C. D. E. desceu e acentuo-se a descida.
Por outro lado, verifica-se que no conjunto do comércio externo as províncias ultramarinas entram com 19 por cento, enquanto os países da O. C. D. E. comparticipam com 67 por cento.
Nas importações continua a salientar-se a Alemanha (com a percentagem de 15 por cento em 1964, sobre o total) e nas exportações o Reino Unido -(com 16 por cento).
Em 1964 verifica-se, porém, que a Bélgica cedeu o lugar à Itália e à Suíça nas importações, mantendo o seu lugar nas exportações quanto à Suíça:
Só dificilmente se mantêm valores comportáveis. E se não fora a ajuda das receitas do turismo nos dois últimos anos e as da emigração, que elevaram as transferências privadas para 2 152 000 contos em 1964, com tendências para subir, o desequilíbrio seria muito maior.
O exame das mercadorias importadas e exportadas revela anomalias graves.
Considere-se o período de 1948-1964 e tomem-se apenas os volumes importados, para não perturbar a análise com a desvalorização do escudo. Algumas mercadorias dão nota das causas do aumento da importação em toneladas.
Este simples quadro dá ideia do desenvolvimento dos consumos e das possibilidades de reduções na importação.
Nalguns casos, como no do açúcar, o caminho é óbvio: ou consentir na cultura de beterraba para produção de açúcar e alimentação de gado, de modo a eliminar as deficiências da .produção ultramarina, ou insistir para que Moçambique e Angola preencham as necessidades da metrópole.
No caso do algodão o problema é mais sério, dada a lenta deterioração das culturas ultramarinas e a gradual conquista de mercados europeus na exportação, que engloba, embora em pequena percentagem, o trabalho nacional.
Mas não se vêem razões que impeçam a substituição das deficiências de combustíveis por aproveitamento de energia hidroeléctrica, nem motivos que levem à redução de importação de madeiras, dada a aptidão florestal do País. E se fosse possível, e parece que o é, suprir falhas na folha-de-flandres, nas sementes oleaginosas e em dezenas de mercadorias que podem ser manufacturadas em Portugal, não inscritas no quadro, o déficit da balança de pagamentos da metrópole seria consideràvelmente aliviado.