Um pequeno quadro define a súmula das verbas gastas:

Verifica-se que na construção de estradas e pontes se utilizaram menos de metade (49,3 por cento) do total da verba gasta nos 19 anos, estando incluídas nesta percentagem as pontes de Vila Franca e Arrábida e a auto-estrada de Lisboa a Vila Franca. A indicação das verbas gastas em cada distrito o critério seguido num longo período em matéria de viação ordinária e até certo ponto mostra as causas das graves deficiências e atrasos no interior do País.

O mapa adiante mostra as despesas de conservação, reparação e de construção. A última coluna indica o total de cada distrito.

Uma das causas da depressão de que sofrem muitas zonas do interior do País reside na ausência quase total de indústrias que ocupem uma parte da sua população e produzam um afluxo dos rendimentos indispensáveis à melhoria dos consumos.

A ideia de que as indústrias só podiam viver económicamente perto dos grandes portos e levou à concentração em Lisboa ou arredores e Porto não tem base para grande número de fabricos, como é, aliás, comprovado em todos os países e até em Portugal.

Mas sem estradas, nos tempos actuais, torna-se impossível a vida dessas indústrias no interior, ainda que haja outras condições acessórias como m atérias-primas e energia. A sua falta impede o desenvolvimento regional e tem influências especiais nas produções da terra, susceptíveis de transformações que elevariam os rendimentos da agricultura.

O mapa adiante mostra as despesas de conservação, reparação e de construção. A última coluna indica o total em cada distrito e dá ideia das dificuldades opostas a um desenvolvimento económico equilibrado:

Pode talvez ter-se melhor ideia do significado das cifras do mapa agrupando os distritos.

Com menos de 160 000 contos há os distritos de Bragança, Faro, Guarda, Viana do Castelo e Vila Real. Entre 160 000 e 180 000 contos estão os distritos de Braga, Coimbra e Setúbal. Entre 180000 e 200000 contos vêm Castelo

Branco, Leiria, Portalegre, Santarém e Viseu. Entre 200 000 e 300 000 contos há os distritos de Aveiro, Beja e Évora. Acima de 300 000 contos sobressaem Lisboa, com 516 905 contos, ou 11,8 por cento, e o Porto, com 353 041 contos, ou 8 por cento, do total gasto na conservação e construção de estradas.