sociais que vê na indústria do turismo a salvação de todos os males que afligem a economia nacional.
Estes pareceres não desejam sugerir pessimismos escusados sobre uma indústria aconselhada é enaltecida desde o início da sua publicação, vai para 30 anos. O turismo pode e deve auxiliar, em escala razoável, as incertezas da balança de pagamentos, de uma maneira contínua o duradoura.
Mas as preocupações de todos os que se interessam pelo problema económico nacional, trazem à memória as fraquezas de actividades baseadas nos caprichos dos homens e em desejos temporários.
A curiosidade ou simples anseio de modos de ver e de ambientes, que a dura e intensa vida moderna impõem, são fugazes ou transitórias e cessam ou atenuam-se com a sua satisfação.
Se forem apenas baseadas em mudanças de ambientes ou em simples curiosidades humanas as correntes turística estabelecidos de países de alto nível de vida para outros, elas serão efémeras, e durarão enquanto durarem os impulsos que as geraram.
Esta lei geral, confirmada pela experiência, deve estar no fundo dos pensamentos de todos os que se interessam pela indústria do turismo.
A criação de condições que transformem correntes de turismo fortuitas ou ocasionais, numa indústria estável, deverá constituir a preocupação dominante.
De todas as formas de actividade económica, o turismo é uma das que mais necessita do auxílio de outras actividades. Pode dizer-se que não é uma indústria em si mesma, específica. E antes um complexo de diversas indústrias, que abarca formas de actividade que h primeira vista parece não se conjugarem ou harmonizarem.
Assim, qualquer plano de turismo tem de ter hoje em conta outros factores.
A criação de uma mentalidade extensiva à maior parte da população, orientada no sentido de valorizar a indústria, que muitas vezes se degrada com a abundância de visitantes, é certamente uma das causas da afluência de visitas a certas regiões europeias ou norte-americanas.
Mas, em simultaneidade com esforços neste e noutros sentidos, há um grande número de medidas a tomar que tendam à facilidade de comunicações das fronteiras para o interior e, para certas zonas propícias, ao uso dos lagos naturais e artificiais já existentes e doutros que possam ser formados nos grandes rios ou seus afluentes; ao aproveitamento de matas em condições de oferecerem campos de repousa o saúde; à utilização de estações balneários de qua o País é abundante; h remodelação do abastecimento público em matéria alimentar, evitando carências e dificuldades na sua aquisição, e a muitos outros aspectos de uma actividade que envolve necessidades e anseios humanos, nos poucos dias em que o tornem e sua família sonham pairar acima das dificuldades quotidianas que os assaltam um ano inteiro.
Agora que parece iniciar-se uma nova era nesta indústria, parece ser indispensável coordená-la com outras - a das comunicações e transportes, a da alimentação, a do alojamento, além do hotel, a da distracção paisagista e da facilidade de comunicações entro a fronteira o as capitais do Norte, do Centro, e o Algarve, a da preferência do aproveitamento de rios que envolvem a formação de grandes lagos, como seria o do Alvito, perto de vias internacionais, e os do aproveitamento das duas grandes vias fluviais do Douro e do Tejo, para fins turísticos, sem esquecer outras utilizações, como as da caça e da pesca, que silo o corolário de algumas sugestões feitas acima.
Se não forem considerados estes aspectos e gradualmente adaptado o País a satisfazê-los, a actual corrente turística está destinada a ter a duração das rosas do Outono - esvair-se como muitas esperanças nacionais -, até deixar apenas os resíduos que já existiam quando engrossou como rio caudaloso, prometedor de ricos e abundantes rendimentos.
Um exame das características regionais ou locais que influenciaram a repartição de visitantes estrangeiros revela que, por enquanto, a grande atracção se concentra no distrito de Lisboa e, em especial, na cidade.
Em 1850 214 dormidas de hóspedes em hotéis e pensões, 1067 515 pertencem a este distrito, sendo 754 000 na capital. Daí a aglomeração nos hotéis em certos 40cas, com falta do alojamentos.
Exceptuando a Madeira (224 300), o Algarve (122 102), o distrito do Porto (96 459), o de Coimbra (66 541), Leiria (56 872) e Setúbal (56 881), todos os outros distritos apresentam cifras inferiores a 50 000. Há uma centralização evidente no distrito de Lisboa e indícios de progressos de relevo na Madeira e Algarve.
Deveriam fazer-se esforços no sentido de modificar esta tendência.
Designação
Contos
As despesas de 1964 mostram um acréscimo de 715 contos, que se deu todo nos encargos administrativos. Prevalece nestes a verba ainda relacionada com o X Recenseamento Geral da População, que se arredondou em 2404 contos em 1964. As despesas de publicidade elevam-se a 1554 contos, e respeitam as publicações do Instituto.