vem orientar-se, em especial, para o pagamento das funções normais do Estado, e entre elas os serviços ocupam o primeiro lugar.

Mais adiante se darão todos os pormenores sobre o destino das despesas ordinárias, que somaram 9 594 687 contos em 1964, mais 708 150 contos do que em 1963.

Apesar deste aumento, que se pode considerar muito grande, ainda há a assinalar este ano despesas extraordinárias maiores do que as do ano passado, pois atingiram 7 572 732 contos, mais 758 828 contos do que em 1963.

Isto quer dizer que as despesas públicas, ordinárias e extraordinárias, aumentaram de 1963 para 1964 cerca de 1 466 978 contos. Esta cifra define o considerável esforço do Orçamento Geral do Estado em relação a anos anteriores.

Em súmula, o problema deduz-se dos números que seguem, pura as despesas totais:

Designação

A subida das despesas extraordinárias fixou a sua comparticipação no total em 44,1 por cento, e como elas são pagas numa alta parcela por força de empréstimos, não surpreende a contínua elevação da dívida pública, como se reconhecerá mais adiante.

Quanto aos aumentos em 1964, as cifras seguintes definem os totais e as percentagens em 1963 e 1964:

Designação

Despesas extraordinárias

Se forem comparados os números com os de anos anteriores, reconhece-se um afrouxamento na percentagem de acréscimo das despesas extraordinárias (78,3 por cento em 1962) e nas ordinárias (21,7 por cento em 1962).

Como as alterações nas despesas extraordinárias se reflectem nas receitas extraordinárias, e indirectamente nos empréstimos, o ano de 1964 foi caracterizado por elevado recurso ao crédito. Este o ponto nevrálgico do orçamento. O problema do crédito deve estar sempre na mente de quem incumbe a distribuição e o gasto dos dinheiros públicos. Para poder avaliar as anomalias das despesas públicas nos últimos quinze anos, publicam-se a seguir os aumentos das despesas totais desde 1950:

1953 ....

1955 ....

1962 ....

1963 ....

1964 ....

A partir de 1959 os acréscimos foram quase sempre superiores a 1 milhão de contos.

Desde 1950, as despesas aumentaram de 12 052 000 contos, mas nos últimos seis anos (desde 1959) o aumento atingiu 8 480 000 contos. Restaria, para melhor compreensão, ver agora quanto nesta soma se contém de despesas ordinárias, de despesas extraordinárias, e dentro destas de financiamentos por empréstimo.

Capitação da despesa A capitação das despesas ordinárias ultrapassou pela primeira vez 1 conto, como se nota a seguir:

1952

1964

Tomando ainda o ano de 1950 como ponto de referência, vê-se que a capitação das despesas ordinárias é já superior ao dobro da deste ano. E um longo caminho andado que se não pode explicar por melhorias de vencimentos ou até provavelmente de trabalho real. Este aumento será visto mais adiante. A cifra de 1938 (índice de preços de 1927) dá os efeitos da desvalorização da moeda.

As despesas em 1964 As despesas totais atingiram 17 167 419 contos, com um aumento de 1 466 978 contos em relação a 1963, ou 9,5 por cento. Esta percentagem reparte-se irregularmente, sendo 7,9 por cento no caso das despesas ordinárias e 11,1 por cento no das extraordinárias.