Um quadro dá para os mesmos anos uma nota discordante no comércio exportador:

Estas cifras indicam alguns pontos luminosos, como o da cortiça em obra, que poderia ainda sei mais brilhante, e o do pez louro. O primeiro é matéria-prima nacional, susceptível de ser transformada em maior escala, e o segundo podia na sua quase totalidade ser convertido em produtos semimanufacturados, com grandes resultados para o trabalho interno e valor dos produtos em que é transformado. Das outras mercadorias mencionadas-, os vinhos (parecem ter melhorado muito, mas veja-se o destino da diferença, em grande parte para o ultramar. A conquista de mercados externos impõe-se. As conservas de peixe, que exijem embalagem importada e dispendiosa, não tiveram o aumento que se poderia esperar.

Quanto a outros .produtos, há decadência manifesta. As exportações têm de diversificar-se para produtos que incorporem mais trabalho e matérias-primas nacionais, o que não é o caso, por exemplo, dos têxteis, e em especial dos algodões, se não houver possibilidade de produzir a fibra no ultramar.

Há neste aspecto das exportações um largo caminho a trilhar, que se poderia iniciar pelo estudo das matérias-primas nacionais susceptíveis de serem transformadas - os algodões, as lãs, os resinosos, as madeiras e outros produtos florestais, os minérios de ferro (Moncorvo e outros), as frutas, os legumes e produtos hortícolas, o mais de diversa natureza. Qualquer programa englobaria a substituição de uma parcela dos combustíveis importados por energia nacional, que a há em abundância e a preços económicos, embora se afirme muitas vezes o contrário. Se não se proceder à rectificação de uma política no aspecto da importação e exportação, a balança de pagamentos continuará a agravar-se, apesar do auxílio poderoso do turismo e das receitas de uma emigração que só pode ser consentida pelas deficiências da organização económica nacional.

Este assunto é tratado em pormenor na introdução. Quase todas as receitas deste capítulo progrediram no exercício financeiro de 1964, distinguindo-se pelo seu volume a indústria da pesca (mais de 18 085 contos) e a dos tabacos (mais de 12255 contos). Esta última concorre para o total com cerca de 503 871 contos, ou 54,8 por cento.

O progresso da receita tem sido constante, como se observa nos números que seguem:

O acréscimo acentuou-se muito a partir de 1950 e é perfeitamente visível desde 1960. Desde o primeiro destes anos a diferença atinge 595 600 contos.

Talvez que a anomalia mais acentuada nos impostos que formam o capítulo esteja no de minas, que, como adiante se verificará, atingiu o seu valor mínimo, ainda inferior ao de 1938, com 2705 contos, e ao de 1949, que se fixou em 7071 contos.

Parece existirem no País, já provados, além do ferro, jazigos de substâncias minerais que poderiam dar lugar a indústrias interessantes, como as derivadas do sal-gema, de pirites para enxofre, bário, chumbo e outras. As prospecções levadas a efeito nos últimos anos, que têm reflexo nas despesas extraordinárias, parece terem provado algumas possibilidades mineiras de certa importância.

Também a indústria de aguardente e álcool necessitava de ser mais bem compreendida.

discriminação das receitas das indústrias em regime tributário especial consta do seguinte quadro: