do que em 1968. O aumento deu-se nos serviços externos, como se nota a seguir:

Contos

Designação

1964 Vale a pena decompor a verba da despesa desta Direcção-Geral:

Contos

Pessoal 26 976

Telégrafo e telefones 2 190

A Transportar 31 923

Transporte 81 928

Subsídios a consulados 1 650

Total 42 804

O aumento do 2685 contos distribuiu-se por quase todas as rubricas mencionadas, mas acentuou-se na que aparece sob a designação de "Outras".

Nesta designação incluem-se certo número de verbas, como a de seguros contra acidentes, invalidez e outras (892 contos), missões extraordinárias de serviço público no estrangeiro e missões do estudo (3300 contos), repatriação de portugueses indigentes (164 contos), despesas de representação do Ministério, ocasionadas pelas relações internacionais (278 contos), e outras de menor importância, além de correios e telégrafos, 1400 contos, e telefones, 791 contos.

Os encargos com rendas de casa somaram 3105 contos, e os gastos reservados elevaram-se e, 1169 contos. E muito grande a tarefa realizada por este Ministério, durante um longo período de anos. Não é fácil avaliá-la apenas pelo exame dos investimentos e pelas quantias gastas em numerosas obras, que se estendem desde a simples reparação da um edifício ao Estado até à construção de empreendimentos de grande envergadura e responsabilidade, como barragens, pontes, auto-estradas, portos e outras.

Por outro lado, as verbas em cada ano não têm significado idêntico. A desvalorização da moeda, a própria natureza das obras, que em certos casos demandam técnica apurada difícil, a falta de empreiteiros disponíveis e a novidade do problema a resolver, em certos coros, não permitem ajuizar com justeza os critérios e o acerto das realizações.

O Ministério luta com dificuldades sérias em matéria do pessoal técnico.

O pessoal técnico mais idóneo, com melhor experiência, não pode continuar a prestar a sua colaboração assídua ao Estado e, ou procura nas actividades privadas re munerações condignas, deixando o Estado, às vezes para amargura, ou continuando embora a prestar-lhe serviço, vai completar os rendimentos essenciais à manutenção da família em empregos depois das horas oficiais.

Esta anomalia, hoje quase geral nos serviços do Estado, é altamente prejudicial em Ministérios que, como o das Obras Públicas, projectam, fiscalizam e conduzem obras muito dispendiosas, que necessitam de ser vigiadas desde os primeiras traços ao sua gestão até ao acabamento.

Daí o desinteresse hoje manifestado pelos serviços técnicos oficiais e a gradual fuga de elementos valiosos para a actividade privada.

Nito quer isto dizer que tudo seja mau.

O bom técnico que vai exercer a sua actividade na vida privada continua a prestar um serviço valioso à economia do País. Simplesmente a obra do Estado ressente-se, não tem a mesma eficiência.

E, no final de contas, torna-se mais cara, ou por demovas na execução de projectos ou ainda pelos longos prazos em que se executam projectos muitas vezes de pequena envergadura.

O que acaba de se descrever significa que é indispensável atender à situação de muitos departamentos do Estado, e em especial aqueles que por sua própria natureza necessitam de pessoal, altamente especializado, de difícil formação, e do qual depende o gasto de somas muito grandes.

A obra não realizada O Ministério das Obras Públicas tem atendido a muitas necessidades urgentes do País. Não se pretende discutir agora o critério seguido, de há, muitos anos a esta parto, na escolha eu prioridade das obras.

Há, porém: uma tarefa que não conseguiu até hoje levar a cabo, e, por essa razão, muitas zonas do País não puderam ter o desenvolvimento económico-social que as suas condições e os recursos potenciais parecem tornar possível.

As comunicações, num mundo cheio de inquietações, que vive a mover-se, talvez infelizmente para o bem-estar humano, constituem a base do progresso. Não apenas a base do progresso regional, note-se. Há bojo um abuso que procura só nos planos regionais o remédio para males que são nacionais.

Mas de qualquer modo as comunicações são a base do crescimento económico, que só pode ser duradouro e firme se interessar a totalidade da população.

No entanto, para mal, e, vá lá, para vergonha de nós todos, ainda há vias de comunicação pla neadas em 1889 que se não encontram realizadas.

Todos os planos rodoviários desde então as incluem, como bases essenciais de satisfação a necessidades regionais e até nacionais. Mas os anos vão passando, e dentro de pouco mais de duas dezenas de anos terá passado um século, sem que os desígnios do legislador de 1889, confirmados em anos seguidos, tenham a tido o êxito que seria de esperar.